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Queda de energia elétrica no campus prejudica pesquisas e serviços administrativos

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Publicado: Sexta, 17 de Abril de 2020, 10h22 | Última atualização em Quarta, 22 de Abril de 2020, 16h01 | Acessos: 1792

Mais uma vez, o Campus Rio Verde do Instituto Federal Goiano recorre ao Procon para registrar os frequentes transtornos ocorridos com a falta de energia, bem como a demora da empresa ENEL em restabelecer os serviços.

imagem sem descrição.

Desta vez, o fornecimento de energia elétrica foi suspenso, às 09:15h de 14 de abril de 2020 e só foi restabelecido às 14:36h do dia seguinte. Foram mais de 24h de interrupção que prejudicaram, novamente, as pesquisas e atividades administrativas. Imediatamente, após a queda de energia iniciou-se a saga para solicitar a Enel o religamento. [Veja protocolos].

O longo período sem energia elétrica deixou dirigentes e pesquisadores preocupados com o andamento de pesquisas de longa duração conduzidas no Campus. Esclarecemos que há 72 laboratórios, atualmente em funcionamento no Campus, que atendem às atividades de pesquisa, ensino e extensão. O Campus Rio Verde, dentre os 661 Campus da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, situa-se entre os três primeiros lugares quanto ao nível de ensino e do desenvolvimento de pesquisas inovadoras, o que resulta nos melhores indicadores oficiais (ranking) nas áreas de ensino e de pesquisa, utilizados pelo Ministério da Educação e Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

Obviamente, o fornecimento de energia elétrica para os laboratórios supracitados é insumo prioritário, já que representa a garantia do avanço de diversas pesquisas neles realizadas. Por exemplo, no Laboratório de Fitopatologia e Nematologia foram perdidas cerca de 80 amostras de solo, raízes de plantas, meios de cultura com micro-organismos repicados e isolados, oriundos de produtores ou empresas, para análises e emissão de laudos (serviço tecnológico prestado pelo laboratório). Igualmente, houve prejuízos com amostras de micro-organismos e de enzimas (cerca de 1.200 amostras armazenadas em ambiente refrigerado), utilizadas em diversos projetos Embrapii.

No Laboratório de Química de Produtos Naturais ocorreu oxidação dos óleos essenciais extraídos das plantas, uma vez que não podem ser descongelados. No Laboratório de Plantas Daninhas, 86 amostras, preservadas em freezer, também foram perdidas. Similarmente, no Laboratório de Microbiologia Agrícola, 436 amostras de isolados microbianos, preservadas em geladeiras, freezers e ultra-freezers, foram perdidas. No Laboratório de Pós-colheita de Produtos Vegetais, há oito projetos em execução e, naturalmente, todos dependem de energia elétrica para conservação das amostras.

No Laboratório de Química Agrícola são realizadas análises, nas quais as amostras e soluções precisam ficar armazenadas em geladeira. Segundo os pesquisadores, as constantes quedas de energia prejudicam a qualidade desse material e comprometem o os resultados dessas análises. Muitos desses projetos são em parceria com empresas privadas, a exemplo da empresa Biowish que investiu recursos para análises enzimáticas de solos. As quedas de energia elétrica provocam a perda de qualidade das amostras e inviabilizam a entrega dos resultados para a empresa investidora. Existem ainda, outras 300 amostras que dependem de padrões de regulagem de equipamentos sensíveis, que são afetados quando há falta de energia.

 O Laboratório de Sementes contabilizou os danos causados durante mais de 24h de falta de energia. De acordo com os pesquisadores, a realização de testes de experimentos de iniciação científica, mestrado e doutorado ficou comprometida. Também, ficaram inviabilizadas as avaliações de qualidade das sementes, assim como a conservação e armazenabilidade das mesmas utilizadas nos projetos em curso.

 Os ensaios científicos estão dentre as principais perdas. Houve envelhecimento acelerado e germinação, que resultaram em 3.000 sementes perdidas. Os testes de germinação e emergência foram afetados e 4.000 sementes foram danificadas. Todos os reagentes para análises bioquímicas, que precisam ser armazenados a 4°C, ficaram comprometidos. No local, há cerca de 50 kg de sementes armazenadas que devem ser armazenadas a 18º C. Os prejuízos, segundo os pesquisadores, equivalem a cerca de R$ 15.000,00.

As amostras, que precisam ser preservadas em ultrafreezer com temperatura de –80º C, foram parcialmente descongeladas, comprometendo as amostras experimentais de estudantes de mestrado, doutorado e de empresas parceiras. Essas perdas impactarão diretamente nas pesquisas conduzidas no laboratório, além das perdas do material biológico. É importante salientar que alguns exemplares de sementes eram de espécies nativas do Cerrado, dentre elas: baru, caju-árvore-do-cerrado, sabãozinho e chichá.

