IF Goiano forma primeira mestre surda da Instituição
Estudante do Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino para a Educação Básica (PPGENEB), do Campus Urutaí, desenvolve projeto inovador em acessibilidade para a educação ambiental, promovendo inclusão e cidadania através de tecnologias bilíngues.
Com o título “Elaboração de Recursos Educacionais para Acessibilidade na Educação Ambiental do Estudante Surdo", Ana Carolina Raimundo Silva tornou-se a primeira estudante surda a defender uma dissertação de mestrado na Instituição. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino para a Educação Básica (PPGENEB), do Campus Urutaí, a estudante desenvolveu um produto educacional que promove a inclusão e cidadania por meio de tecnologias bilíngues.
Orientada pela professora Cinthia Maria Felicio e coorientada por Eliamar Godoi, com a interpretação de Libras realizada por Luciana Telles, Ana Carolina desenvolveu um site, um canal no youtube, perfis em redes sociais, banner de divulgação e glossário bilingue. O projeto foi desenvolvido com tecnologias acessíveis, como QR Codes e vídeos em Libras, para disseminar conhecimentos sobre poluição química e reciclagem. Essas ferramentas promovem a cidadania dos estudantes surdos e incentivam sua participação ativa em questões ambientais, consolidando a importância da educação na formação de uma sociedade mais inclusiva e consciente.
Com sua defesa, Ana Carolina reforça a importância de recursos educacionais bilíngues, especialmente em áreas como educação ambiental, que carecem de materiais adaptados. Sua pesquisa não só abre caminho para novos estudos, como também evidencia o impacto positivo de uma educação verdadeiramente inclusiva. “Estou muito feliz por conquistar esse título, e não vou parar — o doutorado que me aguarde!”, agradece, após a sua defesa.
Nascida com surdez profunda, Ana superou os desafios de um sistema educacional que muitas vezes não está preparado para acolher estudantes com deficiência. Para se formar, a então mestre conta que teve que adequar barreiras tanto institucionais, no que se refere à promoção e garantia da acessibilidade, quanto no preconceito existente nas pessoas. Ana destaca o apoio da orientadora, da coorientadora e da intérprete, que a auxiliaram na escrita e desenvolvimento do trabalho final.
Com os alinhamentos realizados, o curso foi concluído e agora a mestre em Ensino para a Educação Básica faz planos para continuar sua jornada além da pós-graduação. Ana planeja continuar alimentando o dicionário bilingue de biologia e pretende que o MEC publique seus materiais para todo o Brasil. “O objetivo é que todos os surdos tenham um dicionário de biologia, porque atualmente só temos o da língua portuguesa para Libras”, explica.
A Libras, reconhecida como meio de comunicação oficial no Brasil desde 2002, desempenha um papel vital na inclusão de milhões de brasileiros com deficiência auditiva. De acordo com o IBGE, aproximadamente 5% da população brasileira, sendo 55.658 delas residentes em Goiás, apresentam algum grau de perda auditiva. A falta de acessibilidade ainda é um obstáculo significativo para o acesso pleno à educação e ao mercado de trabalho.
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