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Extensão

  • Divulgados editais para Festival de Música e Concurso de Fotos e Desenhos

    Eventos fazem parte da programação do V Integra IF Goiano, e terão premiação em dinheiro para os estudantes finalistas. Inscrições já estão abertas

  • Divulgados editais para projetos de Extensão anuais

    Inscrições devem ser realizadas no período de 01 a 16 de junho, via Suap

  • Divulgados projetos de extensão aprovados

    Com o resultado definitivo, 18 novos projetos de extensão passam a ser executados no Campus Ceres, com duração até junho de 2017

  • Edital para projetos de extensão é retificado

    Alteração permite que quaisquer servidores efetivos proponham e coordenem projetos. Inscrições formam prorrogadas até 13 de junho

  • Eventos

    Comissão de Evento: Karla de Castro Pereira (Presidente), Miriam Antônia Soares Filha, Alessandra Edna de Paula, Débora Alves Santos, Simone Pedro da Silva, João Gabriel Moreira, Sidney de Souza Silva, Gabriela Nogueira Ferreira da Silva, Patrícia Regina de Oliveira e Sandro de Castro Santos.

    Contatos: (64) 3413-7948

    E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

     

  • Extensão divulga resultado da seleção de bolsistas

    Seleção oferta cinco vagas, para os projetos Trilhas Ecológicas, Banda de Percussão, IF na Cidade e Centro de Equoterapia

  • Extensão: divulgada relação preliminar de projetos aprovados

    Seleção, aberta a docentes e técnicos administrativos, abarcou 16 linhas de extensão, como Segurança alimentar, Produção animal, Desenvolvimento rural e questão agrária e Artes e patrimônio histórico-cultural

  • Extensão: submissão de projetos vai até 17 de agosto

    Como nova prorrogação, servidores do Campus Ceres poderão inscrever propostas até 17 agosto. Assim como ocorre na Iniciação Científica, candidatos a bolsistas de extensão deverão ser indicados juntamente ao projeto

  • Férias Científicas: uma experiência imersiva no Campus Ceres

    Sem tradição de contato com o fazer científico, estudantes de escolas públicas passam três dias no Campus Ceres, explorando laboratórios, áreas de campo e práticas investigativas em diferentes áreas de pesquisa

  • Férias sim, mas recheadas de ciência!

    Em sua 3ª edição, o Projeto Férias Científicas recebeu estudantes de Carmo do Rio Verde, Ceres, Goianésia, Itaguari, Itapaci e Rialma.

  • Florterapia trará alívio para idosos em tempos de Covid-19

    Projeto de extensão do Campus Ceres vai ensinar técnicas de produção e cultivo de flores em casas de repouso, mobilizando outra forma de ocupar o tempo durante o isolamento social

  • IF em Movimento comemora 1 ano com lançamento de página própria

    Boletim do Campus Ceres evoluiu de simples informativo para uma revista completa, com informação, entrevistas e abordagem de temas sociais

  • IF Goiano divulga edital de apoio a cursos FIC

    Seleção é para cursos de Formação Inicial e inclui aporte financeiro para custeio de bolsas

  • IF Goiano e prefeitura de Ceres reúnem-se para avaliar parcerias

    Ideia é que o Campus Ceres possa ampliar sua contribuição em projetos e ações municipais, envolvendo também seus estudantes, que poderão intensificar a formação extraclasse

  • IF Goiano quer incentivar a curricularização da Extensão

    Edital divulgado nesta terça, 06 de setembro, prevê fomento com auxílio de R$ 5 mil. Inscrições devem ser feitas via Suap

  • IF Mulheres (entrevista completa do Boletim IF em Movimento - mar/21)

    Criado em 2020 para este Boletim, o IF Mulheres é um espaço destinado a divulgar as ações de mulheres do IF Goiano. Tendo em vista que, como frutos de uma sociedade machista, na qual a violência contra a mulher – física, verbal ou emocional – é naturalizada, elas possuem várias desvantagens sociais. Então, esta seção se configura como um espaço de luta contra a institucionalização das violências e um espaço de referência e sororidade para as nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local. Na abordagem dessa edição, realizamos entrevistas com três mulheres, que vivem na intersecção de violências devido o machismo e o racismo. Elas representam, infelizmente, uma minoria de servidoras no IF Goiano que compactuam deste mesmo recorte de mulheres, escancarando para nós que políticas públicas são necessárias para promover igualdade social e oportunidades iguais a todas.

    Tema: Não sou uma mulher preta linda! Sou mulher. Sou preta. Sou linda.

