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Polo entrega seu primeiro produto

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Publicado: Quinta, 12 de Março de 2020, 14h53 | Última atualização em Terça, 16 de Junho de 2020, 13h56 | Acessos: 1194
Novos biofertilizantes para soja e milho foram desenvolvidos em projeto do Polo Embrapii do IF Goiano, em parceria com empresa privada de Rio Verde.

Professores e estudantes do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) desenvolveram formulações de biofertilizante em parceria com a iniciativa privada para aumentar a produtividade das culturas de soja e milho. Este é o primeiro produto entregue pelo Polo Embrapii da instituição, localizado no município de Rio Verde, no sudoeste de Goiás.

O Polo Embrapii é uma unidade que reúne pesquisadores do IF Goiano para para produzir tecnologias inovadoras para a agroindústria, sobretudo para manejo agrícola e processamento de grãos. Os projetos da unidade são exclusivamente feitos sob demanda de empresas e contam com recursos não-reembolsáveis da Embrapii. No caso deste projeto, foram investidos R$400 mil reais compartilhados entre a empresa Tecno, a Embrapii e o IF Goiano (na forma de equipamentos e trabalho de pesquisadores).

No mercado, os biofertilizantes são comercializados como fertilizantes foliares, pois são um complemento à adubação do solo e, como o nome diz, fornecem compostos que são absorvidos pelas folhas das plantas. Além de nutrientes, os biofertilizantes têm substâncias à base de extratos naturais que promovem benefícios como redução de estresse e indução de resistência a doenças. Após a aplicação de herbicida, por exemplo, é comum usar produtos que contenham aminoácidos para diminuir o estresse das plantas causados pelo defensivo.

No projeto, foram testadas 21 formulações de fertilizantes foliares com diferentes dosagens, combinações e fases de aplicação. O objetivo era encontrar formulações que aceleram o desenvolvimento da planta, regulam o crescimento para concentrar energia na formação e enchimento dos grãos e fortaleçam seus mecanismos naturais de defesa contra doenças.

Para avaliar as respostas das culturas às diferentes fórmulas, os pesquisadores realizaram diversas análises. Com um equipamento que verifica o processo de fotossíntese, por exemplo, foi possível comparar o metabolismo das plantas sob diferentes tratamentos. A equipe de pesquisa utilizou, ainda, imagens aéreas da lavoura, feitas com câmeras multiespectral e termal, para identificar estresses nas plantas a partir de uma visão mais ampla do campo experimental.

Segundo Nelmício Furtado, ex-aluno do IF Goiano e funcionário da empresa parceira, o uso das tecnologias traz ganhos na obtenção e processamento de dados, que são muito mais detalhados do que aqueles obtidos com as análises convencionais da empresa. “A parceria com o Polo Embrapii permite acessar equipamentos de alto investimento, que dificilmente seriam adquiridos por ela”, explica. Além disso, de acordo com ele, o trabalho de uma equipe qualificada de pesquisadores acrescenta rigor científico aos resultados obtidos.

Além de Nelmício, a equipe que desenvolveu o produto é formada pelo professor Marconi Batista Teixeira, supervisor do projeto, e três estudantes bolsistas do IF Goiano: um de graduação, um de mestrado e um de doutorado  - Gabriel Bressiani Melo. Segundo o estudante, o Instituto contribui para uma formação mais multidisciplinar de seus alunos, para desenvolver uma visão de negócios e as habilidades de trabalho em equipe.

O doutorando explica ainda que as pesquisas resultam em descobertas científicas e tecnológicas. “Um experimento tão complexo como esse gera diversas dissertações, teses e artigos, além de nos proporcionar experiências muito diferentes do que temos em sala de aula e laboratório”, acrescenta.

Conforme o sócio-diretor da empresa rio-verdense, o agrônomo Giovani Saccardo Clemente, desde que o empreendimento surgiu, em 2009, há investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Além de ter um centro de pesquisa próprio, eles apostam no apoio das universidades e outras instituições para validar e aperfeiçoar seus produtos. Sobre a parceria com o Polo Embrapii do IF Goiano, Giovani apontou que o diferencial está na visão mais prática e aplicada da pesquisa. “O modelo Embrapii é voltado às necessidades do empreendedor”, conclui.

Assessoria de Comunicação
Jornalistas responsáveis: Karen Terossi e Juliana Luiza Canedo

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