IF Goiano participa da Semana Nacional da EPT
Em espaço dedicado, Instituição apresenta projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos em vários municípios de Goiás
Com mais de 20 projetos e sete unidades envolvidas, o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) participa, entre os dias 16 e 21 de outubro, da 3ª edição da Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, em Brasília (DF). O evento é organizado pelo Ministério da Educação (MEC) e ocorre junto à já consolidada Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Com o tema Futuro Conectado: educação profissional para reconstruir o Brasil, a Semana é um projeto ousado do MEC, que tem objetivo de mostrar o impacto da educação profissional e de suas instituições na vida de milhares de brasileiros. Não por acaso, mais de 50 instituições estão envolvidas na programação: além dos IFs, há a presença das redes estaduais de EPT, das escolas técnicas vinculadas às universidades e, ainda, do Sistema S.
O IF Goiano se apresenta em dois espaços do evento: o estande próprio, que congrega diversos projetos, conforme os dias, e o Espaço de Inovação da Rede Federal, este compartilhado com outras instituições e voltado a projetos ligados a editais específicos. Ao longo da semana, estudantes e servidores das unidades de Ceres, Cristalina, Iporá, Rio Verde e Urutaí, além dos campi avançados Hidrolândia e Ipameri, apresentam projetos de áreas distintas, trazendo para a comunidade um pouco do que o IF Goiano pesquisa e realiza.
Um destes projetos é o Herbário Itinerante, do Campus Urutaí, que além de disponibilizar à comunidade um acervo de mais de 900 exsicatas também contribui para a catalogação da flora do município e região. Quem explicou sobre o projeto foi o licenciando em Ciências Biológicas João Pedro de Jesus, monitor do projeto. “Basicamente um herbário é um acervo de plantas secas, em formato de exsicatas. A gente vai no campo, coleta essas plantas e há todo um processo de prensagem e secagem que fazemos, até disponibilizá-las dentro do nosso acervo”.
João Pedro de Jesus mostra algumas das exsicatas do Herbário, sobre a mesa. Retomada do projeto na pós-pandemia está digitalizando o acervo
O estudante explica que o projeto envolve tanto os eixos da extensão quanto da pesquisa. No primeiro caso, diz respeito a sua itinerância, de fazer visitação a escolas, levando a estudantes tanto conhecimento sobre a flora quanto sobre o processo de fabricação das exsicatas. Mas, ao mesmo tempo, também se faz pesquisa: “Atualmente temos uma parceria com cidades vizinhas em que a gente, junto com o Ministério da Agricultura e Meio Ambiente, realiza um levantamento florístico na margem do Rio do Peixe. [O objetivo] é fazermos um levantamento de quais espécies que ocorrem lá, se há espécies com risco de extinção, e então traçarmos métodos de conservação daquela área e reestruturar áreas que já foram devastadas”, explica.
Ao lado do herbário, o acadêmico de pós-doutorado Vitor Marques Vidal apresenta o Safert, um sistema autônomo de fertirrigação, desenvolvido no Campus Rio Verde. O projeto se baseia em automação no campo, visando economia para o produtor ao compreender e propiciar as melhores condições para desenvolvimento das cultivares. Assim, evita-se não só prejuízo pelo mal desenvolvimento das plantas como também gastos desnecessários. “O sistema vai analisar as condições do solo e que a planta está sendo cultivada. Ele vai analisar, verificar e aferir se há a necessidade de fazer a irrigação ou a fertilização. Então a gente vai automatizar todo o processo. A ideia é que a planta sempre esteja em condições adequadas com relação a água disponível no solo e nutrientes disponíveis”, explica Vidal. Para o pesquisador, a apresentação do projeto no evento é uma forma de mostrar uma tecnologia desenvolvida dentro da Rede Federal, e voltada para sustentabilidade ambiental, social e econômica, além de ser pensada em transferência para uso dos produtores locais.
Também representando o Campus Rio Verde estão os estudantes Bruno Dário e Dannielly Valverde, que, junto a outros acadêmicos, apresentam uma série de projetos trazidos pela unidade, todos voltados a automação na produção agropecuária. Valverde apresentou o Sistema de informações agrometeorológicas para o Sudoeste goiano, desenvolvido em parceria com o Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre). Por meio do sistema, que já está ativo, os produtores possuem informações precisas sobre as condições meteorológicas em diversos pontos da região, numa precisão alcançável graças aos equipamentos de monitoramento espalhados em pontos estratégicos de Rio Verde e arredores.
Bruno Dário e Dannielly Valverde, estudantes do curso de Agronomia no Campus Rio Verde
Bruno Dário explica que a seleção dos projetos se pautou principalmente por seu impacto tecnológico e por chamar a atenção do público. “A gente trouxe os projetos que têm mais potencialidades e que também são mais atrativos. Então, por exemplo, temos [o projeto da] Agricultura Vertical, em que eu consigo produzir essas plantas isolando fatores ambientais, por exemplo, luz não é dependente do sol, não tem uso do solo, então todos os parâmetros são controlados aí. Também trouxemos algumas que envolvem a inteligência artificial.” Para ele, participar do evento é, também, uma forma de aprender a se comunicar com diferentes públicos. “A gente tem que moldar o nosso discurso, uma fala para uma pessoa que de fato é da área, por exemplo, da Agronomia, ou uma pessoa que faz museologia, por exemplo. [E assim] transmitir o conhecimento para que todos consigam entender”.
Além destes projetos, o IF Goiano trouxe para a Semana Nacional da EPT outras iniciativas voltadas para a educação básica, também com a marca da itinerância. Dois desses projetos estão no Campus Urutaí, e envolvem os estudantes do bacharelado em Sistemas de Informação da unidade para apresentar robótica e modelagem 3D para estudantes do Ensino Fundamental. As peças são prototipadas e testadas no Laboratório IF Maker do campus, e então apresentadas diretamente nas escolas. A estudante Ariane Soares, envolvida nos projetos, explica que eles se vinculam principalmente a disciplinas de Matemática e Lógica, auxiliando os estudantes a compreenderem, com exemplos reais, esses conceitos.
Ariane Soares, do Campus Urutaí, mostra algumas das peças levadas durante as visitas em escolas. Toda a produção é feita no próprio campus
Outro projeto itinerante está parado ao lado do salão em que se localiza o estande do IF Goiano, mais especificamente no estacionamento: é o Baú da Ciência, um projeto do Campus Ceres para levar experimentação das Ciências da Natureza e de Tecnologia da Informação em todo o estado de Goiás. o Baú, como é carinhosamente chamado, viaja pelas cidades a partir de convites prévios de escolas e prefeituras, atendendo tanto ao público infantil quanto de Ensino Fundamental. Em três dias de exposição no evento, já contabiliza mais de 200 visitantes. Para o professor Mairon Marques, coordenador do projeto, a participação na Semana Nacional da EPT é uma oportunidade de encontrar diversos IFs e compartilhar a experiência. Além disso, tem impacto direto na visibilidade. “O projeto, por enquanto, é local, atendendo a cidades de Goiás. Mas a ideia é inspirar outros institutos federais a tomarem a mesma iniciativa, porque esse projeto é uma extensão viva da instituição”, conclui.
Crianças fazem fila para visita ao Baú da Ciência, projeto de laboratórios itinerantes do Campus Ceres
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