IF Mulheres (entrevista completa do Boletim IF em Movimento - mar/21)
Criado em 2020 para este Boletim, o IF Mulheres é um espaço destinado a divulgar as ações de mulheres do IF Goiano. Tendo em vista que, como frutos de uma sociedade machista, na qual a violência contra a mulher – física, verbal ou emocional – é naturalizada, elas possuem várias desvantagens sociais. Então, esta seção se configura como um espaço de luta contra a institucionalização das violências e um espaço de referência e sororidade para as nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local. Na abordagem dessa edição, realizamos entrevistas com três mulheres, que vivem na intersecção de violências devido o machismo e o racismo. Elas representam, infelizmente, uma minoria de servidoras no IF Goiano que compactuam deste mesmo recorte de mulheres, escancarando para nós que políticas públicas são necessárias para promover igualdade social e oportunidades iguais a todas.
Tema: Não sou uma mulher preta linda! Sou mulher. Sou preta. Sou linda.
Entrevistada Silvia Maria dos Santos Severina Maria dos Santos – concursada em 1995, para o setor de lavanderia da então Escola Agrotécnica Federal de Ceres (EAFCe), onde permaneci até o ano de 2009. Devido a ter desenvolvido LER fui remanejada para o Centro de Equoterapia, para cuidar de sua organização. Em 2010, com o advento da aposentadoria da coordenadora do setor à época, professora Elisabeth, me foi passada essa incumbência que permanece até o dia de hoje.
1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.
Na minha infância, e no começo da adolescência, penei um pouco, mas nunca me deixei abater, não entedia o porquê de tanta indiferença, mas minha mãe sempre me dizia “não se incomode com essas besteiras, porque você pode ser o você quiser, se eles podem, você também pode”. Daí sempre foquei nos estudos para me sentir auto suficiente, o que me ajudou muito no meu processo de autodescobrimento e de autoconhecimento. Passei a ter melhor percepção do mundo e suas injustiças, tive que me emancipar muito cedo com o "passamento" do meu pai precocemente, por ser primogênita de uma família de seis filhos e de pobreza extrema. Aprendi desde então a lutar contra os relacionamentos abusivos que se passavam com outras mulheres negras como eu, coisa essa que nunca aceitei. Nós criamos sim uma "carcaça" de guerreira, forte e lutadora, mas as feridas estão lá e, o pior, sem ninguém que trate delas, sem ninguém que se importe. Aprendemos a engolir o choro e seguir, mas isso não quer dizer que não esteja doendo. Enquanto a mulher branca ganhou o estereótipo de "sexo frágil", nós mulheres negras ficamos com o de "forte, mulher que aguenta tudo". Nenhum deles é bom! Se um subestima a capacidade, o outro tira o direito à dor, à tristeza, ao cansaço.
No mercado de trabalho os efeitos do racismo estrutural são evidentes, a cultura do branqueamento é predominante e quanto mais retinta for a nossa pele, quanto mais preta ela for, mais distante estará das oportunidades. Não apenas no mercado de trabalho, mas em todas as esferas de nossa vida. Ainda que a capacidade profissional nossa seja comprovada para exercer determinada função, outras características, que nada têm a ver com a função a ser exercida, determinam a ocupação da vaga por pessoas de outros grupos raciais. Possuir uma identidade de gênero feminina, qualquer que seja ela, no nosso País é um constante exercício de resistência.
2. Comente como frases racistas camufladas de elogios tais como: “que mulher preta linda”, “você tem uma beleza exótica”, “você tem traços finos” ... podem destruir a autoestima das mulheres pretas.
Sinceramente, eu acho ridículo todas essas frases que usam a desculpa de ser um "elogio" e na verdade são frases totalmente racistas. Precisamos entender que somos gente, não gente negra ou gente branca, simplesmente gente. Afirmações como essas só reforçam o racismo existente nessa modernidade de forma sutil.
3. Como se dá a construção da autoestima de uma menina/mulher preta em uma sociedade que padroniza bonecas sem representatividade, que tem em seu imaginário a construção de um Deus branco e onde o protagonismo e o padrão de beleza se dão em pele branca?
É uma luta conseguir construir autoestima, se amar e se aceitar, porque sempre vem à tona a dor de tantas mulheres negras marcadas por gerações e gerações, sendo excluídas, subestimadas, desvalorizadas e nunca sendo as preferidas, dentro da realidade que temos. Enquanto a representação for racista a representatividade será escassa.
4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Silvia profissional, a Silvia mãe e a Silvia Mulher.
