Campus recebe investimento para estudar praga do tomate
O IF Goiano – Campus Iporá teve um projeto de pesquisa aprovado no Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores (Programa Primeiros Projetos – PPP), promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O projeto, sob coordenação da professora Daline Bottega, tem como objetivo identificar tipos e causas de resistência a uma das pragas da cultura do tomate, o inseto conhecido como traça-do-tomateiro. Essa praga ataca folhas, caules, botões da flor e até os frutos, comprometendo sua comercialização.
Atualmente, o controle da traça-do-tomateiro é realizado principalmente com a aplicação de inseticidas químicos, o que tem gerado outro problema: como existem insetos resistentes a esses produtos, eles sobrevivem, procriam e a proporção desses resistentes vai aumentando. O uso dos inseticidas, portanto, “seleciona” as populações resistentes, o que se torna um problema para a sustentabilidade da cultura a longo prazo.
Para que isso não aconteça, a pesquisadora Daline explica que uma alternativa para lidar com a praga é encontrando formas de resistência naturais da planta. Por exemplo, determinado cultivar do tomateiro é considerado resistente à praga porque os insetos preferem outras para depositar seus ovos. A ideia do estudo é descobrir por que o inseto não tem preferência por essa cultivar.
Outra forma de resistência pode ser encontrada nos “tricomas” do tomateiro, que são parecidos com minúsculos pelos nas folhas da planta. Em algumas cultivares esses tricomas possuem glândulas que produzem uma substância tóxica para o inseto. Ou seja, os insetos morrem ao se hospedar e se alimentar dessa planta.
A professora contou ainda que em uma pesquisa anterior, ela identificou que nas plantas com folhas mais finas, os insetos têm mais chances de morrer. “Como o inseto se alimenta da parte interna da folha, não sabemos se ele morre porque fica comprimido dentro dessa folha ou porque a folha fina significa menos alimento”, explica a pesquisadora. Nesse caso, a professora Vânia Sardinha, que também participa do projeto, fará a avaliação da anatomia das folhas para melhor entender as relações entre o inseto e a planta.
O objetivo da pesquisa, portanto, é avaliar alguns “genótipos” de tomateiro e identificar neles quais características genéticas e anatômicas são responsáveis por esses diversos mecanismos de resistência. Com isso, futuramente podem ser feitas parcerias com empresas para desenvolver cultivares que tenham diferentes mecanismos de resistência, o que é chamado de melhoramento genético.
Outros projetos
Além do Campus Iporá, outros campi do IF Goiano tiveram projetos aprovados no mesmo edital, totalizando um investimento de R$214 mil. Os projetos aprovados foram desenvolvidos pelos professores Thony Carvalho, do Campus Ceres, Gleina Costa e José Antônio R. de Souza, do Campus Urutaí, e Alessandro Morais, do Campus Rio Verde. A Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação explica que os recursos serão utilizados para melhorias nos laboratórios que os mesmos coordenam, resultando em benefícios diretos aos estudantes que os utilizam e promovendo a formação de melhores recursos humanos.
O programa tem o objetivo de apoiar a aquisição, a instalação, a modernização e a ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica das instituições de ensino superior e de pesquisa de Goiás. Além de dar suporte à fixação de jovens pesquisadores e a nucleação de novos grupos de pesquisa, em qualquer área do conhecimento. No total, serão destinados mais de R$ 1,7 milhão em recursos para 40 propostas de instituições de ensino superior (IES) e instituições de ciência, tecnologia e inovação (ICTIs), sediadas no estado.
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Resultado do edital
Karen Terossi - Assessoria de Comunicação Social do Campus Iporá (com informações da Assessoria-Geral de Comunicação Social e Eventos do IF Goiano)
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