Contribuição da pesquisa agrícola brasileira para economia espacial é tema de conferência
A pesquisadora da Embrapa, Alessandra Pereira Favero, que faz parte da Rede Space Farming Brazil, esteve no Campus Rio Verde participando dos Eventos Integrados IF Goiano. Sua palestra reuniu estudantes, pesquisadores e profissionais de áreas diversas.
A Rede Space Farming Brazil é uma iniciativa voltada à pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias para cultivar plantas em ambientes fora da Terra, mas também adaptar esses conhecimentos para o enfrentamento de desafios em condições adversas no nosso planeta. Formalizada em 2023, por meio de um protocolo de intenções entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira, a Rede está alinhada ao Programa Artemis, da NASA, que busca, entre outras metas, estabelecer bases lunares e continuar a exploração do espaço.
Pesquisadores de 22 instituições nacionais e estrangeiras fazem parte da Rede, dentre elas, o Instituto Federal Goiano, USP, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Universidade Federal do ABC (UFABC). Eles trabalham no desenvolvimento de sistemas de produção de alimentos que funcionem em ambientes espaciais, com radiação elevada e ausência do solo comum.
Durante sua fala, Alessandra destacou que o grande propósito do projeto é transformar os resultados obtidos nas pesquisas em “spin-offs”, ou seja, inovações que, embora desenvolvidas para o espaço, possam ser aplicadas também aqui na Terra. Como exemplo, ela citou a fazenda vertical, uma tecnologia que nasceu a partir de experimentos espaciais e hoje já é utilizada em diferentes países como alternativa sustentável de produção de alimentos.

A pesquisadora contou que plantas, como uma espécie de batata-doce e grão-de-bico já foram enviadas ao espaço para observações de suas reações à microgravidade. Também já estão sendo feitos testes em ambientes de solo lunar simulado para verificar germinação, adaptação e possíveis respostas biológicas em condições similares às presentes na Lua. Os pesquisadores da Rede pretendem desenvolver novas cultivares que podem ajudar a mitigar efeitos da mudança climática, como produção com menor uso de insumos e de maior tolerância a solos pobres, calor ou seca.
Alguns países já estão se mobilizando em torno desta tecnologia, como a China, segundo a pesquisadora. Ela explica que o país já mandou sementes de trigo, milho e soja para o espaço. No retorno, conseguiram detectar melhoramentos, como maior produtividade, inexistência de doenças e outras características que não se viam na Terra. O Japão fez testes com sementes de cerejeiras. Depois de ficarem na Estação Espacial Internacional por 8 meses, foram plantadas e floresceram em 4 anos, sendo que a espécie floresce normalmente em 10 anos. Para a pesquisadora, a tecnologia espacial aplicada em terras agrárias do Brasil pode ser algo revolucionário.
Alessandra falou sobre as 3 fases do projeto Space Farming. A primeira fase consiste na simulação na Terra; a segunda, nos testes em órbita; e a terceira, atuação na Gateway, a estação espacial que orbitará a Lua, ou ir além.
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Comunicação Social - Redação Oficial dos Eventos Integrados
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