Saúde mental dos estudantes é tema de debate no campus

A iniciativa foi organizada pela Quality Alimentos Júnior (empresa júnior do curso de Engenharia de Alimentos) em parceria com o Núcleo de Assistência à Saúde (NAS), o Núcleo de Ciência, Arte e Cultura (NAIF) e o Grupo Ações pela Vida.

Durante um dia inteiro especialistas de saúde mental estiveram no campus conversando com alunos, professores e técnicos administrativos, sobre aspectos ligados à saúde mental dos estudantes. Suely Caixeta, psicóloga, pesquisadora e professora universitária e Adriano José Hertzog Vieira, filósofo, psicanalista, pedagogo e escritor se revezaram para conversar com os participantes dos encontros.

O sofrimento é uma condição do ser humano

O psicanalista Adriano Hertzog enfatizou em suas colocações que o ser humano convive sempre com o sofrimento e, na maioria das vezes, é confrontado com a ilusão de que a felicidade é algo sem sofrimento. Para ele, o sofrimento é produzido pela realidade estrutural na qual o indivíduo está inserido, como família, escola e a sociedade de um modo geral.

Sobre o sofrimento psíquico dos estudantes de universidades, o especialista aponta a transição do ensino médio para o ensino superior como sendo um dos gatilhos. "Um encontro do ideal com o real que pode levar a doenças psíquicas, como ansiedade e depressão", afirmou.

Segundo ele, o avanço da tecnologia e o advento da internet têm contribuído para o aumento na incidência de doenças da mente, sobretudo, a ansiedade. O psicanalista lista os cursos da área de saúde como aqueles que apresentam maior ideação suicida entre os estudantes.

O que é a depressão?

Para Hertzog, a depressão é um processo de sofrimento causado pela falta de algo que antes se possuía. A partir dessa perda, inicia-se um ciclo que desemboca na depressão. Ele reforça que depressão é diferente de tristeza. “A depressão é um sofrimento prolongado que leva ao isolamento”, explica.

Sobre o tratamento, o especialista fala da importância de um acompanhamento terapêutico. “É preciso aprender a lidar com aquilo que causa o sofrimento, aprender a lidar com os afetos”, diz.

Como ajudar?

Professor Hertzog falou da importância de estar ao lado daquele que apresenta os sintomas, no entanto, alerta para que não o force a fazer uma terapia. “O primeiro passo para a cura é a decisão de fazer o tratamento”, disse o professor, ressaltando que a decisão de buscar o tratamento cabe ao indivíduo acometido pelos sintomas depressivos. “A melhor coisa é encaminhá-lo para um processo de escuta”, finalizou.

Seção de Comunicação Social e Eventos