Campus Ceres recebe estagiários no período de férias
Obrigatório para a maioria dos cursos ofertados pelo campus, o estágio pode ser cursado nas próprias dependências da unidade. Nessa entrevista falamos com a servidora responsável pelos convênios de estágio para entender melhor sobre as ofertas
Nos pacatos dias de férias do Campus Ceres, a presença, ainda que pequena, de estudantes em atividade chama atenção. São os discentes do curso técnico em Agropecuária que aproveitam o período para realizar seu estágio curricular, prática obrigatória neste curso. Além de diversas áreas para estágio, os estudantes que optam por o fazer aqui mantém o direito a residência e alimentação, mesmo que fora do período letivo.
Para entender melhor como funciona a destinação de vagas para estágios, tanto internos quanto em outras instituições ou empresas, conversamos com a servidora Kássia Rabelo, que desde 2013 é responsável pela Unidade de Estágios do campus.
Como é realizado o cadastro das vagas de estágio? De quem parte a manifestação de interesse?
Algumas empresas já estavam cadastradas conosco quando eu entrei na unidade, em 2013, principalmente para os cursos técnicos. Desde então temos ampliado os convênios, principalmente para os cursos superiores. Geralmente o interesse parte dos próprios estudantes. Eles me procuram já com a área e empresa em que têm interesse em estagiar. E aí nós entramos em contato e fazemos o processo de conveniamento com as empresas – quando elas ainda não têm acordo firmado conosco. Em 2016 houve uma empresa que nos procurou ofertando vagas de estágio, mas essa iniciativa é rara. Na maioria das vezes eles no procuram para oferecer vagas de emprego mesmo.
Como é realizado esse convênio?
Nós coletamos os documentos, as informações da empresa e fazemos um documento de convênio, que é enviado para a empresa. No documento é informado que se trata de vagas de estágio supervisionado, os cursos e áreas, e também a duração do cadastro, que é de cinco anos.
Há remuneração para os estágios?
Não é obrigatória a remuneração, por ser estágio supervisionado e obrigatório. Mas aí dependerá da empresa, ela pode decidir por remunerar também.
E o estágio aqui dentro, como funciona o cadastro das vagas e a oferta?
A procura também parte pelos estudantes. Geralmente nós ofertamos cinco vagas por área, que ficam pré-definidas pela Unidade de Estágios com a Coordenação de Laboratórios Educativos de Produção. Então, no fim de cada semestre eu repasso a essa coordenação a quantidade de estudantes interessados em vagas em cada área, e aí formalizamos a oferta. São ofertadas vagas nos setores de produção – Suinocultura, Avicultura, Ovinocultura e Bovinocultura – e também em Olericultura, Fruticultura, máquinas agrícolas e grandes culturas. Os setores com maior demanda, em geral, são Suinocultura e Avicultura.
Além dessas vagas, destinadas ao curso técnico em Agropecuária, nós ofertamos também estágio para o curso técnico em Administração. No último semestre, por exemplo, nós tivemos três estudantes. No caso desse curso ofertamos vagas, costumeiramente, no Gabinete, no Setor de Compras e Licitações e no Almoxarifado.
Nesse momento nós temos quatro estagiários, nos departamentos de produção. Quem faz a supervisão deles?
A supervisão dos estagiários é realizada pelo próprio coordenador de Produção, no caso, o servidor Ângelo Adão. No caso de ser um departamento com um técnico agropecuário responsável, como é a Suinocultura, esse também supervisiona.
Qual o perfil dos estudantes que estagiam aqui no Campus Ceres?
Geralmente são estudantes menores de 16 anos, que não podem estagiar fora, ou que se interessam por determinada área, como é o caso dos que estão atualmente aqui. A maioria são estudantes da modalidade integrada ao Ensino Médio, e cumprem o estágio durante a 2ª série do curso.
Há um fluxo de estudantes de outras instituições?
