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Lançamento do filme Sertão Serrado reúne líderes de movimentos sociais no campus

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Publicado: Quarta, 07 de Junho de 2017, 18h52 | Última atualização em Sexta, 09 de Junho de 2017, 13h59 | Acessos: 1002

Na ocasião, foram discutidos temas ligados à luta de classes e violência no campo, envolvendo povos quilombolas, camponeses e indígenas.

O filme Sertão Serrado é uma produção da Coordenação da Articulação das CPT´s do Cerrado, Comissão Pastoral da Terra – CPT e Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo – GWATÁ/UEG. Retrata o Cerrado brasileiro e a resistência dos povos tradicionais e originários, além dos conflitos agrários, o avanço da monocultura intensiva de grãos, a pecuária extensiva e os grandes empreendimentos hidrográficos e minerais.

Diante do intenso processo de degradação dos bens naturais do Cerrado, o filme indica também, a partir dos conhecimentos científicos e populares, caminhos para a conservação deste bioma, especialmente da água, e para a construção de uma nova relação do povo que o habita. Tem cerca de 40 minutos.

Clique AQUI e assista ao filme.

 

Cerrado, Berço das Águas: Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida.

Após a exibição do filme que reuniu professores, alunos, pesquisadores, militantes de causas sociais e representantes da comunidade externa, iniciou-se um debate entre grandes nomes ligados à temática, dentre eles, o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira (USP), que falou sobre a transformação da terra em mercadoria, resultando, muitas vezes, em lutas envolvendo grandes latifundiários e povos indígenas, quilombolas  e camponeses (assentados, posseiros, pequenos agricultores, seringueiros, pescadores, etc.). Segundo ele, os últimos 15 anos foram marcados pela maior incidência de conflitos de terra no Brasil. A partir de 2007 houve crescimento no número de assassinatos, situação agravada devido muitos posseiros partirem para a luta sem amparo de movimentos organizados.

A outra convidada foi Lucely Moraes, representante da comunidade Quilombola do Cedro. Na oportunidade, contou um pouco da história de seus ancestrais que chegaram à região em 1830 e falou das ações que são desenvolvidas atualmente dentro da comunidade, dentre elas, o cultivo de plantas medicinais do cerrado. Lucely conta que, atualmente, já estão catalogadas 450 espécies que são transformadas em medicamentos. O trabalho já ultrapassa as fronteiras da comunidade, chegando  até a Secretaria de Saúde do município de Mineiros .

Lucely também falou da rede de capacitação, que é composta de farmácia itinerante, onde as pessoas aprendem a fazer a coleta das plantas; farmácia caseira, onde são repassadas orientações sobre como proceder com as plantas dentro de casa e farmácia básica, que funciona dentro da comunidade. A coordenadora da comunidade quilombola fez questão de ressaltar que todo o trabalho visa à preservação do cerrado.

 

Atual modelo do agronegócio brasileiro

Diego Dihel, professor da UFG/Jataí, enfatizou que a destruição da natureza deve-se, muitas vezes,  ao atual modelo do agronegócio brasileiro e a ação das grandes empresas. Situação que se agrava devido às fragilidades das leis ambientais, que começaram a tomar corpo a partir da década de 1980, quando o cerrado já vinha de uma exploração de mais de duas décadas. Diego também critica a dependência do agronegócio brasileiro às potências mundiais, uma competitividade a qualquer custo. “O agronegócio é a água em forma de soja”, finalizou.

Professor José Valdir Misnerovicz, representante do Movimento Sem Terra (MST), também deu destaque ao atual modelo do agronegócio, que preza pela monocultura e produção em larga escala direcionada ao mercado externo. Um modelo que favorece a concentração de riquezas a partir da lógica de quem domina. O professor lembra que a economia passa a ideia de que o modelo é gigante, mas na verdade é frágil e não resolve os problemas locais. Para ele, faz-se necessária a construção de um novo referencial, como uma produção de alimentos mais saudáveis e um desenvolvimento tecnológico compatível e equilibrado com o meio ambiente. Outra ação, segundo ele, seria a democratização da terra.

Representante do núcleo Gwatá, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, da Universidade Estadual de Goiás (UEG - Cidade de Goiás), falou da Campanha em Defesa do Cerrado, da qual ele faz parte. Professor Murilo é um dos responsáveis pela produção do filme Sertão Serrado GWATÁ). Em suas palavras destacou o processo de modernização da produção agrícola que gera morte, degradação e extrema violência. Destacou ainda o papel da mídia, que sempre atua na viabilização da destruição com discursos falaciosos. Murilo enfatiza a necessidade de uma reconstrução do cerrado. Finaliza dizendo: “Tudo o que for feito é importante, mas ainda não é o suficiente”.

O evento foi organizado pelos  Núcleo de Agroecologia (NEA/RV), Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) e Núcleo de Ciência, Arte e Cultura do IF Goiano (NAIF) e contou com a parceria da Diretoria de Extensão do Campus Rio Verde. Os trabalhos foram mediados pelo professor do Campus Rio Verde, Juarez Martins Rodrigues com a contribuição dos professores Fernando Uhlmann e Roberto Pizarro.

 

Setor de Comunicação Social e Eventos

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