IF Goiano e MDA inauguram curso de Formação em Agroecologia

Servidores do IF Goiano, representantes do MDA Nacional e MDA Goiás, além de lideranças de movimentos sociais do campo estiveram na abertura do curso.

O Instituto Federal Goiano e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançaram na manhã de hoje, 13, no IF Goiano Campus Hidrolândia, o Curso de Formação em Agroecologia com o objetivo de capacitar os profissionais de Assistência Técnica e Extensão Rural e também representantes dos movimentos sociais do campo, afim de desenvolver e implementar projetos agroecológicos e promover agricultura familiar mais justa e sustentável.

A iniciativa é inédita, já que nenhuma ação conjunta voltada a esse tipo de capacitação havia sido criada até o momento. O curso de 32 horas, organizado na modalidade FIC (Formação Inicial e Continuada), vai alinhar teoria e prática, oportunizando maior preparação para promover a transição de sistemas tradicionais de produção no campo para sistemas agroecológicos, fortalecendo a autonomia dos agricultores familiares, conforme destacado no projeto pedagógico. O curso será ministrado por professores do IF Goiano, técnicos do MDA e professores convidados.

O secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e socioambiental do MDA, Moisés Savian, esteve presente no evento e salientou a necessidade de resolver as consequências acumuladas durante tantos anos de um modelo de desenvolvimento que não leva em consideração as questões ambientais. Ele discorreu sobre as mudanças climáticas e pontuou sobre questões de crédito fundiário. "Agradeço ao IF Goiano pela parceria, além de todos os parceiros dos movimentos sociais do campo, todos os professores e alunos aqui presentes. Essa união é histórica e irá gerar grandes frutos dentro da perspectiva da agricultura familiar e sustentável", aponta o secretário.

Para o superintendente do desenvolvimento agrário em Goiás, José Valdir Misnerovicz, esse curso tem tudo para ser uma referência no Brasil. Ele destacou a dificuldade que muitos têm de pensar novas formas de produção e ir contra os grandes conglomerados e também a importância de se promover uma agricultura limpa, livre de agrotóxicos e aliada ao bem estar do povo brasileiro. "Agroecologia não se terceiriza. Para conseguirmos fornecer alimentos saudáveis e sustentáveis, pensando no futuro e na justiça social, é preciso aprender as técnicas agroecológicas e levá-las para a prática no campo. Daí a grande importância desse curso", relata José Valdir.

Defendendo a premissa que o conhecimento pode instrumentalizar os agricultores e oportunizar a transição dos modelos convencionais de produção para um modelo agroecológico, o pró-reitor de Extensão do IF Goiano, Luciano Carlos Ribeiro, acredita que a instituição está cumprindo sua missão institucional junto ao MDA nessa parceria. "A ação é inédita e não existe apenas para dar acesso ao crédito, existe uma responsabilidade social norteando todo o processo", destaca. Luciano também chama a atenção para a importância da participação dos movimentos sociais do campo como público-alvo do curso. "Treinamos os técnicos que planejam as missões e do outro lado está quem entende da terra, quem faz parte desses movimentos tão importantes. Por isso, essa é uma construção coletiva de conhecimento que respeita os saberes tradicionais", finaliza.

Transição agroecológica

A agroecologia visa oferecer soluções que aumentam a resiliência dos sistemas agrícolas e ajudam na conservação da biodiversidade, na mitigação das mudanças climáticas e na preservação ambiental. A transição agroecológica é um processo gradual de mudança dos manejos no sistema de produção, com o objetivo de passar de um modelo convencional para a prática da agricultura com princípios e tecnologias de base ecológica.

Por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que faz parte do MDA, os projetos cadastrados pelos profissionais técnicos da Extensão Rural podem obter crédito fundiário para financiamento do seu imóvel rural. Após as diretrizes da Resolução nº 5, de 29 de janeiro de 2024, que regula o Fundo de Terras, fica destacado o compromisso com a transição ecológica, ou seja, a agroecologia se alinha aos objetivos já existentes na busca da promoção da produção de alimentos mais saudáveis, se tornando, assim, cada vez mais importante a formação dos profissionais que planejam e executam os projetos.

Diretoria de Comunicação Social