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Campus Ceres inicia o IV Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação

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Publicado: Quinta, 28 de Agosto de 2025, 19h41 | Última atualização em Segunda, 08 de Setembro de 2025, 23h56 | Acessos: 652

IA e relação pesquisa-mercado foram temas da abertura do evento

Por Tiago Gebrim
Fotos: Tiago Gebrim

 

Na noite desta quarta-feira, 27 de agosto, teve início a quarta edição do Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação (CPPG) do Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano). O evento reúne seis iniciativas que abarcam, juntas, todos os níveis de ensino da Instituição - cursos técnicos, superiores e de pós-graduação.

Criado em 2022, o Congresso expandiu o antigo Seminário Interno de Iniciação Científica (Siic), no qual estudantes de Iniciação Científica e em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação apresentavam suas pesquisas realizadas na Casa. Com a ampliação das ações de pesquisa e chegada dos cursos de especialização e mestrado, o CPPG veio para abarcar todos estes estudos e níveis de ensino, tornando-se um dos maiores eventos científicos da região.

Na abertura do evento, que trouxe, além de pesquisadores e estudantes do IF Goiano, acadêmicos da UniEvangélica e da Universidade Estadual de Goiás, dois assuntos foram debatidos pelos palestrantes convidados: a relação entre pós-graduações Stricto sensu e o mercado de trabalho e o uso da Inteligência Artificial (IA ou AI, no termo em inglês) dentro das universidades.

 

 

Primeiro a se apresentar, o pesquisador Altino Dantas, membro do Centro de Excelência em IA de Goiás, focou sobre os impactos da formação de mestrado e doutorado no mercado de trabalho. Embora haja um lugar-comum que defina a academia como o espaço dos profissionais que resolvem avançar sua formação na direção da pesquisa, isso nem sempre corresponde à verdade.

“A pesquisa te ensina como aprender para aprender. Ela traz autonomia e habilidades de comunicação, as quais não são necessariamente obrigatórias durante uma graduação. Mas, a partir do mestrado, você tem de saber”, enfatizou Dantas. Para ele, a capacidade de abordar problemas de maior complexidade, necessária a um bom pesquisador, é uma característica valiosa para o mercado de trabalho. Além disso, o título, por si só, já “contribui para a credibilidade profissional”, afirma.

Dantas elenca que muitas capacidades presentes em um bom pesquisador são também apreciadas no mundo do trabalho, e contribuem para abertura de portas e ascensão profissional. Entre elas estão a capacidade de descrever e comunicar conclusões, a proposição de soluções estruturadas, a abordagem das questões de maneira metodológica e a já falada compreensão de contextos com profundidade.

 

Rogério Justino e Altino Dantas, em bate-papo com a plateia

 

O que a IA não pode fazer por você? - Em sua fala, o historiador Rogério Justino, do corpo de pesquisadores do próprio IF Goiano, apresentou alguns pontos inquietantes e necessários sobre o uso das inteligências artificiais, sob suas diversas apresentações (ChatGPT, Copilot, Gemini, entre outras). O pesquisador explicou a natureza de funcionamento dessas máquinas, como geradoras de conteúdo baseado no contexto, o que as difere dos mecanismos de busca com os quais nos acostumamos nos últimos 20, 15 anos.

“Elas existem para criar, são boas nisso. Mas não são motores de busca e, portanto, não são fontes de pesquisa confiável”, aponta Justino. Isso é notório quando ocorre o que o palestrante chama de ‘alucinação da IA’: “se ela não consegue encontrar um padrão de resposta, tende a criar uma resposta a todo o custo”, explica, o que leva a resultados, muitas vezes, absurdos.

O pesquisador alerta que o poder de sedução das IAs reside, justamente, na humanização que trazem, tornando-se muito próprias e naturais, como uma conversa descontraída, mas com um interlocutor que sempre quer te agradar. “É preciso usar com moderação e cuidado, pois são máquinas, e, como tais, são criadas para atender ao que é solicitado, a qualquer custo”, alerta.

Trazendo o assunto para o âmbito da pesquisa acadêmica, Justino afirma que as IAs devem ser vistas como um meio de criação de ferramentas, as quais podem contribuir sobremaneira para acelerar, por exemplo, uma análise de resultados. E aí, insere uma advertência: os dados, brutos, jamais devem ser informados para essas máquinas, uma vez que não há segurança de que não serão copiados e armazenados pelas empresas. “E se você faz isso, daqui a pouco haverá uma pessoa escrevendo o seu trabalho, com seus dados sigilosos, que você expôs todos para a IA”, exemplifica.

Então, como fazer? Um dos caminhos apontados na palestra é justamente o de usar a ferramenta para criar outra ferramenta. No exemplo apontado acima, em vez de repassar dados para que a IA analisasse, muito mais seguro - e pedagógico - será pedir auxílio da IA para construir uma ferramenta de análise dos dados. Assim, tais informações permanecerão sigilosas, ao passo que o pesquisador/estudante terá, efetivamente, aprendido algo novo, com ajuda da IA, em vez de delegar a ela uma análise importante para sua trajetória profissional.

 

Estudante apresenta trabalho de Iniciação Científica na tarde da quinta-feira, 28 de agosto. Programação do Congresso segue até esta sexta, 29

 

 

COMUNICAÇÃO SOCIAL Campus Ceres

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