Cerimônia de lançamento teve participação de gestores, professores e estudantes do IF Goiano, parceiros do projeto e produtores cooperados da região do Cará

O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) lançou na segunda-feira, 21, o projeto Estruturação da Indicação Geográfica (IG) do Polvilho do Cará. Por meio dele, a Instituição vai gerir, com ajuda de outros parceiros, o processo de reconhecimento desse produto como originário da região junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O projeto foi aprovado em segundo lugar em um dos eixos da Chamada Pública realizada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério da Educação, em parceria com os Institutos Federais de São Paulo (IFS) e do Espírito Santo (Ifes). O objetivo do edital é apoiar o desenvolvimento de projetos destinados ao registro e ao desenvolvimento de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, baseando-se em atividades de pesquisa, extensão, estímulo ao empreendedorismo e à inovação.

A Indicação Geográfica é um instrumento de propriedade industrial que busca distinguir a origem geográfica de um determinado produto ou serviço que tem qualidade, reputação ou outra característica atribuída à territorialidade. Para cumprir esse objetivo com o polvilho do Cará, uma equipe formada por estudantes e professores do IF Goiano, além de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) determinou as etapas do projeto previstas para os próximos 12 meses. Entre as atividades programadas está o resgate histórico da produção da mandioca nessa região, inclusive com especificações técnicas, além da identificação da necessidade de pesquisas adicionais sobre o tema.

A produção de polvilho do Cará, região situada em Bela Vista de Goiás, a 50 quilômetros de Goiânia, existe desde 1956 e é a principal fonte de renda de seus agricultores familiares. De lá para cá, vários desafios ameaçaram o cultivo da mandioca, como o êxodo rural e, principalmente, o surgimento do polvilho industrial na década de 1990. Para não deixar essa tradição acabar, os quatro agricultores que ainda se mantinham na atividade decidiram se organizar em uma cooperativa, em 2005.

Hoje, a organização tem 52 membros que produzem cerca de 60 toneladas de polvilho por mês e atende 35 municípios goianos, além de Goiânia e Brasília. O aumento da produção possibilitou, naturalmente, outros ganhos para os agricultores familiares, como melhoria na qualidade de vida, criação da marca coletiva “Polvilho do Cará”, diversificação dos produtos – além do polvilho, hoje a marca produz derivados como farinha, farofa e tapioca - e até a escolarização formal das famílias.

“Antes da cooperativa ninguém aqui tinha curso superior. Hoje já são 24 pessoas que se formaram ou estão graduando”, revela o presidente da Cooperativa Mista dos Pequenos Produtores de Polvilho e Derivados da Mandioca da Região do Cará (Cooperabs – José Atair da Silva Neto), Outra inovação que a cooperativa trouxe foi remuneração específica para as mulheres que participam ativamente da produção do polvilho.

Fazer extensionista - A cerimônia de lançamento foi virtual e teve a participação de gestores do IF Goiano, Mapa, Sebrae, Setec/MEC, equipe que vai trabalhar o projeto, liderada pelo professor Bruno Martins, do Campus Avançado Hidrolândia, e produtores cooperados. Para a pró-reitora de Extensão do IF Goiano, Geísa Boaventura, a participação do IF Goiano nesse projeto sela a marca do fazer extensionista, que é promover o diálogo entre várias pessoas em busca de melhorias para uma comunidade. Ela destacou, ainda, a importância do trabalho em rede para o desenvolvimento dessa ação de extensão inovadora no IF Goiano.

Além do polvilho do Cará, o Instituto aprovou, na mesma chamada, o projeto de estruturação de Indicação Geográfica da Jabuticaba de Hidrolândia, que está em fase de implantação. Esses trabalhos serão coordenados pelo professor Tadeu Robson Melo Cavalcante, do Campus Hidrolândia.

Diretoria de Comunicação Social