Consciência Negra
O IF Goiano - Campus Campos Belos, neste vinte de novembro de dois mil e vinte e um, vêm convida-l@s à refletir sobre a questão racial na sociedade brasileira, afinal hoje é novembro e este é conhecido como o mês da Consciência Negra.
Quando falamos em Consciência Negra há que se ter em mente que falamos em discutir e dar visibilidade a temática racial. Diante disso provocamos você a relembrar à luta negra em nosso país. Precisamos revirar as ruínas que habitamos evocando as memórias do passado que se materializa em nossa estrutura (racista) do presente, para que assim possamos transformar o futuro.
Mas por que vinte de novembro? A data faz menção ao dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, um grande líder quilombola que lutou pela libertação do povo negro. Os quilombos surgem não como um lugar de descendentes de escravos tal como muitas vezes os definimos, mas surgem como um lugar – um território – de combate à escravidão. Ou seja, os quilombos, como diz Nego Bispo, são as mais importantes referências históricas de resistência no país. Se Zumbi foi a maior liderança negra de um quilombo que chegou a contar com cerca de vinte mil pessoas no que hoje seria o estado do Alagoas, no estado de Goiás contamos com o maior território quilombola do Brasil, com mais de trezentos anos de ocupação, o território Kalunga e isso é motivo de orgulho.
E Dandara dos Palmares, você sabe quem foi ou já ouviu falar sobre ela? Além de esposa de Zumbi e mãe de três filhos, ela lutou pela libertação total das negras e negros no Brasil, liderando mulheres e homens. Era uma grande estrategista. Contudo, poucos livros trazem Dandara ou outras mulheres como importantes lideranças em movimentos de luta e resistência, afinal as mulheres ainda ocupam espaços de menor prestígio e visibilidade em nossa sociedade, mas nós não poderíamos deixar de relembrar quem foi Dandara. Nós temos outras grandes heroínas negras em nossa história, mas justamente por serem mulheres e negras foram invisibilizadas da narrativa oficial, daí o papel fundamental da problematização e da pesquisa para a transformação da nossa história.
Em nosso campus contamos com o NEABI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e indígenas) um espaço voltado para o desenvolvimento de ações de pesquisa, ensino e extensão rumo à implementação de ações afirmativas e práticas para uma educação mais inclusiva e antirracista. Este espaço está em processo de organização e estruturação, definindo suas linhas de pesquisa e atuações, a despeito disso é um espaço aberto e de construção coletiva, por isso sinta-se convidad@ a integrar o núcleo cujas ações não se circunscrevem apenas ao dia vinte ou ao mês de novembro, mas que acontecem ao longo de todo o ano letivo. Afinal, se não basta não ser racista e é preciso ser antirracista, precisamos estar cotidianamente atent@s às nossas práticas, à nossa linguagem, aos silenciamentos e omissões o que requer um trabalho permanente de reflexão e autorreflexão. Assim, fique de olho nas atividades do NEABI – que este ano acontecem virtualmente – e nos acompanhe #IFGoianocampusCamposBelos nas redes sociais para ficar por dentro de tudo o que acontece.
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