Palestra sobre Pensamento Livre abre o I Simpósio de TI do Campus Ceres
Evento tem extensa programação destinada a estudantes e profissionais de Tecnologia da Informação. Palestra de abertura ocorreu na noite de 06 de outubro, e trouxe apontamentos sobre a realidade atual do País
Na noite desta quinta-feira, 06 de outubro, o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) deu início ao seu primeiro Simpósio de Tecnologia da Informação. O evento é voltado para estudantes dos cursos da área de Informática da unidade – curso técnico em Informática e em Manutenção e Suporte em Informática e bacharelado em Sistemas de Informação –, além de profissionais do ramo.
Com diversas atividades previstas para seus três dias de duração (06 a 08 de outubro), incluindo campeonato de jogos eletrônicos (veja programação), o I Simtec nasce com a grande responsabilidade de ser um evento referência em Ciência, Tecnologia e Inovação no Vale de São Patrício. E tal entusiasmo foi demonstrado já de saída, com a palestra Ciência, Filosofia e Pensamento Livre, ministrada pelo professor Ole Peter Smith, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Smith, em sua fala, evitou centrar-se em assuntos técnicos da Informática. Muito pelo contrário, ao desenvolver seu pensamento, foi abrangente e contextualizado com a dinâmica do cotidiano. Tratou, entre outros assuntos, da complementação e importância das ciências Exatas, Humanas e Sociais, demonstrando, por exemplo, que o rigor do empirismo não se pode constituir sem a reflexão sobre as transformações humanas na própria sociedade e no meio ambiente.
Sobre a filosofia do software livre o palestrante enfatizou a importância de se compartilhar conhecimento, além do dever de retribuição, que é próprio do pensamento livre. Isso é, da obrigação de se devolver, sobre qualquer forma útil, o benefício que se tem advindo do uso livre de determinado programa.
O mundo não é binário – Ainda dentro da discussão sobre pensamento livre, Smith chamou atenção da plateia sobre a necessidade de discernir entre ideias e pessoas, evitando contaminar com aspectos pessoais o julgamento sobre o realizado. Além disso, fez duras críticas à polarização das pessoas: “O mundo não é binário, as pessoas não são zero ou um, mas de zero a um”, afirmou. Fazendo uma clara referência à questão política atual do Brasil, ele afirmou: “porque tivemos problemas de corrupção com um governo que advoga uma ideia, atacamos a ideia, atacamos o que foi feito. É preciso separar ideia e pessoa”.
O professor, que tem origem dinamarquesa, disse enxergar no Brasil o que chama de “desperdício de inteligência”, ao não se privilegiar investimentos na Educação, na melhoria das escolas e na atratividade do ensino. Fazendo um paralelo com a Dinamarca, onde toda a educação e saúde são públicas, ele afirmou que o Brasil precisa pensar o uso de recurso para fins sociais como investimento, e não gasto.
Auditório da unidade ceresina da Universidade Estadual de Goiás, onde se realizou a abertura do evento
Acesse o álbum de fotos da abertura
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