Decidi prestar concurso, pois em certames assim não há discriminação racial, não se vê quem está fazendo as provas!!! Não se sabe a cor, o gênero, o local de nascimento, nada! E aí, só o mérito individual e esforço de cada um. Mas para não fugir aos padrões logo que iniciei o trabalho na Instituição já senti na pele o preconceito por ser mulher e mulher negra. Reagi e com isso quase fui exonerada, mas como de costume não me abalei e continuei a fazer meu trabalho.
Eu, mãe solteira, criei filhos com a percepção de empoderamento em que poderiam sim ser quem e o que quisessem, dentro do respeito às regras exigidas na sociedade em geral. Que independente da nossa cor, somos importantes. Até porque sonho que se sonha só... é só um sonho que se sonha só... mas sonho que se sonha junto é realidade.
Eu, mulher solteira por opção, livre, independente, feliz comigo mesma, segura de quem sou e do que quero, me considero forte justamente por ter passado por isso.
5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local.
Desde a "abolição da escravidão", a população negra só foi incluída como consumidor e nunca como cidadão. Mesmo tendo sofrido todo tipo de bullying na escola, acredito nela como espaço de construção de sociabilidades, de afetividades, de conhecimentos, de produção de humanidades, de acolhimentos, de emancipação de pessoas. Espaço do contraditório, da diversidade, de estar sempre em construção, nunca estar pronto, que é bonito se saber sujeito em processo de ser sempre melhor para si, para o outro e para o mundo. Acredito ser imprescindível que o debate acerca da desigualdade de gêneros faça parte do ambiente escolar A relação gênero-educação é abrangente e complexa e não é uma novidade, embora pareça que somente na atualidade a desigualdade de gêneros esteja sendo discutida. Bora desconstruir conceitos para ajudar as novas gerações de mulheres negras sejam mais empoderadas. Empoderamento da mulher negra já!, verdadeiro e profundo. Somos fortes sim, mas temos sentimentos como todo ser humano. Sejamos aguerridas e lutemos pelas novas gerações.
Entrevistada Fabiana Aparecida Marques – bacharela em Química pela Universidade Federal de Uberlândia (2007-2010), mestra em Química Orgânica pela Universidade Federal de São Carlos (2011-2013), doutora em Química Analítica pela Universidade de São Paulo - IQSC (2018), com período sanduíche na Concordia University, Canadá. Atualmente é professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano. Tem experiência nas seguintes áreas: separações (cromatografias), espectrometria de massas, metabolômica, ferramentas quimiométricas, infravermelho, produtos naturais e microbiologia.
1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.
Quando se fala em corpo feminino, logo pensa-se no padrão estético “magro” e na maioria das vezes na cor de pele branca, padrão culturalmente imposto pela sociedade e cultura contemporânea. Ao analisar o termo “objetificação do corpo feminino”, tem-se por trás disso, além do padrão que a sociedade impõe, a falta de relevância em termos emocionais e psicológicos de uma mulher. Essa objetificação está muito relacionada com o que a mídia impõe, um padrão contemporâneo, e que muitas das vezes está vinculado à questão de agradar alguém, sendo inclusive ponto para comentários e piadas sexistas. Contraditoriamente, o meu “eu” vem de oposto ao padrão que se espera, na verdade sou uma mulher dita “gordinha”, que desde a infância ouviu “como você tem o rosto bonito”. Sim, são expressões que as mulheres fora do padrão que a sociedade impõe ouvem geralmente, e são a partir dessas expressões que eu aprendi a me blindar para me manter emocionalmente e psicologicamente desde a infância, feliz e bem comigo mesma!
2. Qual a situação da mulher preta no Brasil? Onde estão estas mulheres?
Uma questão um tanto quanto complexa. A depender da subjetividade, conhecimento e status de cada um, tem-se uma visão diferente para onde estão estas mulheres. Quando levamos para o mercado de trabalho, pode-se considerar que é o local onde a mulher preta mais sofre com o racismo e desigualdade em seu cotidiano. Atualmente existem mulheres pretas em diferentes locais e status no País, desde aquelas mulheres que estão alcançando cada vez mais seu espaço para novos e melhores cargos até mulheres que se encontram, na maioria dos casos, em condições degradantes e vulnerabilidade social. Quando analiso os locais onde passei durante minha formação, mínimas foram as mulheres pretas com as quais me deparei e que estivessem no mesmo nível de formação e atuação que eu. Infelizmente essa é a realidade brasileira, quando penso e tento lembrar de alguma mulher química e preta, confesso que tenho dificuldades. Sinto-me privilegiada em ter chegado até aqui, doutora e docente em uma instituição pública de ensino, concursada! Mas esse privilégio não está relacionado com sorte ou mérito, e sim de luta e resistência a uma sociedade racista e machista. Deixo aqui um apelo às mulheres pretas, que possamos desenvolver ações e criar meios de melhoria para nossa inserção no mercado de trabalho e consequentemente maior visibilidade social, o que quebraria em partes um processo histórico inundado pelo racismo entrelaçado nas esferas sociais, permeado ainda pelas desigualdades e falta de oportunidades.
