O cotidiano literário do estudante duas vezes premiado no Farol Cultural
Conversamos com o estudante Guilhermy Camargo, do Campus Ceres, que pela segunda vez foi o vencedor do concurso literário do IF Goiano
O estudante Guilhermy Camargo, do curso técnico em Informática do Campus Ceres, foi novamente premiado no Concurso de Contos Farol Cultural, promovido anualmente pelo Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Camargo já havia conseguido o primeiro lugar em 2016, com o conto A Casa da Rua 66.
A premiação do Farol Cultural ocorreu no Campus Iporá, no dia 08 de novembro, durante o Festival de Arte e Cultura da unidade. O estudante de Ceres recebeu novamente o primeiro lugar no concurso, que já alcança sua quinta edição, no qual participou com o conto Insônia.
Nós conversamos com o estudante sobre sua percepção sobre a literatura, tanto no campo artístico quanto como em uma possível área profissional.
Guilhermy, durante todo seu Ensino Médio você inscreveu contos para o Farol Cultural, sendo premiado nas duas últimas edições. O que mudou na sua visão sobre a literatura durante o percurso?
Até o concurso do ano passado, eu só havia escrito dois contos. O primeiro foi em 2015, escrevi pois era parte da nota de Português, mas o aproveitei para o Farol. E o segundo era uma reescrita melhorada e agora corrigida por professoras. Eu via contos apenas como objetos de concursos literários. Agora, percebo que são muito mais que isso. Eles passaram a ser um meio de expressão, lendo um texto meu pode-se deduzir algumas coisas sobre mim. Então, do ano passado pra cá, desenvolvi vários enredos e ideias justamente por conta dessa relação mais íntima. Passei a ver mais facilmente no cotidiano diferentes histórias que dariam livros e contos. Até mesmo quando não estou escrevendo, estou juntando informações para escrever.
Como tem sido, então, sua relação com a literatura? Suas práticas em relação ao assunto?
Passei a ler bem mais do que lia. A leitura deixou de ser obrigação, e se tornou complemento. A diferença é que quando leio um livro, tento analisá-lo criticamente: entender as personagens, o meio que as influencia, e outros detalhes. A escrita é o resultado disso. Quando se lê, se escreve. Esse conhecimento literário, de vários enredos, várias personagens, e diferentes narrações, resulta em algo muito importante. A escrita nasce devagar, e precisa ser alimentado cuidadosamente para não perder seu sentido: a ideia. Depois que comecei a anotar e trabalhar minhas ideias, dificilmente elas se perderam na mente. Desde março fui monitor de Português, então, ajudando alunos com dificuldades na língua e na escrita de variados gêneros (como textos dissertativos-argumentativos, resenhas críticas, contos, crônicas e etc) meu contato com a literatura e gramática só aumentou. Além disso, desde setembro venho ministrando um curso de literatura com a professora Solange Corsi.
E como tem sido esse Curso de Literatura?
Já havia lançado a ideia de um curso de contos para a professora Solange no ano passado. Esse ano, conseguimos cadastrá-lo como um curso FIC (Formação inicial e Continuada). Ele vem acontecendo de agosto até agora, e finaliza em dezembro. São duas aulas semanais, a primeira sempre às segundas-feiras, quando eu ministro práticas, conceitos e técnicas da escrita literária, é como uma monitoria de escrita. E nas sextas a professora Solange trabalha a leitura, análise e interpretação de textos como contos, poesias e crônicas. Esse curso tem sido uma oportunidade para troca de conhecimentos. Eu os ensino, mas ao mesmo tempo eles me ensinam, e essa tem sido uma experiência gratificante e enriquecedora. Já descobrimos vários talentos, inclusive, uma das estudantes que participa das aulas, Alice Evangelista, ganhou em 2º lugar no Campus Ceres.
Para finalizar, poderíamos conhecer um excerto do seu conto, Insônia, que foi o grande premiado no Farol?
"Parecia que iria chover. No céu, a Lua. Cheia. Quase sendo ofuscada pelas nuvens negras. Entretanto, ainda emitia uma luz maravilhosa. O sol da noite. Desejei um cigarro. (…) O barman limpava alguns copos quando se virou. Levou um susto. Talvez por que eu parecia um psicopata de pijama o olhando fixamente, ou talvez por que era incomum pessoas aparecerem ali naquelas horas. (...) 12% das árvores do mundo estão na Amazônia. Além disso, existem 422 árvores para cada ser humano, ou seja, existem por volta de 3 tri.... E meus pensamentos foram se perdendo no meio de diversos dados estatísticos misturados com conscientização ambiental. (...) Foi quando, com as costas, acertei uma maçaneta, e achamos uma porta a qual nenhum de nós havia visto antes."
Ascom Campus Ceres
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