IF Goiano completa seis anos de parceria com a Embrapii
O portfólio conta com 15 projetos na área de Tecnologias Agroindustriais e é gerido pelo Polo de Inovação, estrutura do IF Goiano dedicada ao convênio com a Embrapii.
Neste 13 de dezembro, o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) completa seis anos de credenciamento à Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A data marca a consolidação da parceria e o início de uma nova fase no acordo de cooperação. Com o plano de ação para os anos de 2024 a 2029, a prioridade passa a ser o incremento no portfólio de projetos.
A Embrapii é uma organização social que atua junto ao governo federal para incentivar projetos de inovação da indústria brasileira. Para isso, ela credencia instituições de pesquisa que são referências em determinadas áreas. O IF Goiano é credenciado para atuar na área de Tecnologias Agroindustriais.
Atualmente, o portfólio do IF Goiano com a Embrapii é composto por 15 projetos concluídos ou em execução. Segundo Rúbia Marques, gerente de projetos do Polo de Inovação - estrutura do IF Goiano dedicada ao convênio com a Embrapii -, esse portfólio é dividido entre as duas linhas de atuação credenciadas: as tecnologias para manejo agrícola e as tecnologias para processamento e armazenamento de grãos.
Rúbia exemplifica alguns desses projetos: “Desenvolvemos sistemas de reconhecimento de pragas na lavoura com apoio de drones, processos para agricultura vertical, compostos para produção agrícola com resíduos industriais, equipamentos para recebimento de grãos em armazéns, entre várias outras novidades”.
O gerente de Mobilização Empresarial da Embrapii, José Menezes, considera que as agroindústrias são muito estratégicas para a Associação, uma vez que grande parte da produção industrial brasileira atende ao agro e seus processos. “Mesmo quando se pensa em commodities, é importante ter em mente que muita tecnologia, muita inovação está embarcada em um grão de soja”.
A gerente de projetos do Polo de Inovação reforça ainda que todo portfólio IF Goiano-Embrapii tem origem em demandas de empresas. “A empresa tem que investir recursos financeiros no projeto para receber apoio da Embrapii, então a proposta é desenhada de modo que solucione um problema que ela enfrenta ou aumente a produtividade do setor em que a empresa atua”, explica.
Após o encerramento do projeto, essa empresa tem um prazo para disponibilizar no mercado o produto que foi desenvolvido. “Ao colocar o produto no mercado, isso alimenta um ciclo virtuoso em que a novidade tecnológica gera impostos que realimenta o sistema de incentivo à inovação”, conclui Rúbia.
Educação e desenvolvimento
“Todo projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é um ambiente de aprendizagem”. É assim que a professora Renata Pereira Marques, chefe da Unidade de Desenvolvimento Profissional do Polo de Inovação, explica a missão da unidade.
Ela lembra que o compromisso central do IF Goiano é a formação para a cidadania e para o mundo do trabalho. Por isso, a parceria com as empresas e as atividades de P&D devem ser encaradas como ambientes de aprendizagem, desenvolvimento pessoal e profissional.
Renata acrescenta que nos casos dos projetos com a Embrapii, existe uma particularidade. Como se trata de uma política de incentivo à inovação industrial, o IF Goiano deve focar esforços na formação de pesquisadores para atuar junto à indústria brasileira. “Além das competências técnicas para fazer pesquisa e desenvolver tecnologias, os estudantes são estimulados a participar de processos de gestão da inovação e analisados pelo desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais, as chamadas soft skills”, explica a professora.
Como exemplo, Renata diz que os estudantes são incentivados a redigir patentes, realizar buscas de tecnologias recém-lançadas no mercado, resolver conflitos em suas equipes, solucionar problemas técnicos complexos, entre outras. “Essa variedade de atividades contribui para uma formação mais abrangente e conectada com os desafios da indústria 4.0”, completa Renata.
Embrapii
Entre as políticas públicas nacionais de ciência, tecnologia e inovação, a Embrapii é uma das mais recentes. Com apenas dez anos de existência, ela tem um modelo atualizado de incentivo à inovação tecnológica, vem acumulando resultados positivos e é apontada por estudos e entidades envolvidas como uma das mais importantes e promissoras.
Um dos fatores-chave para o sucesso da Embrapii está no estímulo das parcerias entre as empresas e as instituições de ciência e tecnologia (ICT), como é o caso do IF Goiano. O fato dos projetos serem conduzidos por pesquisadores dessas instituições, acostumados ao rigor científico, favorece a obtenção de melhores resultados na fase mais crítica do desenvolvimento de tecnologias, que é a etapa intermediária entre a pesquisa básica e o produto final.
No entanto, além do conhecimento científico e tecnológico, as ICT também precisam desenvolver suas práticas de gestão da inovação. Por isso, os primeiros seis anos de credenciamento das instituições de educação federais são divididos em duas etapas trienais: a fase inicial de “estruturação” e a fase de “consolidação”, em que a Embrapii avalia os processos de gestão da inovação.
O reitor do IF Goiano, Elias de Pádua Monteiro, considera que fazer parte da rede de unidades Embrapii é um indicativo de que o instituto tem capacidade e disposição para transitar pelo mundo da inovação tecnológica. “Fazer pesquisa e desenvolvimento com apoio da Embrapii implica saber dialogar com as empresas e transformar isso em oportunidades de crescimento pessoal e profissional para nossos pesquisadores e estudantes”, comenta.
Esse acompanhamento faz parte dos compromissos da Embrapii com o Ministério da Educação (MEC), para fomentar a cultura da inovação tecnológica nas instituições federais de educação.
Nos primeiros seis anos da Unidade Embrapii do IF Goiano, a Embrapii analisou aspectos como a disponibilidade de pessoal e de insumos, os protocolos de trabalho e as referências institucionais para, por exemplo, prospectar e gerir projetos, elaborar propostas para empresas, gerir ativos de PI e promover a formação de pessoal.
Polo de Inovação
O diretor-geral do Polo de Inovação, Gustavo Castoldi, explica que o acompanhamento e as avaliações da Embrapii foram fundamentais na implantação e desenvolvimento de estruturas e práticas de gestão da inovação no IF Goiano, em especial no Polo.
Agora com status de unidade consolidada, o Polo de Inovação deve enfrentar novos desafios. Além da atualização de metas, o plano de ação para os próximos seis anos estabelece o apoio adicional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos projetos com recursos da Embrapii. “Ao mesmo tempo em que incentiva a inovação tecnológica, esse apoio também exige aprendizados e adaptações da nossa unidade para operar no novo modelo”, explica Gustavo.
O diretor acrescenta ainda que outro desafio para os próximos anos é a criação de equipes multicampi para atuar nos projetos. Até o momento, pesquisadores dos campi Rio Verde, Trindade, Iporá e Urutaí participaram dos projetos na modalidade Embrapii. “A ideia é expandirmos cada vez mais essa participação e interação, a fim de disseminar práticas de gestão da inovação por todas as unidades do IF Goiano ”, comenta ele.
Núcleo de Relações Institucionais do Polo de Inovação
Texto e foto: Karen Terossi
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