3. Como se dá a construção da autoestima de uma menina/mulher preta em uma sociedade que padroniza bonecas sem representatividade, que tem em seu imaginário a construção de um Deus branco e onde o protagonismo e o padrão de beleza se dão em pele branca?
Aqui recorro facilmente às palavras inseridas na primeira pergunta. Considerando o meu “eu”, diria que embora eu fuja dos padrões estéticos que historicamente a sociedade preconiza, sempre tentei manter o emocional e o psicológico – amor próprio deve vir em primeiro lugar. Por incrível que pareça são questões que de fato nunca me afetaram como pessoa nem ao menos como profissional ou mulher. Ressalto ainda que as mulheres estão sujeitas a inúmeros tipos de discriminações, muitas são as combinações possíveis de opressões que acabam atingindo diversos segmentos. Dessa forma é importante ressaltar que não devemos pensar em discriminações individualizadas, há uma sinergia entre os tipos de discriminações, surgindo um termo muito bem utilizado pelos estudiosos do ramo: a interseccionalidade, que vem tratar da forma pelo qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe, sexismo, e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições de mulheres, raças, etnias, classes e outros vários quesitos. A luta por dignidade é diária, e nós mulheres pretas precisamos ser resistentes, não é o padrão de cor de uma boneca que iria interferir no meu intelecto e conquistas. Tento estar sempre buscando, transformando, reinventando, e é por isso que sinto o direito de dizer que não é um padrão feminino objetificado pela história que vai interferir nos meus limites profissionais e pessoais, é a minha história... minha vida.
4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Fabiana profissional, a Fabiana mãe e a Fabiana mulher.
Essa pergunta me fez refletir o quanto esse assunto é pouco discutido e até mesmo analisado por mim. Me fez enxergar o quanto o racismo impacta a vida de muitas mulheres pretas, o quanto isso deveria ser mais explorado e analisado pela sociedade como um todo. Nessa entrevista foi necessário que eu buscasse referências e estudos em que eu pudesse me guiar em algumas questões, por mera falta de conhecimento e embasamento para gerar uma discussão coerente. A Fabiana profissional, a Fabiana mãe e a Fabiana mulher acabam sendo uma mulher preta que se considera não impactada pelo racismo existente e encrustado na sociedade. Temos que levar em consideração que não existe somente a discriminação racial, mas também o sexismo, discriminação de gênero, violência doméstica e inclusive práticas machistas. A Fabiana nas três vertentes citadas acaba sendo uma mulher preta privilegiada, como já citei em respostas anteriores, a luta e resistência sempre foram companheiras para chegar onde me encontro hoje, e certamente os espaços que ainda irei conquistar. A Fabiana profissional sempre se cobrou muito, pelo perfeccionismo nas ações acadêmicas, pela busca sempre em não falhar perante algum tipo de avaliação e isso não abre espaço para mostrar as fraquezas, sempre gostamos de nos mostrar fortes e sem falhas, o que de forma prática e real não é bem o que acontece. A Fabiana mãe, essa sim está em constante aprendizado, uma vertente tão recente na minha vida e que em pouco tempo já foi suficiente pra mostrar o quanto somos fortes – não relaciono aqui ao fator “cor da pele”, nesse ponto eu ressaltaria que por detrás de todo o “romantismo” em ser mãe, existe uma MULHER forte e com um coração imensurável de sentimentos. Por fim, a Fabiana mulher, aqui pego o gancho da primeira resposta, a questão da personificação do padrão estético feminino, a Fabiana nessa vertente é mais resistente ainda, com amor próprio, equilíbrio emocional e psicológico eu amo ser a Fabiana que sou!
5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local.
