Polo de Inovação: consolidando uma nova estrutura
O credenciamento à Embrapii no final de 2017 marcou uma virada no modo de trabalhar do Polo de Inovação.
Após o credenciamento Embrapii em dezembro de 2017, o Polo precisou criar processos e fluxos de gestão da inovação. O Polo não era mais um grupo de pesquisa, mas sim uma unidade administrativa do IF Goiano, assim como os campi.
“Além de ter vocação em uma área e laboratórios para executar projetos, para atuar na inovação o Instituto Federal precisa captar e gerenciar projetos, e entregar produtos desenvolvidos”, explicou Paulo Henrique de Azevedo Leão, que era Diretor de Desenvolvimento da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) na época do credenciamento do IF Goiano.
Segundo ele, a ideia de criar os Polos de Inovação pela Setec está ligada à construção da cultura da inovação nos institutos. “Não é só a inovação tecnológica em si que importa, é uma maneira nova de gerir um instituto, ou seja, inovação na própria gestão”, comentou ele. Paulo explicou que a atuação do Polo de Inovação deve ser analisada não só pelos resultados em termos de produtos entregues. “Vocação, laboratórios e os modos de captar e gerir recursos impulsionam a criação de normas internas que vão amparar o trabalho do pessoal que quiser se dedicar ao empreendedorismo e à inovação no IF Goiano”, concluiu.
Hoje executivo da maior indústria farmacêutica do Brasil, Paulo lembra que esteve em Rio Verde em 2017 para orientar o planejamento estratégico da nova unidade, tornando mais evidentes a vocação, os clientes e as oportunidades que se abriam.
Na mesma época, a professora Rúbia Cristina Arantes Marques, do Campus Rio Verde, foi convidada a comandar a gestão de projetos. Rubia comenta que já encontrou no Polo um grupo coeso, e que o volume de trabalho a fez ser integrada rapidamente à equipe. “Quando cheguei ao Polo, sabíamos que tinha muito a ser feito, mas não sabíamos ao certo o que fazer”, disse ela. “Hoje temos atribuições bem definidas para realizar todos os processos de gestão da inovação, mas é o espírito de equipe que nos motiva”, comentou.
O trabalho de estruturação foi simultâneo ao de buscar e gerir projetos no modelo da Embrapii, afinal o credenciamento veio junto com metas a serem cumpridas. Em pouco mais de 12 meses, o Polo de Inovação atingiu as metas previstas para três anos e o plano foi repactuado.
Além de gerir os projetos, Rubia também se tornou coordenadora de um dos projetos, cujo produto foi entregue em maio desse ano. Ela relata: “o dia da entrega ficou marcado não só no meu currículo, mas na minha vida mesmo, porque o projeto apresentou diversos desafios e, ao final, a empresa recebeu o produto com muitos elogios”. Rubia, que atuou em empresas por muitos anos antes de ser servidora do IF Goiano, considera que a resposta positiva do mercado “é a certeza de que estamos fazendo a coisa certa e, por isso, vale cada final de semana e hora a mais trabalhada”, concluiu.
Novos profissionais
Os Polos de Inovação foram idealizados pela Setec como uma estrutura para aproximar os institutos federais do mundo do trabalho. “Os institutos formam pessoal para o mundo do trabalho e, por isso, é imprescindível que ele esteja alinhado com as demandas desse mundo, precisa estar próximo, entender e viver as necessidades”, explicou Paulo Leão, que participou dessa criação. Na sua visão, “apesar de estar ligada ao ensino, pesquisa e extensão, a cultura da inovação é mais multifacetada” e, para dar conta dessa complexidade, é preciso capacitar pesquisadores e estudantes dentro dessa cultura.
A pesquisadora Renata Pereira Marques, que faz parte do Polo desde o início, vem trabalhando para integrar educação e inovação. Ela liderou a equipe que elaborou uma nova proposta de mestrado profissional para o Campus Rio Verde, o Programa de Pós-Graduação em Bioenergia e Grãos, aprovado pela Capes no final de 2016. O mestrado foi pensado para aproximar o setor produtivo do IF Goiano e, por isso, desde que começou a funcionar no início de 2017, o programa admite somente pessoal que possua vínculo profissional com o setor de bioenergia e grãos e dá preferência a projetos que respondam a demandas das empresas em que atuam.
A experiência e os casos de sucesso no mestrado colocaram Renata na liderança de um dos processos-chave do Polo de Inovação: a formação de recursos humanos. A professora vem organizando protocolos de acompanhamento e avaliação dos estudantes que atuam nos projetos de inovação. “Meu principal desafio é ajudar a mantê-los focados, estimulando o desenvolvimento de seus pontos fortes, identificando individualmente pontos fracos e traçando formas de superá-los”, explicou a pesquisadora.
Renata reforça ainda que os projetos de inovação são um espaço para explorar metodologias ativas de aprendizagem. “Os ambientes de trabalho dos projetos permitem exercitar o aprendizado hands-on [a famosa mão na massa], para desenvolvimento de pensamento crítico e capacidade de gestão de conflitos, por exemplo, que considero fundamentais para o exercício profissional”, concluiu a professora.
Perspectivas
Ao mesmo tempo em que o Polo de Inovação se organizava e cumpria metas, o IF Goiano se empenhou na construção de uma sede própria para a unidade, a partir dos trabalhos da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional. Para intensificar os relacionamentos, o primeiro espaço na sede do Polo deve abrigar laboratórios e escritórios compartilhados com empresas e parceiros institucionais. “O compartilhamento de ambientes de trabalho é uma estratégia bastante conhecida para estreitar relacionamentos profissionais e trabalhar de forma colaborativa”, explicou o diretor-geral do Polo de Inovação, Alaerson Maia Geraldine.
Outro passo importante é o recredenciamento do IF Goiano à Embrapii no final deste ano, com a consequente mudança do status de “polo em estruturação” para “polo em consolidação”. O recredenciamento está condicionado ao cumprimento de metas do novo plano de ação e a equipe está otimista: “Já temos novos projetos em negociação e continuamos trabalhando no aperfeiçoamento de cada processo interno de gestão”, concluiu Alaerson.
Acesse a primeira parte da reportagem "Polo de Inovação: seis anos construindo confiança"
Assessoria de Comunicação do Polo de Inovação
Texto: Karen Terossi
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