2º Jardim Botânico de Goiás está sendo estruturado em Rio Verde
A iniciativa resulta de uma parceria entre o Instituto Federal Goiano e a prefeitura municipal de Rio Verde.
O Jardim Botânico de Rio Verde (JBRV) é o primeiro do interior de Goiás. Foi idealizado com base em jardins botânicos de outras localidades, como, Rio de Janeiro, Brasília e Inhotim – MG, lugares que foram visitados pela comissão que deu início ao seu projeto de criação, aprovado em 2015 pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Desde então, diversas ações têm sido realizadas objetivando sua estruturação. Ações essas que envolvem engenheiros, arquitetos, biólogos, além de pesquisadores de áreas diversas.
Atuar na conservação da biodiversidade por meio de estudos e pesquisas e contribuir com a disseminação de informações à população, por meio da Educação Ambiental, são objetivos do JBRV, que constitui-se também uma das estratégias de preparação do município de Rio Verde para o enfrentamento dos desafios decorrentes do aquecimento global. De acordo com o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação do IF Goiano, professor Alan Carlos Costa, também faz parte da missão do JB a conservação de espécies econômicas e a formação de um banco genético para fins de conservação das espécies, além, é claro, de ser um espaço para contemplação, prática de esportes, ações culturais e entretenimento em geral.
O JBRV está sendo estruturado dentro do Campus Rio Verde do IF Goiano, que tem 211 hectares.
Plantas nativas do Cerrado
Em recente visita ao campus, a vice-presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, Zenaide Nunes Magalhães de Araújo, encontrou-se com a equipe que está atuando frente às ações de implantação do JBRV. Na ocasião, conheceu os detalhes do projeto e viu de perto o resultado de algumas ações que já foram realizadas, como, reflorestamento de uma de suas 7 nascentes, plantio de mais de 5 mil mudas nativas do Cerrado e uma coleção de baru – planta nativa da região, que foi implantada há mais de três anos e é objeto de estudo de vários pesquisadores.
Além do baru, também existem áreas de cultivo de mangaba, cagaita e pequi, espécies que já estão em fase de produção de frutos. O estudo dessas plantas já gerou diversas teses e dissertações, fruto do trabalho de mestres e doutores egressos da unidade.
Arquiteta de formação, Zenaide Nunes ofereceu importantes contribuições para as definições dos projetos estruturais e alinhamento das coleções botânicas. Segundo ela, há uma tendência de incentivar o paisagismo natural agregando plantas nativas da região, a exemplo da coleção de baru, que, além de proporcionar beleza plástica, contribui com a conservação da espécie.
Estrutura física
O grupo também percorreu a área de 31,5 hectares onde serão alocadas as estruturas físicas do JBRV, como, um orquidário, coleção de cafés e um jardim sensorial, além de espelhos d'água e edificações diversas.
De acordo com o projeto, o acesso de entrada para o Jardim Botânico será pela Avenida do Pequi, no Jardim Gameleira 2, que receberá todo o fluxo de veículos da Rodovia Sul Goiana quando este for desviado para a nova avenida. Os trabalhos de estruturação física do JBRV, assim como, o desvio da Rodovia Sul Goiana, serão feitos com apoio do maquinário da prefeitura. A intenção é começar com a abertura das ruas e construção de espelhos d’água em breve.
Para Zenaide Nunes, é muito importante a existência de um jardim botânico dentro de uma instituição de ensino, uma vez que nas unidades já existem profissionais de áreas diversas que podem atuar, juntamente com seus alunos, nas demandas específicas de um JB.
Ela também vê com muitos bons olhos a parceria com o poder público municipal, que, por meio de sua estrutura, será sempre um suporte necessário às necessidades, sobretudo, estruturais. No entanto, a especialista fez questão de mostrar a diferença entre um parque e um jardim botânico. Segundo ela, tudo que existe no JB é catalogado e possui um arsenal de informações, que incluem, desde o nome científico até descrições históricas e curiosidades. Já no parque, o foco está na beleza plástica e no conforto do visitante.
Sob orientações da especialista, a equipe de engenheiros e arquitetos fez um esboço do projeto estrutural levando em conta as características da área e o projeto idealizado pela comissão de criação do JBRV.
Corredor ecológico
A criação de um corredor ecológico interligando as áreas verdes do campus é sugestão da vice-presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos.
Segundo ela, esse caminho da fauna e flora transforma-se numa passagem de colonizadores, ou seja, uma conexão que, além de facilitar o tráfego de animais contribui para a comunicação deles com as plantas. “Estamos falando de beleza do paisagismo natural e da conservação das espécies ao mesmo tempo”, pontuou.
Por fim, a especialista disse que a valorização da vegetação nativa da região, a exemplo do que está sendo feito no Jardim Botânico de Rio Verde, diz muito sobre o respeito pela cultura local e pela história do povo do lugar.
Seção de Comunicação Social e Eventos do Campus Rio Verde
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