Tenho convicção de que, muitas vezes, o percurso é árduo, nosso profissionalismo e estética são sempre avaliados e observados de acordo com o padrão que a sociedade preconiza, o que acaba sendo marcado racialmente. No entanto, não devemos permitir que olhares externos e empecilhos diversos nos façam colocar em dúvida nosso potencial. Nos conhecer, parar de “naturalizar” nossa origem e história, explorar nossos laços familiares de solidariedade geram, em minha opinião, um diferencial para mulheres que vivem em situações de vulnerabilidade ou de múltiplas vulnerabilidades, devido o interseccionalismo presente. Conhecer nossos direitos, deveres e aprofundar em estudos para compreender nosso próprio processo histórico fazem também muita diferença – evitem sempre de se vitimizar por serem, por exemplo, mulher e preta, se profissionalizem cada vez mais! O conhecimento é nosso escudo, isso nenhum tipo de padrão social pode nos tirar. A invisibilidade do racismo acaba sendo uma triste realidade brasileira e, dessa forma, não se pode esperar que a população preta, em especial as mulheres pretas estivessem familiarizadas com essas discussões, então ressalto aqui a necessidade de nos conhecer e desbravar caminhos pela sociedade. Finalizo com uma frase: “Aquilo que não se via ou não se dizia ou se fingia não ver/dizer está dito: racismo” (Jurema Werneck, 2003).
Entrevistada Cristiane Maria Ribeiro – possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (1995), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (2000) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (2005). Foi professora efetiva da Universidade Federal de Goiás e atualmente está vinculada ao Instituto Federal Goiano, como professora. Tem experiência na Educação Básica e em pesquisa, principalmente sobre os seguintes temas: Educação, Educação para as relações étnico-raciais, Políticas Educacionais e História da Educação. É, também, professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino para a Educação Básica e Gerente de Pesquisa do Campus Urutaí do IF Goiano.
1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.
Tenho comigo uma postura e atitudes de que o lugar das mulheres deve ser onde elas quiserem estar, não um modelo determinado de comportamento, profissão e limitações do que ele pode ou não fazer por causa de seu gênero. Este pensamento não foi construído na militância e nem, tampouco, na academia, mas fruto de condições adversas de vida que me empurrou para tarefas que as vezes eram tidas como masculinas, acompanhando meus pais em trabalhos precarizados. Meus pais não determinavam o que um filho ou filha podia fazer. Logicamente, esta perspectiva foi aprofundada na militância.
2. Comente sobre como a hipersexualização do corpo preto afeta a vida afetiva e social das mulheres pretas.
Esta questão é muito difícil de enfrentar porque há o preconceito de gênero que objetifica as mulheres, e quando se é negra temos que lidar, também, com a ideia de servir para sexo ocasional, sem envolvimento, respeito ou compromisso. A dificuldade é que se você tenta fugir de qualquer um destes estereótipos, fica tachada como rancorosa, frustrada. Confesso que é difícil lidar com alguns homens que se acham no direito de propor relacionamentos “secretos” ou te enxergam como subordinada, mesmo tendo a mesma função no organograma da Instituição. Particularmente, o mais difícil é mostrar que não há possibilidade de me sujeitar a isso com elegância, propriedade e educação.
3. Segundo a filósofa Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Qual a importância para a nossa Instituição de que os nossos gestores entendam esta afirmação?
Eu vejo dois movimentos quando a mulher negra quebra as barreiras e se empodera ou consegue tratamento equitativo dentro de uma instituição. De um lado vejo um incomodo daqueles que tem posições conservadoras, expressado a partir de questionamentos, tais como: Por que ela? Como ela consegue? Ela está ali por cotas, pois a instituição quer parecer politicamente correta? Por outro lado, vejo um movimento de pessoas que conseguem compreender a perversidade das relações raciais brasileiras e veem um você uma esperança ou modelo a ser seguido. Penso que é urgente uma política institucional permanente de promoção de inclusão dos grupos minoritários.
4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas, e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Cristiane profissional, a Cristiane mãe e a Cristiane mulher.
Fiz a opção em construir como objeto de pesquisa as questões afetas à diversidade étnico-racial, conciliar minha carreira profissional com a temática é tranquilo, pois não só escrevo, oriento sobre a temática, mas tenho que mostrar nas ofertas de disciplinas que sei muitas outras coisas. Sou uma mulher feliz por me considerar bem-sucedida profissionalmente. A maternidade é uma realização indescritível!
5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local?
Gostaria de dizer para as mulheres, principalmente para as jovens pobres e negras, que ser negra neste País é a coisa mais difícil do mundo, é quase insuportável – contudo, nós não precisamos nos encaixar nos estereótipos e lugares que são a nós destinados, e para não submeter é preciso lutar, conscientemente.
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