Sim, geralmente há. São estudantes que buscam estágios supervisionados de instituições de cidades próximas. Já recebemos, por exemplo, estudantes de Medicina Veterinária, de São Luís dos Montes Belos e de Anápolis, e também estudantes de Engenharia Civil, do Campus Uruaçu do Instituto Federal de Goiás (IFG). Em 2016 nós recebemos também estagiários de curso técnico em Agroecologia, também do IFG, ofertado na Cidade de Goiás. Foram duas turmas, uma de 10 e outra de 6 estudantes, ainda no primeiro semestre, durante cerca de 20 dias.
A carga horária para os estágios dos cursos técnicos é sempre de 160 horas?
Esse é o mínimo exigido, mas em algumas empresas os estudantes ficam mais tempo. Na Embrapa, por exemplo, só são aceitos estudantes para cumprir 30 dias úteis de estágio. Então, nesse caso, temos uma carga horária de 240 horas. Hoje nós temos quantas empresas cadastradas? Nós firmamos 39 convênios em 2016, que abrangem os cursos técnicos, e graduação em Zootecnia e Agronomia. Além desses, nós temos 127 empresas cadastradas para o curso de Agropecuária, 41 empresas para Administração, 13 para Agronomia e sete para Zootecnia.
E, conforme se apresentar a demanda, teremos novos convênios para os cursos de Sistemas de Informação e Meio Ambiente. Como ainda são cursos novos, ainda não possuem estudantes que necessitem do estágio.
Kássia Rabelo, chefe da Unidade de Estágios do campus
ESTAGIAR NO CAMPUS CERES - Eles deixaram as férias e vieram para o Campus Ceres cumprir o estágio curricular, obrigatório para o curso técnico em Agropecuária (e para outros cursos ofertados). Com o campus em baixa atividade, a atenção se concentra nas atividades do estágio e, no tempo livre, aproveitam para descansar nas residências estudantis, completamente vazias nessa época...
Rafael Aparecido e Gabriela Goulart estão estagiando no setor de Ovinocultura. Wallace Mendes e Lorena Ribeiro, na Avicultura. A rotina dos quatro estudantes se inicia cedo, por volta das 7h30, e envolve manejo sanitário, alimentício, separação de rebanhos (no caso da Ovinocultura) ou, no caso da Avicultura, recolhimento e separação dos ovos.
O que estão achando da experiência? O que tem de importante para o curso de vocês?
Rafael: Acredito que o importante é estarmos fazendo atividades que não realizamos durante as aulas. Por exemplo, tratar do rebanho com caroço de algodão, levar para os piquetes (pasto)...
Gabriela: A gente vê muitos detalhes aqui na prática que não estão previstos mesmo na sala de aula, porque são detalhes mesmo, coisas que se revelam na prática.
Lorena: Por mais que tenhamos a prática no curso, não é como aqui. Então quando eu for trabalhar fora, já saberei como funciona.
Wallace: A prática ajuda bastante. Na sala é tudo explicado, mas ao fazer as atividades mesmo, você compreende bem melhor.
Lorena: Tem muitas coisas também que não dá para acompanhar quando você está em sala de aula. Por exemplo, a debicagem (processo que desgasta a ponta do bico da ave para evitar agressões entre os animais), que eu poderei presenciar aqui.
E por que vocês optarem pelo estágio aqui?
Rafael: Olha, além de ter acesso fácil, nós temos direito à residência e à alimentação.
Lorena: No meu caso, na minha cidade só tem opção de estágio em casas agropecuárias. Como eu quero, no curso superior, alguma coisa mais voltada para a pecuária, então vim para Avicultura, em que tenho afinidade.
Wallace: Eu moro em Tocantis. Então, para eu cursar aqui é mais fácil, porque tenho a infraestrutura – alimentação, residência. E também me identifiquei com a área também.
Os estudantes Lorena Ribeiro e Wallace Mendes, realizando manejo alimentício no departamento de Avicultura
Ascom Campus Ceres
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