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Campus Urutaí

Hortoterapia: projeto de Extensão reintegra dependentes químicos

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Publicado: Segunda, 02 de Setembro de 2024, 11h16 | Última atualização em Quarta, 04 de Setembro de 2024, 20h50

Iniciativa envolve alunos em atividades que beneficiam a comunidade e ajudam no tratamento dos pacientes por meio da horticultura.

Participantes do projeto durante exposição prática da horticultura. 

 

O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) - Campus Urutaí desenvolve um projeto de extensão que une a produção de alimentos à recuperação de dependentes químicos. Intitulada "Hortoterapia", a iniciativa visa aliar os conhecimentos dos alunos no cultivo e manejo das técnicas de horticultura com a participação ativa dos pacientes da Unidade de Recuperação de Dependentes Químicos MEFIJA, em Ipameri, que acompanham as etapas de produção e aprendem uma nova atividade, auxiliando no processo de recuperação.


Segundo dados da proposta do projeto, a hortoterapia tem sido utilizada em diversos países e instituições, desde escolas a residências terapêuticas, envolvendo membros da comunidade em atividades sociais solidárias para a promoção da qualidade de vida. Como resultado esperado, busca-se treinar os envolvidos quanto ao uso dos recursos naturais, manejo adequado e sustentável do solo, educação do solo, além de ensinar os pacientes envolvidos sobre como gerenciar as atividades de produção da horticultura, para que possam aplicar esses conhecimentos na vida profissional como uma alternativa de reinserção ao trabalho após o tratamento.

Para o coordenador do projeto, o professor do Campus Urutaí, Heleno Alexandrino, o comprometimento da equipe e o apoio da direção do campus garantem o sucesso e continuidade da iniciativa, que está no seu segundo ano. "Acredito na recuperação dessas pessoas, na ressocialização. O projeto enfrenta desafios, como a dificuldade de conciliar as agendas dos alunos voluntários, mas com o apoio de todos, estamos conseguindo mudar vidas e fazer a diferença através da sustentabilidade", relata.

Heleno ressalta a importância do apoio emocional e do envolvimento pessoal no processo de recuperação: "A dependência química é uma doença que não tem remédio na farmácia. O remédio é tratamento, apoio, família, carinho, atenção, paciência e empatia pelo próximo. A gente escuta os problemas de cada um e aprende com eles. É um trabalho muito compensador e satisfatório", destaca o professor.

A diversidade de origens dos participantes enriquece as atividades, promovendo trocas culturais e fortalecendo os laços entre os indivíduos em terapia. Segundo Heleno, é possível perceber que a hortoterapia tem favorecido a melhoria, as condições e a qualidade de vida dos pacientes que se encontram em recuperação da dependência química.

João Silva, cujo nome é fictício para preservar sua identidade, está em tratamento contra a dependência química na unidade de recuperação em Ipameri e faz parte do projeto do IF Goiano. Ele agradeceu a oportunidade de integrar o grupo e aprender sobre o manejo da terra e das hortaliças. Ele ressaltou a importância de sentir que tem um propósito na vida, um sentimento despertado pelo trabalho e pelas trocas de experiências vividas pelo grupo. "O professor Heleno ensinou muita coisa pra gente. Eu nunca tinha plantado nada na vida, mas aqui aprendi a cuidar de alface, repolho, beterraba, maracujá, couve e cenoura. Agora, vejo que é possível seguir um caminho diferente, com novas oportunidades", concluiu o paciente em recuperação.

 

Diretoria de Comunicação Social


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