Pesquisa analisa qualidade de sementes de algodão
Pesquisadores do Polo de Inovação e do Campus Rio Verde do IF Goiano analisaram a qualidade de sementes de algodão, com o objetivo de melhorar o manejo pós-colheita. A pesquisa foi realizada em parceria com a Bayer Crop Science, que forneceu os lotes de sementes analisados.
Em uma das abordagens da pesquisa, os pesquisadores fizeram radiografias das sementes de algodão de diversos cultivares e, em seguida, utilizaram o software Quant, de análise de imagens, para medir a quantidade de espaço vazio em seu interior.
Após testes de germinação realizados em laboratório, eles descobriram que existe uma relação entre os espaços vazios e a formação da plântula. A plântula é a fase de crescimento da planta, desde a germinação até a formação das primeiras folhas, essencial para o estabelecimento adequado da planta adulta e para a produtividade.
No experimento realizado, os pesquisadores verificaram que quanto mais espaço vazio dentro da semente, menor será a capacidade de formação de uma plântula normal no teste de germinação.
“Se uma semente está bem preenchida, significa que teve um bom processo de formação e de maturação, ou seja, tem mais reservas nutricionais para o crescimento da plântula”, explica Jacson Zuchi, professor do Polo de Inovação e um dos responsáveis pela pesquisa. Os experimentos indicam que a semente de algodão precisa de, no mínimo, 80% de preenchimento interno para a formação da plântula normal.
Outra abordagem da pesquisa avaliou o tamanho da semente e a relação com sua velocidade de deterioração durante o armazenamento. Os resultados mostram que sementes pequenas, de determinados cultivares de algodão, se deterioram mais rapidamente que as sementes maiores. Sementes grandes mantêm a qualidade fisiológica por mais tempo e possuem melhor desempenho na semeadura.
“O manejo pós-colheita é um dos grandes desafios do setor agroindustrial e estas ferramentas de controle de qualidade ajudam as empresas a tomarem decisões na hora de armazenar e distribuir as sementes”, comenta Jacson.
O pesquisador explica, por exemplo, que com esses testes, se for detectado que um lote de semente pode se deteriorar mais rapidamente, ele pode ser alocado no armazém de forma a ser expedido imediatamente no início da safra ou até ser armazenado em ambiente com maior grau de controle da temperatura. “Trata-se de uma ferramenta adicional para tomada de decisões pelas empresas de sementes”, conclui.
Transferência de tecnologia
Os resultados da pesquisa foram compartilhados com a equipe do laboratório de análise de sementes da unidade da Bayer em Primavera do Leste (MT), que forneceu os lotes das sementes analisadas.
O pesquisador Jacson e o estudante Luiz César Lopes Filho, do mestrado em Ciências Agrárias/Agronomia do IF Goiano - Campus Rio Verde que conduziram a pesquisa, apresentaram os resultados no dia 13 de novembro. Na visita à unidade, eles aproveitaram para discutir possibilidades de novas parcerias para pesquisa.
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