Marcas de vitória
O professor Matias Noll, que atua no Campus Ceres, juntamente com cinco estudantes da unidade, acaba de chegar ao Brasil de viagem à França, onde participaram do Fórum Franco-Brasileiro Ciência e Sociedade. Ele é o Pesquisador Destaque do mês de novembro e fala sobre iniciação na ciência, vivência em grupos de pesquisa e internacionalização.
Nascido na cidade de Teutônia, interior do Rio Grande do Sul, Matias sempre estudou em escolas que apoiavam práticas esportivas e competitivas. Daí provavelmente vieram a inspiração para a escolha profissional e os aprendizados que, certamente, foram e são aplicados no âmbito pessoal e acadêmico. “Competia 400 metros rasos e a competição maior era comigo mesmo, ou seja, como melhorar minha marca pessoal a cada prova. Levo isso comigo, sempre tentando ser melhor como docente, pesquisador e como pessoa”, revela.
Nessa busca, o professor de Educação Física graduado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, metre em Ciências do Movimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós-doutor pelas Universidades do Sul da Dinamarca e de Otago (Nova Zelândia) alcançou novas e impressionantes marcas aos 36 anos de idade. Matias é hoje editor de dez revistas científicas – nove delas internacionais. Atua como membro avaliador de agências de fomento e científicas, entre elas Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Para o professor, a pesquisa chegou em sua vida em função de escolhas, mas também das circunstâncias. E talvez a vivência que mais o tenha influenciado foi participar, ao longo da vida acadêmica, do dia a dia de um grupo de pesquisa. “Esse espaço acolhedor, de trabalho em equipe, promove interações, trocas e experiências criativas que me deixaram apaixonado por aprender e ensinar. O novo, a dúvida e a descoberta são fascinantes”, realça.
Não por acaso, logo que chegou ao IF Goiano, em 2013, ele fundou o Grupo de Pesquisa sobre Saúde da Criança e do Adolescente (GPSaCA), que tem como propósito avaliar de forma interdisciplinar os mais variados aspectos relacionados a saúde da criança e do adolescente. São hoje 36 participantes de várias áreas, entre educação física, nutrição, fisioterapia, medicina, psicologia, tecnologia de informação, biologia, química, agronomia e administração. A equipe integra desde estudantes do ensino médio até pós-doutorandos, todos coordenados por ele e pela professora doutora Priscilla Rayanne e Silva Noll, esposa de Matias.
Ao longo dos anos, o GPSaCA tem se destacado no desenvolvimento de pesquisas científicas, resultando na orientação a nível de Iniciação Científica, graduação, especialização, mestrado, doutorado, projetos de ensino, pesquisa e extensão. Desde a sua fundação, os resultados desses estudos são apresentados em eventos científicos nacionais e internacionais, como o da França, já mencionado. Além disso, o grupo publicou mais de 200 artigos científicos e contribuiu com a edição de oito livros, produtos educacionais e outras produções técnicas.
Matias credita a quantidade e capilaridade de ações e atividades do grupo ao trabalho em equipe mas, também, ao apoio institucional. “Sou muito grato ao IF Goiano, sem o suporte e as políticas constantes de capacitação e de fomento à pesquisa não seria possível avançarmos, ou então, os passos seriam muito pequenos”, considera. Ajuda que não vem de graça quando se considera o cenário da pesquisa no Brasil de modo geral. “Temos muita dificuldade de financiamento científico, portanto, atualmente, conciliar pesquisa com atividades acadêmicas, administrativas e de gestão não é tarefa fácil.
Com essa experiência, a dica do professor aos que estão iniciando suas carreiras acadêmicas não poderia ser outra. “Integrem-se em grupos de pesquisa, insiram-se em redes de trabalho, tanto nacionais quanto internacionais”, aconselha. Para vivenciar experiências fora do país, no entanto, é imprescindível superar a barreira do idioma. “A ciência é global e seu idioma atual é o inglês. As maiores oportunidades necessitam de língua estrangeira, então considerem esse aspecto com carinho”, finaliza.
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