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Os 1.500 pés de café do Campus Ceres

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Publicado: Sexta, 30 de Abril de 2021, 19h40 | Última atualização em Segunda, 10 de Mai de 2021, 19h56 | Acessos: 347

Pesquisa desenvolvida desde 2015 analisa, safra após safra, os melhores materiais genéticos de café para a região do Vale de São Patrício, com objetivo de reacender a produção cafeeira da região

Por Tiago Gebrim
Fotos: Tiago Gebrim e Cleiton Mateus

 

 

Há seis anos o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), unidade com tradição no ensino de Ciências Agrárias e já com sólida reputação no desenvolvimento de pesquisas na área, abraçou um projeto arrojado: analisar as melhores cultivares de café, entre as 35 principais do Brasil, e apontar as que trariam melhor resultado na região do Vale de São Patrício. Denominado Avaliação de Cultivares e Progênies de Café Arábica, sob Condições Irrigadas, no Estado de Goiás, o projeto segue em execução, muito próximo de colher seus resultados finais. Enquanto isso, dezenas de projetos vão se desenvolvendo, propiciando um vasto campo de estudo para os estudantes do IF Goiano.

Conforme explica o coordenador da pesquisa, o diretor-geral do Campus Ceres, Cleiton Mateus, a proposta partiu de uma chamada pública para Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR), que objetivava inserir pesquisadores experientes nas Instituições de Ensino Superior (IES) goianas. Foi dessa forma que o pesquisador Wellington Carvalho, doutor em Agronomia e servidor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se juntou à equipe do campus para conduzir o estudo, que se traduziu em 1.500 pés de café plantados na área experimental da unidade.

O projeto foi apresentado à comunidade em 2017, durante a realização do Dia de Campo de Cafeicultura, realizado pelo Campus Ceres como parte da pesquisa. Na ocasião, Mateus enfatizou a oportunidade daquele estudo para viabilizar a retomada do crescimento da produtividade cafeeira goiana e, mais especificamente, do centro do estado. O evento foi destaque nas publicações da Embrapa e da Revista Safra, à época.

Atualmente, o projeto está chegando à quinta safra, bem próximo da obtenção de um resultado definitivo, que possa fornecer aos produtores dados concretos sobre as variações de produtividade, crescimento, resistência e qualidade dos frutos entre as cultivares. Mas para além do fim, é importante mencionar o meio – ou seja, as benesses da pesquisa durante sua condução. Por se tratar de um estudo da área de Ciências Agrárias, o projeto teve envolvimento direto de estudantes do curso técnico em Agropecuária, do bacharelado em Agronomia e do Programa de Pós-Graduação em Irrigação no Cerrado (PPGIC).

Henrique Oliveira, coordenador desse último, explica que, por meio do projeto, o PPGIC atua em conjunto a estudantes dos três níveis – Ensino Médio Técnico, graduações e do próprio mestrado, contribuindo para a verticalização do ensino. As pesquisas desenvolvidas se relacionam a eficiência de uso da água pelos cafeeiros e estudos de stress hídrico, por meio de projetos multidisciplinares conduzidos pelos professores do Programa. Como exemplo está a dissertação Trocas gasosas, crescimento e produtividade de cafeeiros irrigados em Ceres, da acadêmica Eloisa Ávila, e a pesquisa Uso de imagens aéreas obtidas com VANT no monitoramento de cafeeiros sob déficit hídrico controlado, atualmente em andamento.

Conclusão e recomendação – O cronograma original do projeto era de três anos, seguindo-se as diretrizes da chamada pública que o viabilizou.  “No entanto, o cafeeiro é uma planta perene, e para definir as cultivares mais adaptadas às nossas condições edafoclimáticas, é necessário, no mínimo, cinco safras”, explica Mateus. Dessa forma, as avaliações continuaram mesmo após o encerramento da vigência do projeto junto à Fapeg, no intuito de obter dados suficientes para recomendação dos materiais genéticos mais adequados à região, para os produtores. “Após seis anos de projeto, estamos muito próximo da recomendação dos materiais a serem cultivados na região e esperamos que possamos contribuir com a nossa região”, informa.

 

 

Ascom Campus Ceres

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