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Dia da Mulher

"Respeito e reconhecimento chegam aos poucos, mas vêm"

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Publicado: Quinta, 08 de Março de 2018, 13h40 | Última atualização em Segunda, 12 de Março de 2018, 16h59

Trabalhadoras do IF Goiano falam sobre desafios diários de ser mulher e como se organizam na divisão de papéis.

"Não temos que nos vitimizar, precisamos acreditar que somos fortes e capazes", orienta Silvia Lima
"Não temos que nos vitimizar, precisamos acreditar que somos fortes e capazes", orienta Silvia Lima

Conciliar trabalho e vida pessoal é um dos grandes desafios da mulher moderna. Neste Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras da reitoria do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) contam como buscam esse equilíbrio.

"Brinco que trabalho durante a semana, cuido da casa aos sábados mas os domingos são meus", conta a terceirizada Réia Silvia Lima da Silva, 38, há quase dois anos atuando como copeira na Instituição - e conhecida por todos como Silvia. Essa divisão de papéis sempre esteve presente na vida dela e talvez por isso hoje consiga colher frutos desse posicionamento.

Mãe de cinco filhos entre 13 e 22 anos de idade  - um deles falecido há seis meses -, Silvia explica que nunca deixou de trabalhar, mas se considera "mãezona". "Por muitos anos fiz plantões noturnos para ficar com eles durante o dia quando crianças. Parava o que estivesse fazendo para brincar e até hoje me organizo para ir à escola e saber como eles estão se saindo", lembra.

Contudo, limites foram estabelecidos desde cedo. "Lá em casa todos ajudam com as tarefas domésticas - inclusive meu marido. A obrigação sempre veio antes da diversão", sentencia. E assim permanece a rotina da casa - todos se ajudam e depois ficam livres para fazer o tiverem vontade. "Às vezes eles discutem para escolher o serviço mais fácil, mas nunca dizem que não vão fazer", arremata.

A filha mais velha de Silvia, Márcia Helena da Silva Oliveira, 22, trabalha na mesma empresa que a mãe e há um mês está lotada na reitoria do IF Goiano como recepcionista. Ela confirma que a autoridade da mãe, sem autoritarismo, contribuiu para esse espírito colaborativo na família. Além disso, acredita que Silvia separa muito bem os papeis também no ambiente de trabalho.  "Ela faz muitas recomendações antes de chegarmos mas diz que aqui somos colegas de trabalho, e não mãe e filha", explica.

Assim como Silvia, Tânia Márcia de Freitas Montes , 51, também precisou de firmeza para assumir seu protagonismo e isso acabou se refletindo no ambiente de trabalho. Ela foi uma das pioneiras no processo de implantação da reitoria, em Goiânia, há cerca de dez anos, e uma das poucas mulheres a ocupar um cargo de gestão em uma área predominantemente masculina. À frente da Diretoria de Administração do IF Goiano, Tânia cuida da parte orçamentária e financeira da Instituição, além de lidar diariamente com o contrato dos terceirizados, que entre vigilantes e motoristas somam 13 homens.

Embora não sinta preconceito por parte dos colegas, a servidora reconhece que o fato de ser mulher e atuar com tantos homens ainda tem o seu peso, mesmo nos dias de hoje. "A responsabilidade é maior e é preciso provar nossa competência todos os dias", justifica. Mas isso não a intimida. "Não temos que nos rebaixar por sermos do sexo feminino".

Apesar de ter feito algumas concessões para conciliar carreira e vida pessoal, Tânia nunca abriu mão do que lhe faz bem por ser mulher e  acredita que isso contribuiu para conquistas pessoais e profissionais. Natural de Rio Verde, ela morou por seis meses sozinha em Goiânia antes de trazer a família quando a reitoria estava sendo criada, por exemplo. E só após 27 anos de serviço público, com os dois filhos adultos, teve condições de fazer doutorado. "Os desafios diários são muitos, desempenhamos vários papéis mas precisamos nos valorizar acima de tudo. O respeito e o reconhecimento chegam aos poucos, mas vêm", aconselha.

Embora desempenhem funções diferentes, Tânia e Silvia concordam que, para conquistar seu espaço, a valorização deve partir primeiro da própria mulher. "Não temos que nos vitimizar, precisamos acreditar que somos fortes e capazes. Corpo e rosto bonito acabam e o que fica é aquilo que deixamos de lição", recomenda.

Café com Elas - Servidores e servidoras da reitoria participaram na quinta-feira, 8,  de um evento cujo foco era a comemoração do Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, a servidora Sarah Bertolli Gonçalves fez uma explanação sobre empoderamento feminino e a importância de homens e mulheres refletirem sobre seus comportamentos no dia a dia. Segundo dados que a profissional apresentou, 46% dos casos de violência contra a mulher são oriundos do machismo.

A título de curiosidade, Sarah mostrou aos participantes um contrato da década de 20 que proibia direitos fundamentais das mulheres que trabalhavam como professoras - elas não podiam frequentar qualquer lugar, fumar, beber ou andar de carro com homens que não fossem o irmão ou pai, entre outras exigências. "Avançamos de lá para cá, mas ainda vemos principalmente nas redes sociais muitas pessoas com posicionamentos retrógrados, que culpabilizam a mulher pela violência praticada contra ela, por exemplo", explica.

Por fim, a servidora fez um chamamento. "Trabalhamos em uma instituição de ensino, é responsabilidade da escola preocupar-se não só com o conhecimento formal, mas com a formação integral dos estudantes - o que inclui combater a discriminação, o preconceito e reconhecer as diferenças e diversidades ", lembra, citando um trecho da nova Base Nacional Comum Curricular, que trata da Educação Básica.  

Mulher Interinstitucional - Durante todo o mês de março, o IF Goiano, em parceria com o Instituto Federal de Goiás (IFG), Universidade Federal de Goiás (UFG) e outras entidades promovem o Março Mulher Interinstitucional 2018. O evento será marcado por palestras, atos públicos, exibição de filmes, campanha contra assédio sexual, entre outras atividades (veja abaixo). O lançamento foi realizado na quarta-feira, 7, na UFG, com participação do diretor de Gestão de Pessoas do IF Goiano, Luiz Antônio Martins.

 

Confira programação do Março Mulher Interinstitucional

 

Coordenação Geral de Comunicação Social e Eventos

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