Para a professora Juliana Sales, coordenadora do Laboratório de Sementes, a constante falta de energia causa danos, muitas vezes, irreversíveis, de equipamentos utilizados para pesquisas e armazenamento de sementes. “Em 2019, as quedas de energia danificaram vários equipamentos eletrônicos, indispensáveis para pesquisas e aulas práticas do Laboratório, como ultrafreezer -80°C (utilizado para preservação de amostras), balanças, agitadores magnéticos, espectrofotômetros, dentre outros”, salientou.

Enfatizamos que a queda de energia elétrica prejudica, principalmente, e de forma expressiva, as pesquisas em andamento conduzidas pelos 9 (nove) Programas de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado). Um exemplo é o Programa de Pós-Graduação em Agroquímica que, por meio do Laboratório de Fertilizantes Organominerais, viabiliza a pesquisa intitulada “Efeito da inoculação com Bacillus e da adição de fertilizante organomineral sobre a oxidação de Enxofre elementar no solo”. A pesquisa é altamente dependente de energia elétrica para o controle de temperatura nas estufas de incubação, por um tempo de 70 dias, sendo que na data de 14/04/2020 (interrupção de energia), os experimentos deste projeto estavam no seu 27° dia. 

Outro exemplo, trata-se do projeto intitulado “Reciclagem de efluente de piscicultura em sistema aquapônico”, aprovado via CHAMADA PÚBLICA N° 07/2016 - PRONEM/FAPEG/CNPq, foi comprometida, pois houve a necessidade de locação de um gerador de energia para permitir que o sistema de aeração, conectado a 18 caixas de 1000 L, funcionasse adequadamente. Tal ação, foi fundamental para manter vivas 1.300 tilápias. No entanto, isso ocasionou custos com locação e instalação do gerador, assim como de combustível.

Nos laboratórios do campus, uma vez afetados pela falta de energia elétrica, ocorre comprometimento das atividades de iniciação científica e tecnológica, assim como das atividades dos projetos de dissertação de mestrado e teses de doutorado. O primeiro impacto negativo consiste no atraso do andamento de tais atividades e, em muitos casos, na radical necessidade de redirecionamento das pesquisas. Além disso, alguns equipamentos, em virtude deste longo período sem energia, são descalibrados ou mesmo sofrem danos irreversíveis.

Há prejuízos também nos setores administrativos da instituição, onde são realizados os serviços essenciais. Todos os sistemas, utilizados pela Administração Pública Federal dependem, naturalmente, de internet e de energia elétrica. Por exemplo, a pesquisa institucional, que tem prazos definidos para sua conclusão e entrega de relatórios necessita de estrutura de informática do Campus e, consequentemente, de energia elétrica. Ainda, durante o período de trabalho remoto, o acesso aos servidores de internet, que armazenam os arquivos institucionais, também é prejudicado, uma vez que tais servidores dependem de energia elétrica para seu funcionamento. Assim, por mais de 24 h, os servidores ficaram inacessíveis, prejudicando o trabalho remoto da instituição.

Neste período de suspensão do calendário acadêmico, não houve prejuízo direto às atividades de ensino. No entanto, em diversas ocasiões anteriores, pela falta de energia elétrica, foi necessária a suspensão de aulas e de outras atividades letivas. As quedas e oscilações no fornecimento de energia elétrica também já ocasionaram queima de projetores multimídia, aparelhos de ar condicionado de salas de aula e de gabinetes administrativos, assim como de equipamentos, de elevado custo, instalados nos laboratórios da instituição. 

Diante do exposto, infelizmente, as ocorrências de quedas de energia têm sido comuns na instituição e causam substanciais transtornos na execução das atividades acadêmicas, trazendo grandes prejuízos às pesquisas, bem como às atividades letivas e administrativas. Não se trata apenas de valores monetários, mas de perdas acadêmicas e científicas que comprometem anos de estudos.

Geradores de energia elétrica

De acordo com o diretor-geral do Campus Rio Verde, professor Fabiano Guimarães, há um processo licitatório para a instalação de geradores no campus. A expectativa é de que em cerca de 30 dias serão iniciadas as obras para a instalação dos aparelhos. Segundo ele, com os geradores em funcionamento, a instituição fica resguardada dos prejuízos ocasionados pela constantes quedas de energia elétrica.

Acesse: Ofício enviado ao Procon

 

Assessoria de Comunicação Social

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