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CNPq destaca apoio em tese defendida no campus sobre verticalização de ensino

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Publicado: Sábado, 24 de Fevereiro de 2018, 09h48 | Última atualização em Segunda, 26 de Fevereiro de 2018, 21h28 | Acessos: 1085

A notícia ganhou destaque esta semana no site oficial do  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Texto (na íntegra)

O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) concedeu, em 2017, o título de doutor ao primeiro estudante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a concluir, em uma mesma instituição, os ensinos técnico, graduação, mestrado e doutorado.

Quando criados, os Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica tinham como um dos fundamentos a verticalização do ensino, promovendo a atuação dos docentes nos mais diversos níveis, do curso técnico ao doutorado.

No ano passado, pela primeira vez, um estudante cumpriu esse ritual, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

A pesquisa desenvolvida pelo estudante Nelmício Furtado da Silva e intitulada "Otimização de fontes e doses de nitrogênio (15n) na cana-de-açúcar irrigada no cerrado" contou com aporte financeiro do CNPq via Chamada MCTI/CNPQ/Universal 14/2014 - Faixa C - até R$ 120.000,00,  sob a coordenação do Prof. Dr. Marconi Batista Teixeira, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

A pesquisa promoveu a integração entre o setor público (IF Goiano, CNPq, CENA/USP, CAPES e FAPEG) e o setor privado (Usina Raízen - Unidade Jataí - GO). Ao final do experimento, foi realizada reunião com a equipe técnica da Usina Raízen, pesquisadores envolvidos no projeto e a diretoria de forma a demonstrar os resultados obtidos em campo.

O estudo empregou a técnica da diluição isotópica, com uso do isótopo estável 15N, tanto na forma de ureia como de nitrato de amônio, o que permitiu determinar com maior precisão o aproveitamento do N nas distintas doses das fontes fertilizante mineral pela cana-de-açúcar, bem como a dose que proporciona maior viabilidade sob os aspectos técnicos e econômicos. A equipe Técnica da Usina demonstrou interesse pelos resultados apresentados, que poderão nortear tomadas de decisão sobre doses e fontes a aplicar em lavouras da Usina, com uma expectativa de economia na compra desse insumos da ordem de R$ 3 milhões para a próxima safra. Os resultados da pesquisa também contribuíram  com a transferência destas informações aos fornecedores terceirizados (produtores) de cana-de-açúcar para a Usina.

Os resultados estão sendo divulgados e publicados em Anais Eventos Científicos e Periódicos Nacionais e Internacionais. Nas condições experimentais do estudo, a aplicação de 120 kg ha-1 de N, tanto na forma de nitrato de amônio como de ureia, associada à irrigação proporcionou maior viabilidade econômica e financeira no cultivo da cana-de-açúcar irrigada na Região Sudoeste Goiás.

Considerando-se os dados de produtividade de colmos de cana-de-açúcar, independentemente das variedades estudadas, a prática da irrigação associada ao incremento da dose de N proporcionou aumento de rendimento de colmos e de ponteiros, que foi muito superior à média nacional (aproximadamente 74 t ha-1 de colmos). Ao mesmo tempo, houve também influência na qualidade tecnológica (industrial) da cana-de-açúcar. A fonte nitrato de amônio contribuiu com maior parte da QNppf (quantidade nitrogênio proveniente do fertilizante) no colmo em comparação com a ureia, diferentemente do que ocorreu no ponteiro, onde a fonte ureia contribuiu para uma maior quantidade de N.

O aproveitamento do N residual do fertilizante aplicado à cana-planta pela primeira soqueira subsequente foi, em média, menor do que 5% da quantidade aplicada inicialmente à cana-planta, o que demonstra que a maior parte do N residual do fertilizante, possivelmente, interagiu com o N orgânico do solo, além de a ocorrência de possíveis perdas no sistema solo-planta. Isto sugere que, com a adoção destas práticas de manejo, as recomendações de doses de nitrogênio, sobretudo para cultivos irrigados, precisam ser aprimoradas, em especial, para a região de Cerrado, cujos solos são de baixa fertilidade natural e abrange a principal fronteira para a expansão de cultivo da cana-de-açúcar.

Além disso, o estudo possibilitou a integração e formação de recursos humanos de alunos de iniciação científica, graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado e contribuiu com as expectativas do setor privado, que busca  parcerias com o setor público as respostas para atuar de forma competitiva, visando a crescente demanda e o compromisso de gerar energia de forma sustentável.

Ou seja, a pesquisa desenvolvida com fomento do CNPq conseguiu atender a demanda da parceria público-privada, estimulando o setor privado a também dar sua contrapartida, que no caso específico dessa pesquisa contou com área concedida pela Usina, sistema de irrigação do tipo pivô central, maquinários para plantio e colheita, e um supervisor de área que acompanhou toda a execução do projeto. Também permitiu a qualificação de recursos humanos por meio da verticalização e geração de conhecimento.

Nelmício Furtado da Silva, que é rio-verdense (GO), iniciou seus estudos no Campus Rio Verde, em 2008, quando ingressou no curso Técnico em Agropecuária. No mesmo ano, deu início ao bacharelado em Agronomia, formando-se em 2013. Durante o curso superior, foi bolsista PIBIC/CNPq durante dois anos, e fez estágios em outras instituições de ensino, como a Universidade de São Paulo (USP). Finalizando seus estudos na graduação, ingressou no curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias - Agronomia. Em 2014, após a defesa de sua dissertação, iniciou seu doutorado no mesmo programa com bolsa da CAPES e aporte financeiro do CNPq para desenvolver sua pesquisa. Com o doutorado concluído, o recém-doutor já foi absorvido pelo setor privado, sendo contratado para atuar na área de pesquisa na empresa Tecno Nutrição Vegetal e Biotecnologia Ltda, que atua na área de nutrição de plantas na região centro-oeste do Brasil, para trabalhar como pesquisador. Além disso, foi convidado a fazer parte do quadro de professores da Faculdade Objetivo, para ministrar aulas na área de irrigação e Drenagem e desenvolver projetos de iniciação científica.

A verticalização do ensino permitiu ao estudante acesso à educação de qualidade em sua própria região e absorção pelo mercado de trabalho de forma a contribuir para o desenvolvimento regional. O reitor do Instituto, Vicente Pereira de Almeida, que participou da defesa da tese, reforça que o caso de Nelmício consolida também a interiorização da pós-graduação no Estado de Goiás. "Ver nosso aluno finalizando seu doutorado no IF Goiano, após ter entrado no ensino técnico, mostra que estamos colhendo bons frutos de um trabalho de sucesso da nossa Instituição", afirma.

Coordenação de Comunicação Social

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