Educação Profissional é tema de abertura da semana acadêmica
Em palestra voltada aos estudantes e servidores da unidade, pesquisadora detalha a ampliação da Rede Federal e reforça a importância da interiorização dos IFs no Brasil
Nesta semana o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) realiza quatro grandes eventos dos seus cursos de graduação: os simpósios das licenciaturas em Ciências Biológicas e Química e do bacharelado em Sistemas de Informação, e a Semana de Ciências Agrárias, que envolve os cursos de Agronomia e Zootecnia e o Mestrado em Irrigação no Cerrado. Os eventos, que ocorrem até a próxima sexta-feira, 19, estão agrupados na semana acadêmica, de forma a proporcionar integração e interação entre participantes, palestrantes e pesquisadores convidados e os próprios estudantes da unidade.
As solenidades de abertura dos simpósios e da Semana de Ciências Agrárias foram realizadas, respectivamente, nos dias 15 e 16 de maio, trazendo como destaque em ambas a pesquisadora e professora Ivone Moreyra, que tem extenso currículo dedicado à Educação Profissional no Brasil, já tendo trabalhado na gestão do Instituto Federal de Brasília, no Instituto Federal de Goiás e, também, no próprio IF Goiano, na época de sua formação, no início da década de 2010.
Em sua fala, Moreyra preocupou-se com diversos aspectos, entre eles o de ressaltar a importância do espaço dos IFs na oferta de uma educação diferenciada, tanto a nível médio quanto superior. Ao definir as possibilidades a serem exploradas pelos estudantes – e mesmo servidores – dos Institutos, ela foi enfática: “são instituições que tem caráter universitário. Eu posso dizer isso porque quando a gente fala de academia, nós estamos falando do espaço de reflexão, pesquisa e produção do conhecimento. É desse lugar que nós estamos falando, e vocês estão, agora, nesse lugar, aqui em Ceres”.
A professora chamou atenção sobre a necessidade de interiorizar a educação profissional no País, e trouxe dados históricos da expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, ocorrida sobretudo a partir de 2009, com a transformação dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), das Escolas Técnicas Federas e das Escolas Agrotécnicas Federais em IFs. “Em tão pouco tempo – 95 pra hoje, quando a gente fala de história, é pouco tempo –, a mudança que essa instituição viveu é significativa. Esse evento aqui, simpósios e semanas acadêmicas de tantos cursos, é algo que se mostra revolucionário. A Educação Profissional atual do Brasil – vocês estarem aqui hoje – é fruto do trabalho de muita gente, muita gente que entendeu a necessidade que a educação precisava ter nos mais distantes lugares deste País. O Brasil não é só litoral e não é só capital”, conta Moreyra, que teve oportunidade de conhecer o Campus Ceres em seu ano de criação, em 1995, como Escola Agrotécnica.
A ampliação da Rede Federal, ocorrida entre os anos de 2003 e 2016, fez saltar o número de Instituições de 140 para 644, um feito que a pesquisadora disse ser “difícil de se encontrar em qualquer outro país”. E provoca: “Nós começamos a mexer com a possibilidade de o Brasil viver o que vocês têm aqui – uma escola de qualidade. Quando eu falo de qualidade eu estou dizendo que tem estrutura física, laboratório, professores bem formados, com mestrado e doutorado, com estudantes de pós-graduação, com pesquisa sendo desenvolvida”.
Com dados atualizados sobre o número de matrículas gerais no Ensino Médio, a pesquisadora aponta que a quantidade de unidades dos Institutos Federais hoje existentes, se parece grande, ainda é insuficiente para atender à demanda: correspondemos, com as vagas disponibilizadas, em nível nacional, a aproximadamente 12% do total de matrículas. Para contextualizar sua fala, ela trouxe a realidade goiana: “o IF Goiano tem 12 unidades, o IFG tem 14 – pra um estado desse tamanho! Se a gente colocar de um extremo a outro, de Itumbiara a Campos Belos, teremos quase mil quilômetros de distância, onde as pessoas não têm facilidade ou capacidade de se locomover com rapidez como em outros estados com dimensões menores”, demonstrou.
Outro aspecto apontado por Ivone Moreyra, com a expansão da Rede Federal, é o trabalho em conjunto que pode ser feito pelas Instituições que a integram – as quais possuem correspondentes em todos os estados do Brasil (em alguns casos, mais de um, como Goiás). “A ideia de rede é fundamental”, diz ela, demonstrando que pesquisas, projetos e soluções podem e devem ser compartilhadas entre os IFs, de forma a agregar experiência e trabalho.
O professor Vicente de Almeida, reitor do IF Goiano, presente na solenidade do dia 15 de maio, destacou o amplo campo de ação dos Institutos Federais
Ivone Moreyra fala aos estudantes de Agronomia, Zootecnia e do Mestrado em Irrigação no Cerrado
Confiram os álbuns das solenidades de abertura:
Ascom Campus Ceres
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