De EAF a IF: 26 anos de educação profissional
Neste 06 de março, o Campus Ceres completa 26 anos. Conheça mais sobre os caminhos que levaram a pequena Escola Agrotécnica a se tornar uma Instituição que envolve quase 2500 pessoas
Por Tiago Gebrim e Aliny Karla
A escola e lar de dezenas de centenas de estudantes ao longo destes últimos 26 anos foi fundada com o sonho de ser uma referência em educação agrícola. A década era 1980, quando políticos e entusiastas ceresinos e da região conseguiram, finalmente, a aprovação do governo federal para a fundação de uma escola técnica com vocação agrária no seio do Vale de São Patrício. Mas a construção ainda foi demorada e cheia de entraves, e somente em 1993, mais precisamente no dia 30 de junho, a lei 8.670 criou a então Escola Agrotécnica Federal de Ceres, cuja sigla, EAFCe, iria se tornar conhecida pelo Centro-Oeste e Norte afora.
Foi em 1995 que o hoje Campus Ceres se encheu de estudantes pela primeira vez, com sua oferta de curso único, à época, o técnico em Agropecuária. E cheio é uma questão de ponto de vista: naquele tempo, com muito, mas muito menos prédios construídos, bastava um punhado de 100 a 200 estudantes para lotar refeitório, alojamentos e salas de aula. Três anos depois começaram as ofertas para Ensino Médio, ampliando a faixa de idade dos estudantes, que passavam a chegar mais novos, e das áreas de atuação dos professores.
Fotografias dos primeiros anos de vida da então EAFCe, com instalações recém-inauguradas e oferta de curso único, o técnico em Agropecuária
Nos primeiros anos do século XXI, entre 2001 e 2006, vários cursos técnicos foram criados reforçando a vocação inicialmente agrária da EAFCe: Agroindústria, Agricultura, Zootecnia e, dentro da área de Recursos Naturais, Meio Ambiente. Porém, o curso técnico em Informática, surgido na mesma época, começava a abrir a trincheira para o que seria uma das fortes áreas de atuação do futuro Campus Ceres.
Em 2004, graças ao Decreto presidencial nº 5.154, as escolas técnicas e agrotécnicas e os centros federais de Educação Tecnológica (Cefets) foram autorizados a reestabelecer seus cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Não foi diferente com a EAFCe, que já em 2005 retomou sua oferta do curso técnico em Agropecuária integrado ao Ensino Médio. Outros cursos da mesma modalidade vieram depois: Agroindústria em 2006 e Manutenção e Suporte em Informática em 2009, ambos ProEJA, e Informática em 2010. Mas sobre esses dois últimos, o panorama já era outro...
E era qual? Bem, no apagar das luzes, faltando menos de 72 horas para se findar o ano de 2008, a Lei 11.892 criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil – uma reorganização de todas as escolas técnicas e agrotécnicas existentes, incluindo também (quase todos) os Cefets, que foram consolidados em 38 instituições pelo País afora. Agora com um marco legal modernizado, a ex-EAFCe havia se tornado Campus Ceres do novíssimo Instituto Federal Goiano, ganhando, como todos os demais IFs, equiparação às universidades federais, e múltiplas possibilidades, como as de ofertar cursos de graduação e pós-graduação até o doutorado.
E o resto da história, que é muito importante, claro, já é mais conhecido do grande público que hoje faz sua morada no Campus Ceres. Foram criados os cursos de graduação, tendo sido o de Ciências Biológicas o primeiro, já em 2009, e depois Agronomia e Zootecnia, em 2010 e 2011, respectivamente. Junto a Zootecnia também veio Química, a segunda licenciatura do campus. Assim foi o quadro de cursos superiores até que, em 2014, começou a ser gestado o quinto curso de graduação, devidamente inaugurado em 2016: Sistemas de Informação. Opa! Lembra quando falamos da trincheira que começava a ser aberta por Informática lá em 2001? Pois é. Frutificou, e bem.
Em 2015 veio o primeiro mestrado, em Irrigação no Cerrado, e a partir de 2017, começamos também a ofertar as especializações. Hoje são três, sendo duas na área de formação de professores e uma em Ciências Agrárias, mais especificamente dentro do campo de estudos da Zootecnia. Em 2020, esse ano pandêmico, o Campus Ceres recebe seu segundo mestrado, também profissional, este em Educação Profissional e Tecnológica.
Ao longo dos anos, claro, as transformações foram gigantescas, e difíceis de serem exploradas em um único texto. As mais marcantes estão impressas na quantidade de estudantes que o Campus Ceres foi recebendo e tornando melhores cidadãos e profissionais – hoje, são, simultaneamente, mais de 2.000 matriculados. Além disso, precisamos também falar do grupo de pessoas do lado de cá, os que trabalham todos os dias para fazer funcionar todos os níveis e segmentos da Instituição: mais de 200 pessoas, que, em muitos dos casos, deixaram suas cidades ou até mesmo estados de origem para se dedicarem à Educação Profissional e Tecnológica em Ceres (mesmo aquelas que moram em Rialma, Carmo, Uruana, Rubiataba etc. etc.).
Vista aérea da parte central da atual infraestrutura do Campus Ceres, em setembro de 2020
No ano passado, em que o Campus Ceres completou seu ¼ de século desde a fundação, dissemos, na confraternização de servidores no fim-de-ano, que tinha sido uma pena não termos podido comemorar presencialmente, com a energia e vontade que estávamos todos. Mas, por outro lado, somente com maturidade e grandiosíssima capacidade de organização, conseguiríamos fazer o que se vê: um rearranjo quase instantâneo, em poucas semanas, que alterou todo um modo de trabalhar, presencial, dos últimos 25 anos, para um formato “pandêmico”, e que tem funcionado.
Mal ou bem, mesmo contra a vontade, o isolamento social nos impôs uma dura realidade, e temos sabido transpô-la, não só mantendo as aulas e muitos dos eventos acadêmicos, mas, principalmente, adaptando-os da melhor forma que nos é possível para garantir a continuidade da formação de centenas dos nossos estudantes. Nestes 26 anos, comemorados agora em 05 de março, parabenizamos o Campus Ceres e todos os que o fazem e refazem: estudantes, pessoal terceirizado, servidores, egressos, e, enfim, a comunidade toda.
Ascom Campus Ceres
Redes Sociais