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Neabi-Campus Rio Verde é lançado oficialmente

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Publicado: Quinta, 27 de Abril de 2017, 19h15 | Última atualização em Terça, 02 de Mai de 2017, 16h11 | Acessos: 837

Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Campus é lançado oficialmente. A solenidade contou com a presença de dirigentes do campus e de outras instituições de ensino superior, além de autoridades municipais de educação.

 

O núcleo objetiva promover reflexões sobre questões étcnico-raciais e assim, contribuir para a superação de preconceitos e discriminação. O Neabi é coordenado pela professora Patrícia Gouveia, que na ocasião, falou sobre o que ele representa para a comunidade acadêmica do campus e para a sociedade de um modo geral.

Alunos que fazem parte da equipe responsável pelo projeto de extensão  Relações étnico-raciais e educação: refletindo conceitos e experiências do cotidiano na escola - ligado ao Neabi - apresentaram ações já desenvolvidas, sendo a primeira delas, uma busca de elementos teóricos sobre a relação negros e brancos. O resultado foi pauta de discussão entre os membros do núcleo e do projeto de extensão que, a partir de então, delinearam as atividades futuras. Algumas já ocorreram, dentre elas, uma reflexão sobre as políticas de ações afirmativas, conduzida pelo professor da UniRV, Bruno de Oliveira Ribeiro e um dos colaboradores do  núcleo e uma explanação sobre as artimanhas da razão imperialista, na perspectiva de Pierre Bordieu, conduzida pela pedagoga Gilma Guimarães.

Também já foi realizada uma oficina de contação de histórias, visando formar contadores de histórias para atuar nas escolas da rede municipal de ensino no intuito de valorizar a cultura afro-brasileira e indígena. Já está agendada, para a primeira semana de maio, uma visita a uma comunidade quilombola da Cidade de Goiás. A intenção é programar para os próximos meses uma visita a uma aldeia indígena.

Lançamento do Neabi

Estiveram presentes no lançamento do Neabi a professora Carmen Rejane Antunes Simões, representando o secretário municipal de educação, professor Miguel Rodrigues Ribeiro; a subsecretária estadual de educação, professora Rita de Cássia Ferreira e o professor Alexandre Giffoni da Universidade de Rio Verde (UniRV), representando o reitor, professor Sebastião Lázaro Pereira. 

Na oportunidade, o diretor de extensão do Campus Rio Verde, professor José Wéselli de Sá Andrade, na ocasião representando o diretor-geral, professor Anisio Correa da Rocha, ressaltou a importância de ações dessa natureza em um ambiente acadêmico. Segundo ele, é sempre necessário refletir sobre questões que tratam de exclusão e indiferença. “Vivemos momentos obscuros de ódio e intolerância em relação às diferenças.  Atividades como estas ajudam no combate a este tipo de violência”. O gerente de graduação, professor Alessandro Morais também destacou a relevância do tema e a importância de debates junto à comunidade estudantil.

Políticas Afirmativas no Brasil

O palestrante do evento foi o professor Bruno de Oliveira Ribeiro, pesquisador atuante em temas ligados à Sociologia, Antropologia, Teorias Raciais, Movimento Negro e Políticas Afirmativas.  Na oportunidade, ministrou palestra com o tema Políticas Afirmativas no Brasil e destacou pontos relevantes como a lei de cotas que, segundo ele, já saiu do âmbito de debates entre os que são favoráveis ou contrários a tais políticas,  devido a sua constitucionalidade. "É um direito adquirido que obriga o Estado a definir quem é negro no Brasil, pontuou.

Segundo o professor, uma tarefa nada fácil, já que o Brasil é um país de miscigenados. A respeito dos indígenas, Bruno pontua que a situação tende a ser um pouco diferente neste quesito, já que possuem uma forte identidade comunitária, sem contar com o respaldo da Funai. Tanto para indígenas, quanto para negros, o professor Bruno levanta uma questão significativa a respeito da burocracia, que exige critérios materiais e objetivos, como questões biológicas, um dos fatores que acabam produzindo a indiferença e até mesmo a invisibilidade.

Apresentações culturais

O evento foi agraciado com a participação da professora Aline Gobbi, coordenadora do Núcleo de Ciências Arte e Cultura do IF Goiano (Naif), que entoou canções de Caetano Veloso e Marisa Monte ao lado do aluno do curso de Engenharia Ambiental, José Wilson. O poema intitulado "Me gritaram negra" de autoria de Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra,  foi lindamente recitado por Kêmilli Dias Machado, aluna do terceiro período do curso de Ciências Biológicas.

Eis o poema: 

Me gritaram negra

Tinha sete anos apenas,
apenas sete anos,
Que sete anos!
Não chegava nem a cinco!
De repente umas vozes na rua
me gritaram Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra!
“Por acaso sou negra?” – me disse
SIM!
“Que coisa é ser negra?”
Negra!
E eu não sabia a triste verdade que aquilo escondia.
Negra!
E me senti negra,
Negra!
Como eles diziam
Negra!
E retrocedi
Negra!
Como eles queriam
Negra!
E odiei meus cabelos e meus lábios grossos
e mirei apenada minha carne tostada
E retrocedi
Negra!
E retrocedi . . .
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Neeegra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
E passava o tempo,
e sempre amargurada
Continuava levando nas minhas costas
minha pesada carga
E como pesava!…
Alisei o cabelo,
Passei pó na cara,
e entre minhas entranhas sempre ressoava a mesma palavra
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Neeegra!
Até que um dia que retrocedia , retrocedia e que ia cair
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra!
E daí?
E daí?
Negra!
Sim
Negra!
Sou
Negra!
Negra
Negra!
Negra sou
Negra!
Sim
Negra!
Sou
Negra!
Negra
Negra!
Negra sou
De hoje em diante não quero
alisar meu cabelo
Não quero
E vou rir daqueles,
que por evitar – segundo eles –
que por evitar-nos algum disabor
Chamam aos negros de gente de cor
E de que cor!
NEGRA
E como soa lindo!
NEGRO
E que ritmo tem!
Negro Negro Negro Negro
Negro Negro Negro Negro
Negro Negro Negro Negro
Negro Negro Negro
Afinal
Afinal compreendi
AFINAL
Já não retrocedo
AFINAL
E avanço segura
AFINAL
Avanço e espero
AFINAL
E bendigo aos céus porque quis Deus
que negro azeviche fosse minha cor
E já compreendi
AFINAL
Já tenho a chave!
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO
Negra sou!

 

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