Campus Morrinhos implanta Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em ILPF
Projeto é uma parceira entre o IF Goiano, a Embrapa, a Emater e o engenheiro florestal Teotônio Francisco de Assis.
Um laboratório a céu aberto para um projeto inédito no Brasil. Essa é a melhor definição para a Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) que está sendo implantada no IF Goiano - Campus Morrinhos. Em uma área de aproximadamente 10 hectares, bem às margens da BR 153, já é possível ver as mudas de eucalipto, que foram plantadas nos dias 23 e 24 de janeiro deste ano.
A ideia a princípio era a implantação de um sistema de ILPF de simples modo, inserindo componente arbóreo, lavoura e pastagem. A partir da parceria entre o IF Goiano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa) e a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e com a importante colaboração do engenheiro florestal Teotônio Francisco de Assis, o projeto ganhou novos horizontes e os propósitos tomaram uma dimensão maior rumo ao melhoramento genético da cultura do eucalipto.
O engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa Produtos e Mercado, Abílio Rodrigues Pacheco, relata que as mudas foram produzidas em um viveiro localizado em Minas Gerais. Todo esse material foi cedido pelo Teotônio, um renomado especialista quando o assunto é eucalipto.
Ao todo, foram 40 clones, sendo 5 plantas por parcela e 7 repetições, totalizando 1400 mudas de clones de eucalipto, e mais 30 progênies de diversas espécies, sendo uma média de 15 plantas por progênie, somando 450 mudas de progênie. A inserção desses diferentes materiais propiciou a realização de um teste clonal e teste de progênie em arranjo ILPF, visando selecionar árvores superiores que depois vão se tornar clones, no caso das progênies, específicas para as condições de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no Estado de Goiás e na região Centro-Oeste, demonstrando também características relacionadas à qualidade de madeira, servindo de referência para os empreendimentos do setor florestal.
Dessa forma, trata-se de um projeto pioneiro. “Esse trabalho pegou um viés de melhoramento genético muito forte, o que é inédito no Brasil. Tornou-se um marco referencial muito importante e em uma posição de muita visibilidade”, afirmou o pesquisador Abílio.
Em visitas constantes à área plantada, Abílio avalia que as expectativas são as melhores possíveis. “Realizamos o replantio no dia 23 de fevereiro. O índice de substituição de mudas danificadas e mortas foi muito pequeno, mostrando que o trabalho está indo muito bem. As condições do campus e o apoio contundente da Direção-Geral do Campus Morrinhos e da Reitoria do IF Goiano estão sendo determinantes para a condução desse projeto de forma muito positiva”, declarou.
O docente e coordenador do curso de bacharelado em Agronomia, Emerson Trogello, ressalta que são amplas as possibilidades de avaliações, desde copa das árvores, desenvolvimento inicial, efeito alelopático, entre outras análises, por isso a importância de se explorar ao máximo a oportunidade de estudos oferecida pelo experimento.
Sobre as ações futuras, o docente conta que a intenção é entrar com a cultura da crotalária em cobertura, nas entrelinhas, para inibir as plantas daninhas. Em outubro, planeja-se entrar com a cultura da soja, e caso possível, do girassol em fevereiro.
Além do professor Emerson, também integram a Comissão do Projeto de Implantação de Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta do IF Goiano - Campus Morrinhos, o gerente de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Rodrigo Vieira da Silva, a coordenadora do curso de bacharelado em Zootecnia, Andréia Cezário, e o coordenador geral de Laboratórios Educativos de Produção, José Feliciano Bernardes Neto.
Os servidores do Campus Morrinhos e os demais profissionais envolvidos contam com a participação efetiva dos alunos para as atividades práticas.
Para o IF Goiano - Campus Morrinhos, os benefícios da implantação da Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são muitos. Do ponto de vista técnico, o próprio sistema ILPF já carrega um leque de vantagens, sendo uma forma de adotar na instituição uma tecnologia reconhecida mundialmente por agregar os três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental.
A experiência para a comunidade acadêmica será enriquecedora e proporcionará uma visão diferenciada. Os alunos, como futuros profissionais da área de Ciências Agrárias, irão aprender na prática como gerar o que a humanidade mais busca nos dias de hoje: a sustentabilidade dos sistemas de produção.
O projeto também contribuirá com as atividades de pesquisa, refletindo positivamente nos estudos sobre os sistemas de integração, na evolução do melhoramento genético do eucalipto e no desenvolvimento do setor florestal.
Estar sendo o berço desse projeto tão significante em diversos aspectos representa o potencial da instituição na formação dos profissionais de amanhã e no fomento à ciência, dando aos estudantes e aos pesquisadores a oportunidade de acesso a um extenso campo de conhecimentos sobre temáticas que estão em evidência na sociedade e que muito servirão de modelo para os produtores.
Assessoria de Comunicação Social - Campus Morrinhos
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