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Apoio Embrapii fomenta inovação tecnológica e organizacional

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Publicado: Terça, 02 de Junho de 2020, 11h35 | Última atualização em Terça, 20 de Outubro de 2020, 15h58 | Acessos: 1347

Projeto desenvolvido no Campus Rio Verde avaliou formulação para melhorar metabolismo de plantas de soja e milho. Seu resultado contribuiu para mudanças internas da empresa que contratou o trabalho.

Imagens da fluorescência da folha, que demonstram níveis dos danos causados nas plantas pelos estresses ambientais.
imagem sem descrição.

A empresa paranaense Prime Agro procurou o IF Goiano em 2018 para buscar uma solução que melhorasse a produtividade de soja e milho em condições de estresse hídrico, ou seja, com menos água no solo do que o ideal. O professor do Campus Rio Verde, Alan Carlos da Costa, propôs desenvolver e testar uma formulação que melhorasse o desempenho fisiológico das plantas.

De forma bem simplificada, o desempenho fisiológico é o metabolismo da planta, ou seja, quando falamos em melhorar o desempenho fisiológico estamos dizendo que é possível influenciar processos bioquímicos que fazem a planta nascer, crescer, se desenvolver e produzir. Para que esses processos aconteçam, as plantas precisam de nutrientes. A formulação testada nesse projeto tinha como componentes principais cálcio e cobre. Estudos científicos mostram que esses minerais têm potencial de melhorar o desempenho fisiológico das plantas e, por isso, poderiam melhorar a produtividade das culturas sob condições de estresse.

A equipe do professor Alan conduziu experimentos, analisando os efeitos de diferentes dosagens do produto em soja e milho, além de comparar com plantas que não receberam esse tratamento. De fato, determinadas doses do produto melhoram o metabolismo das plantas. A fotossíntese, por exemplo, foi melhorada nas plantas que receberam altas doses da formulação. Os pesquisadores também observaram a melhoria do metabolismo antioxidante nas folhas das plantas, o que estimula a adaptação do vegetal ao déficit hídrico.

No entanto, a aplicação não melhorou a produtividade de forma significativa e, por consequência, o projeto não gerou um produto viável para o portfólio da Prime Agro. “Esse resultado também foi  importante porque nos mostrou caminhos”, comentou o gerente técnico nacional da empresa, Guilherme Macieira, explicando que o projeto mudou procedimentos internos para desenvolvimento e escolha dos produtos a serem comercializados pela empresa.

Guilherme considera que o trabalho foi bem conduzido pelo IF Goiano e apresentou um relatório de muita qualidade. “Alguns testes são feitos dentro da Prime, mas o experimento nesse caso permitiu entender com mais precisão o efeito da fórmula e evitou que lançássemos um produto que depois não atenderia as expectativas do produtor”, explicou Guilherme, reforçando a importância da credibilidade para conquistar mercado.

Por fim, o representante da Prime Agro considerou que o modelo Embrapii é uma modalidade muito interessante para as empresas de base tecnológica. “Nem sempre temos um orçamento compatível com o que queremos desenvolver e a parceria permitiu superar essa limitação”, concluiu ele.

A Prime contou com recursos da Embrapii para o investimento nesse projeto, ou seja, os riscos foram compartilhados. “A Embrapii compõe uma política pública de fomento à inovação muito importante justamente porque coloca recursos não-reembolsáveis em um projeto que talvez a empresa não pudesse arriscar sozinha”, analisou o gerente de Pesquisa e Prospecção do Polo de Inovação, Gustavo Castoldi. “Nós dizemos que a Embrapii vem para valorizar a cultura de arriscar em novas ideias e ver todo tipo de resultado como aprendizado”, completou Gustavo.

Formação de novos profissionais

A equipe coordenada pelo professor Alan foi composta por dois pesquisadores em pós-doutorado e dois estudantes de doutorado, todos do IF Goiano – Campus Rio Verde. O doutorando Gabriel Martins Almeida, integrou a  a equipe enquanto estava ainda no mestrado e comentou que no dia-a-dia de projetos como esse as habilidades de relacionamento interpessoal e negociação são muito importantes: “todos os pesquisadores da equipe possuem muito repertório e, por mais que tenhamos um projeto e protocolos a seguir, há muitas decisões que precisam ser tomadas no cotidiano”, disse ele. “Convencer, negociar e ao mesmo tempo manter o bom relacionamento e o sentimento de pertencimento intelectual ao projeto são grandes desafios”, concluiu Gabriel.

Núcleo de Comunicação do Polo de Inovação
Texto: Karen Terossi/ Imagem: Laboratório de Ecofisiologia e Produtividade Vegetal/Campus Rio Verde.

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