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Pesquisador Destaque

“Ciência é assunto de todos”

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Publicado: Sexta, 02 de Junho de 2023, 14h05 | Última atualização em Sexta, 02 de Junho de 2023, 14h07 | Acessos: 647

Conheça a trajetória profissional e pesquisas que o professor Guilherme Malafaia Pinto, do Campus Urutaí, desenvolve atualmente.

Vivemos um momento político propício para a valorização das instituições de ensino e, por consequência, da ciência brasileira. No último dia 19 de abril, o Governo Federal anunciou acréscimo de 2,4 bilhões para os institutos e universidades. O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) receberá aporte de 9,6 milhões. A medida contrapõe-se ao período de negligência e negação vivido nos últimos anos, agravado pela pandemia e sentido não só na saúde pública, mas também na área ambiental. O pesquisador Guilherme Malafaia Pinto, do Campus Urutaí, traz sua perspectiva sobre este assunto e conta, também, um pouco sobre sua trajetória profissional e as pesquisas que vem desenvolvendo atualmente. 

Currículo, trajetória e principais estudos

Malafaia, como é conhecido, é professor do Campus Urutaí do IF Goiano há 12 anos. É licenciado e mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e Universidade Federal de Goiás (UFG). Concluiu 7 estágios de pós-doutorado em distintas instituições no Brasil e no exterior. Atualmente está vinculado aos programas de pós-graduação em Conservação de Recursos Naturais do Cerrado (IF Goiano), em Biotecnoloia e Biodiversidade (UFG) e em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais (UFU). Coordena o Laboratório de Toxicologia Aplicada ao Meio Ambiente e é líder do Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais e Biológicas, cadastrado no CNPq. É bolsista em produtividade do CNPq – nível 1D na área de Ciências Ambientais e já recebeu diversos prêmios/reconhecimentos nacionais e internacionais. 

O pesquisador desenvolve estudos nas áreas de ecotoxicologia, comportamento animal, neurofisiologia, poluentes emergentes e popularização da Ciência. Malafaia coordena hoje quatro projetos que estão em vigência, todos com financiamento externo, sendo alguns em larga escala. É o caso do MICROMar, um levantamento nacional inédito sobre a poluição microplástica em praias de toda a costa brasileira. Para isso, já estão sendo realizadas coletas de areia e água de estados litorâneos – serão 150 municípios ao todo – que passam por processamento e análise no laboratório do Campus Urutaí. 

O professor também destaca estudo que avalia o uso de nanopartículas verdes no controle de larvas de mosquitos transmissores de várias doenças, como a filariose linfática, transmitida pelo Culex quinquefasciatus infectado. O estudo vai contribuir para o fortalecimento das ações sanitária, epidemiológica e ambiental das vigilâncias em saúde. 

(Pós)Pandemia

Das pesquisas recentes, Malafaia lembra, também, daquelas relacionadas ao impacto das proteínas do SARS-CoV-2 em diferentes organismos (anfíbios, peixes, larvas de insetos e camundongos). No geral, eles demonstram que a COVID-19 traz prejuízos não só à saúde humana, mas representa uma ameaça sobre a biodiversidade animal. Esse estudo foi publicado em diversas revistas de renome da área ecotoxicológica e exposto nos canais oficiais de comunicação do IF Goiano como parte das ações de combate ao coronavírus. 

Essa iniciativa tinha, à época, o objetivo de compilar numa só plataforma as medidas institucionais e levar informações contra a doença, contrapondo à desinformação. Para o pesquisador, essa e outras diversas medidas tomadas pelas instituições de ensino e pesquisa fizeram parte de um verdadeiro levante contra a negligência no combate à pandemia, a negação das vacinas e a insistência na promoção de tratamentos comprovadamente ineficazes contra a COVID-19. “Foi um embate semelhante ao que já vem sendo travado desde 2019 na área ambiental, frente à negação sistemática de dados científicos sobre desmatamento e queimadas”, compara. 

Segundo Malafaia, esse combate ao negacionismo e à desinformação pode ajudar ainda mais a cercear uma série de iniciativas de construção de conhecimentos inclusivas e participativas que emergem em campos populares, e que precisam de alguma forma de crítica da ciência para serem reconhecidas e legitimadas. “Utilizarmos as mais variadas plataformas digitais como um canal direto de comunicação com a sociedade, aproveitando-se do dinamismo e da capilaridade delas, pode ser importante para desfazer mitos e disseminar informações de qualidade para a população, em sincronia com o noticiário”, defende.                 

Popularização da ciência

Nesta árdua luta de valorização da pesquisa, a popularização da ciência é, portanto, uma das principais aliadas na opinião do professor. “Ciência é assunto de todos. Mas é primordial que os cidadãos compreendam seu papel, método e resultados, tenham capacidade crítica para escolher linhas de pesquisa, temas e aceitem alguns tipos de resultados”, pondera. Enfrentamos no Brasil, no entanto, desafios que fazem com que a divulgação científica ainda demore a engrenar. 

“Na maioria dos casos, professores e pesquisadores desempenham as duas funções, havendo sobrecarga de trabalho e baixa valorização da carreira”, explica. Outro obstáculo a ser superado é a resistência do pesquisador em interagir com a mídia. “É preciso pensar em ações que auxiliem os professores/pesquisadores na superação de suas diversas dificuldades para se apresentarem e veicularem os seus trabalhos fora dos seus círculos profissionais. Isso será imprescindível para que as ações de popularização da ciência sejam ampliadas”, complementa.

 

Diretoria de Comunicação Social

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