Essa pagina depende do javascript para abrir, favor habilitar o javascript do seu browser! Ir direto para menu de acessibilidade.

Opções de acessibilidade

GTranslate

    pt    en    fr    es
Página inicial > Últimas notícias Iporá > Dia Nacional do Surdo: IF Goiano reforça compromisso com inclusão e acessibilidade
Início do conteúdo da página
Cidadania

Dia Nacional do Surdo: IF Goiano reforça compromisso com inclusão e acessibilidade

0
0
0
s2sdefault
Publicado: Sexta, 26 de Setembro de 2025, 10h52 | Última atualização em Segunda, 29 de Setembro de 2025, 17h00 | Acessos: 132

Apesar do arcabouço legal e institucional, Instituição ainda enfrenta desafios. Para driblá-los, oferece capacitações e exemplos de medidas locais que ajudam a diminuir as dificuldades.

O egresso do Campus Iporá, hoje professor surdo concursado, Matheus Alexsander é exemplo da importância do apoio institucional aos estudantes com necessidades específicas. Foto: acervo pessoal
O egresso do Campus Iporá, hoje professor surdo concursado, Matheus Alexsander é exemplo da importância do apoio institucional aos estudantes com necessidades específicas. Foto: acervo pessoal

O Dia Nacional dos Surdos, comemorado em 26 de setembro, é mais do que uma data simbólica: representa a luta histórica por direitos, inclusão e reconhecimento da comunidade surda no Brasil. No Instituto Federal Goiano (IF Goiano), essa reflexão ganha força diante dos desafios diários para assegurar acesso, permanência e êxito acadêmico.

Atualmente, a Instituição conta com 210 estudantes com necessidades específicas (dados de 2024), dos quais 19 têm deficiência auditiva ou surdez. Esses números revelam a dimensão da responsabilidade institucional e reforçam a importância de ações estruturadas para atender esse público.

Foi nesse contexto que, há seis meses, o IF Goiano lançou sua Política Institucional de Acessibilidade e Inclusão, aprovada pelo Conselho Superior (Consup). O documento estabelece princípios como respeito à dignidade humana, valorização da diversidade e não discriminação, além de prever acessibilidade em diferentes dimensões: arquitetônica, comunicacional, digital, pedagógica e profissional. Entre os principais mecanismos de implementação, estão os Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napnes), ligados à Diretoria de Assuntos Estudantis.

A Política do IF Goiano foi pavimentada por avanços legais que ajudaram a transformar a educação inclusiva no país. A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) já previam atendimento especializado para pessoas com deficiência. Porém, foi a partir da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) que se ampliaram as matrículas de estudantes com deficiência na rede regular.

Outro marco importante foi a Lei Brasileira de Inclusão (2015), que consolidou o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Mais recentemente, na Rede Federal de Educação Profissional, as Diretrizes de Atendimento Educacional Especializado (2024) passaram a orientar como deve ser feito o atendimento a esse público.

Apesar desse arcabouço legal e institucional, os desafios para garantir um suporte efetivo permanecem. Segundo a fonoaudióloga Natany Ferreira Silva, doutora em Educação Especial e lotada no Napne da Reitoria, faltam professores de Educação Especial, intérpretes de Libras, salas multifuncionais e recursos específicos para os Napnes. “O ingresso desses alunos é possível, mas eles acabam esbarrando em dificuldades que, não raro, inviabilizam a permanência e o êxito”, avalia.

A profissional lembra que essas dificuldades não são exclusivas do IF Goiano, mas de toda a Rede Federal. Explica, ainda, que são poucas as ofertas de formação de nível superior em Educação Especial no país. “Temos hoje licenciaturas na área, no contexto das instituições públicas de ensino superior, somente nas Universidades Federais de São Carlos, de Santa Maria e na Rural do Rio de Janeiro”, exemplifica. Cenário que aponta para uma demanda reprimida de profissionais capacitados, ainda que surjam vagas para contratação.

