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Situação emocional e transtornos na vida escolar são assuntos na IntegraTec

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Publicado: Sábado, 27 de Abril de 2019, 00h40 | Última atualização em Quinta, 09 de Mai de 2019, 15h16 | Acessos: 971

Atividades buscaram identificar os principais problemas vividos durante o período do Ensino Médio. Além de informação, houve troca de experiências

Por Tiago Gebrim
Fotos: Tiago Gebrim

 

São tempos de intenso debate sobre a situação emocional dos jovens, de maneira geral e principalmente dentro do ambiente escolar. Se o tema foi reacendido na mídia pelo incidente em Suzano, SP, há menos de 60 dias, também contribuem as notícias sobre suicídios, cada vez mais frequentes, ocorrendo entre universitários e pós-graduandos. E, de olho na pertinência do tema, duas atividades da IntegraTec preocuparam-se em trabalhar a saúde mental dentro do Campus Ceres.

As ações ocorreram na tarde desta sexta-feira, 26 de abril, sendo ambas propostas e ministradas por estudantes da unidade. Essa, aliás, é uma característica que foi comentada durante a abertura da Semana de Integração – a horizontalidade do evento, com participação dos discentes na elaboração e aplicação das propostas.

A primeira atividade foi a palestra Como está sua saúde mental?, ministrada por Thaís Ferreira de Jesus. A apresentação tocou em quatro problemas – o cansaço mental, estresse, ansiedade e, por fim, a depressão –, cuidando de estabelecer a diferenciação e os sintomas mais comuns de cada situação. Ferreira de Jesus trouxe exemplos de celebridades acometidas por depressão, como Whindersson Nunes, comediante que recentemente se afastou da vida pública , e Yasmin Gabrielle, ex-participante de programa de TV, que faleceu neste 21 de abril. A intenção foi mostrar que os transtornos não são casos isolados e independem de condições econômicas ou financeiras.

A palestrante reforçou a importância de “não se usar máscaras” e admitir quando algo não vai bem. “É preciso respeitar os próprios limites”, advertiu, e saber quando é hora de buscar ajuda profissional para a questão. O momento ainda teve uma dinâmica, em que os participantes foram convidados a escrever e refletir sobre como encontrava-se, nesse momento de suas vidas, a saúde emocional.

 


Palestra Como está sua saúde mental?, da acadêmica Thaís Ferreira de Jesus, do curso de Ciências Biológicas do Campus Ceres

 

Compartilhar e compreender – De forma dialógica e pensando nas contribuições dos envolvidos, a roda de conversa Superando obstáculos no IF, proposta por Arleandro dos Santos em contribuição com outros colegas, foi divida em dois momentos. Inicialmente, os estudantes à frente da atividade deram exemplos e identificaram depressão, surtos psicóticos, ansiedade e crises existenciais, relacionando os transtornos com o cotidiano escolar.

Em um segundo momento, os participantes puderam contar suas dificuldades, antes e durante o período de vida dentro do Ensino Médio Técnico. Várias pessoas expuseram situações dolorosas, em um clima de partilha e compreensão. Entre as dificuldades apontadas como gatilho para os transtornos foram citadas principalmente a adaptação à rotina da grande quantidade de disciplinas e a pressão pelo bom desempenho escolar. Além disso, foram citados também problemas de adaptação a novos colegas de quarto nas residências estudantis e dificuldade de falar em público.

 


Atividade Superando obstáculos no IF. À direita, o estudante Job Xavier, um dos organizadores do momento

 

A roda de conversa tratou também de questões relativas à homo e bissexualidade. Na ocasião, alguns estudantes puderam contar como foi o processo de autoaceitação e de revelar para a família a questão. Com lágrimas nos olhos e voz embargada, falou-se da dor de não ser bem aceito dentro de casa e ter a vida amorosa tratada com descaso ou ignorada pela família. Na maioria dos depoimentos, as causas apontadas revelavam preconceito oriundo de crenças religiosas.

Finalizando o momento, Arleando dos Santos reforçou o impacto positivo de ter apoio de amigos e parentes mais próximos, que devem procurar compreender e entender qualquer transtorno psicológico por que passe o estudante. Ele também enfatizou que se muitas causas têm a ver com o cotidiano escolar, é nesse ambiente que reside, igualmente, uma rede de apoio. “O melhor do IF não é a formação, mas a convivência com a diversidade”, pontuou.

 

 

 

Ascom Campus Ceres

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