Campus Ceres dá início a sua primeira especialização

Foto oficial da Aula inaugural da Ecnem, com estudantes e professores do curso

Na noite da última sexta-feira, 1º de setembro, o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) realizou a aula inaugural da Especialização em Ensino de Ciências da Natureza e Educação Matemática (Ecnem). O curso é a primeira pós-graduação Lato sensu da unidade, e tem como principal público os egressos de licenciaturas, em especial as de Ciências da Natureza e Exatas. Assim como demais cursos do campus, é totalmente gratuito.

A mesa diretiva da solenidade foi composta pela docente Simone Firmino, coordenadora da especialização, pelo professor Paulo Ricardo Leite, gerente de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação da unidade, além do diretor-geral do campus, Cleiton Mateus, e do pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IF Goiano, Elias Monteiro, que representou o reitor do Instituto.

Em sua fala, o diretor-geral destacou a abrangência dos cursos do Campus Ceres no Vale de São Patrício, que oportunizam a milhares de jovens realizarem seus estudos de forma gratuita. Nesse contexto, a especialização em Ecnem é oportunidade para a formação continuada de professores da região, não só para o mercado de trabalho, mas também como pesquisadores da Educação.

A pós-graduação e suas perspectivas – Encerradas as falas, teve início a palestra A importância da pós-graduação na formação de professores, foco da aula inaugural, que foi ministrada pelo professor do Campus Ceres Gustavo Ferreira. Ao iniciar sua apresentação, o docente agradeceu o convite e afirmou que é preciso valorizar os estudiosos do Centro-Oeste, principalmente quando se fala em pesquisas na Educação.

Ferreira trouxe uma aula dividida em três eixos – o cenário brasileiro da pós-graduação Lato sensu, a formação continuada de professores e, por último, o potencial da especialização na prática e vida do docente. Inicialmente, explicou as diferenças entre os cursos de especialização (Lato sensu) e mestrado e doutorado (Stricto sensu), iniciando pela história desses cursos no Brasil, em 1965, com Newton Sucupira.

Ao tratar especificamente da especialização Ecnem, o professor relacionou-a aos cursos de licenciatura já existentes no Campus Ceres, em Ciências Biológicas e Química, inclusive pelo projeto formativo. De acordo com ele, “essa pós-graduação é baseada no aproveitamento do trabalho formativo, do professor criativo, que já empreendemos nos nossos cursos de licenciatura”. Gustavo Ferreira enfatizou a necessidade de se atualizar o conteúdo de Ciências: “Muitas vezes estamos reproduzindo um conteúdo arcaico, que tem sido trabalhado da mesma forma desde o século 18”, alertou. Para ele, esse é um dos desafios da Ecnem, que terá de se constituir como um espaço de formação, que respeite a autonomia e experiência que trazem os estudantes professores e os encare como sujeitos criativos.

Prática considerada – Um dos pontos mais enfatizados durante toda a palestra foi o saber que emana da prática docente. Gustavo Ferreira fez um ataque às posturas acadêmicas que somente consideram o saber sistematizado em pesquisas científicas e/ ou em cursos de mestrado e doutorado. Para ele – e baseando-se em diversos autores –, a prática em sala de aula é única, e coloca o professor em uma posição privilegiada de investigador.

“A formação do professor não ocorre pelo acúmulo do conhecimento ou da técnica”, apontou Ferreira. Ele expôs os preceitos da prática reflexiva e como ela permite ao docente tomar a dianteira em seu trabalho de formação de sujeitos. É o que o palestrante chamou de “saber da experiência”, e que não pode ser menosprezada frente ao acúmulo de diplomas, por exemplo. Assim, ele enfatizou a opção da especialização Ecnem em trabalhar com esse saber, utilizando-o para desenvolver nos estudantes o processo de reflexão sobre a prática docente e aguçar a prática investigativa.

Professor Gustavo Ferreira, do Campus Ceres, foi o palestrante convidado para a aula inaugural

Ascom Campus Ceres