Para driblar esses obstáculos a médio/longo prazos, o IF Goiano tem oferecido eventos e capacitações na área no formato de cursos rápidos, on-line e abertos à comunidade. Há uma relação considerável de opções (veja box), como inclusão de surdos em cursos a distância; libras para professor; fundamentos em educação especial inclusiva; práticas de gestão para se construir a educação inclusiva; entre outros. A Instituição também oferece cursos em Educação Especial em parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Renafor). 

Além dessa solução, alguns campi têm encontrado caminhos para as adversidades. É o caso do Campus Iporá, que desse 2013 contrata estagiários na área para oferecer um acompanhamento individualizado aos estudantes, sob orientação e supervisão. A professora de Libras e fundamentos da Educação Especial da unidade Elisângela Leles Lamonier presidenta do Napne local, lembra que a medida foi tomada assim que receberam matrículas de alunos com deficiência. Inicialmente foram dois estagiários contratados e, atualmente, são 18. “Sabemos que não é o ideal, mas é uma alternativa que tem dado certo e os resultados dos estudantes são satisfatórios”, avalia.

Apoio institucional - O egresso do IF Goiano – Campus Iporá, Matheus Alexsander dos Santos Silva, 30, hoje professor surdo concursado, é exemplo da importância do apoio institucional. Após enfrentar reprovações e desafios com a linguagem técnica do curso, concluiu a graduação em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas com suporte de professores e intérpretes de Libras. “Sem esse apoio, o estudante se sente sozinho e incapaz”, relembra.

Ao finalizar os estudos no IF Goiano, Matheus trabalhou em Jataí como concursado em auxiliar de serviços gerais. Na sequência, atuou como professor de Libras em Chapadão do Céu por um ano e meio, desta vez por meio de um concurso de nível superior. Atualmente, ele segue como docente em uma escola municipal de Diorama, município a 30 quilômetros de Iporá, onde, por enquanto, reside sozinho, pois a esposa Jeissy Ellen Barbosa, 25 - também surda e concursada -, trabalha em Goiânia, e lá vive com a filha do casal, Yanna Barbosa Santos, prestes a completar um aninho de idade.

Compromisso contínuo - Para o reitor do IF Goiano, Elias de Pádua Monteiro, a Política Acessibilidade e Inclusão é um marco, mas deve ser acompanhada de esforços coletivos: “Garantir o direito à educação de qualidade para todos é mais que obrigação legal; é compromisso humano que precisamos fortalecer diariamente”, justifica. Nesse sentido, Elias reafirma o compromisso em consolidar na Instituição práticas inclusivas e ampliar o acesso, a permanência e o êxito, reconhecendo que a diversidade é fundamental na comunidade acadêmica.

 

Saiba mais: Capacitações na área

O IF Goiano tem investido na formação continuada de profissionais na área da educação inclusiva. Confira algumas opções oferecidas a professores e técnicos administrativos da Instituição à comunidade externa com interesse em se capacitar.

 

Cursos abertos e on-line (inscrições disponíveis):

Inclusão de Surdos em cursos à Distância

Libras para Professores

Fundamentos em Educação Especial e Inclusiva

Gestão Democrática para Educação Inclusiva

Prática de Gestão para se construir a Educação Inclusiva

Organização do Trabalho Pedagógico do Professor Inclusivo

Práticas educativas para estudantes com necessidades educacionais específicas

Altas Habilidades e Superdotação - Práticas Educacionais Inclusivas

 

Cursos Renafor (ingresso por meio de editais)

Altas Habilidades e Superdotação: Formação Docente para Práticas Educacionais Inclusivas

Gestão Escolar Democrática: Redefinindo a Inclusão nas Escolas

 

YouTube: Confira entrevista feita com estudante surdo do Campus Morrinhos

 

 

Diretoria de Comunicação Social

 

 

Fim do conteúdo da página