     

     

    Entrevistada Silvia Maria dos Santos Severina Maria dos Santos – concursada em 1995, para o setor de lavanderia da então Escola Agrotécnica Federal de Ceres (EAFCe), onde permaneci até o ano de 2009. Devido a ter desenvolvido LER fui remanejada para o Centro de Equoterapia, para cuidar de sua organização. Em 2010, com o advento da aposentadoria da coordenadora do setor à época, professora Elisabeth, me foi passada essa incumbência que permanece até o dia de hoje.

     

     

    1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.

    Na minha infância, e no começo da adolescência, penei um pouco, mas nunca me deixei abater, não entedia o porquê de tanta indiferença, mas minha mãe sempre me dizia “não se incomode com essas besteiras, porque você pode ser o você quiser, se eles podem, você também pode”. Daí sempre foquei nos estudos para me sentir auto suficiente, o que me ajudou muito no meu processo de autodescobrimento e de autoconhecimento. Passei a ter melhor percepção do mundo e suas injustiças, tive que me emancipar muito cedo com o "passamento" do meu pai precocemente, por ser primogênita de uma família de seis filhos e de pobreza extrema. Aprendi desde então a lutar contra os relacionamentos abusivos que se passavam com outras mulheres negras como eu, coisa essa que nunca aceitei. Nós criamos sim uma "carcaça" de guerreira, forte e lutadora, mas as feridas estão lá e, o pior, sem ninguém que trate delas, sem ninguém que se importe. Aprendemos a engolir o choro e seguir, mas isso não quer dizer que não esteja doendo. Enquanto a mulher branca ganhou o estereótipo de "sexo frágil", nós mulheres negras ficamos com o de "forte, mulher que aguenta tudo". Nenhum deles é bom! Se um subestima a capacidade, o outro tira o direito à dor, à tristeza, ao cansaço.

    No mercado de trabalho os efeitos do racismo estrutural são evidentes, a cultura do branqueamento é predominante e quanto mais retinta for a nossa pele, quanto mais preta ela for, mais distante estará das oportunidades. Não apenas no mercado de trabalho, mas em todas as esferas de nossa vida. Ainda que a capacidade profissional nossa seja comprovada para exercer determinada função, outras características, que nada têm a ver com a função a ser exercida, determinam a ocupação da vaga por pessoas de outros grupos raciais. Possuir uma identidade de gênero feminina, qualquer que seja ela, no nosso País é um constante exercício de resistência.

    2. Comente como frases racistas camufladas de elogios tais como: “que mulher preta linda”, “você tem uma beleza exótica”, “você tem traços finos”... podem destruir a autoestima das mulheres pretas.

    Sinceramente, eu acho ridículo todas essas frases que usam a desculpa de ser um "elogio" e na verdade são frases totalmente racistas. Precisamos entender que somos gente, não gente negra ou gente branca, simplesmente gente. Afirmações como essas só reforçam o racismo existente nessa modernidade de forma sutil.

    3. Como se dá a construção da autoestima de uma menina/mulher preta em uma sociedade que padroniza bonecas sem representatividade, que tem em seu imaginário a construção de um Deus branco e onde o protagonismo e o padrão de beleza se dão em pele branca?

    É uma luta conseguir construir autoestima, se amar e se aceitar, porque sempre vem à tona a dor de tantas mulheres negras marcadas por gerações e gerações, sendo excluídas, subestimadas, desvalorizadas e nunca sendo as preferidas, dentro da realidade que temos. Enquanto a representação for racista a representatividade será escassa.

    4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Silvia profissional, a Silvia mãe e a Silvia Mulher.

    Decidi prestar concurso, pois em certames assim não há discriminação racial, não se vê quem está fazendo as provas!!! Não se sabe a cor, o gênero, o local de nascimento, nada! E aí, só o mérito individual e esforço de cada um. Mas para não fugir aos padrões logo que iniciei o trabalho na Instituição já senti na pele o preconceito por ser mulher e mulher negra. Reagi e com isso quase fui exonerada, mas como de costume não me abalei e continuei a fazer meu trabalho.

    Eu, mãe solteira, criei filhos com a percepção de empoderamento em que poderiam sim ser quem e o que quisessem, dentro do respeito às regras exigidas na sociedade em geral. Que independente da nossa cor, somos importantes. Até porque sonho que se sonha só... é só um sonho que se sonha só... mas sonho que se sonha junto é realidade.

    Eu, mulher solteira por opção, livre, independente, feliz comigo mesma, segura de quem sou e do que quero, me considero forte justamente por ter passado por isso.

    5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local.

    Desde a "abolição da escravidão", a população negra só foi incluída como consumidor e nunca como cidadão. Mesmo tendo sofrido todo tipo de bullying na escola, acredito nela como espaço de construção de sociabilidades, de afetividades, de conhecimentos, de produção de humanidades, de acolhimentos, de emancipação de pessoas. Espaço do contraditório, da diversidade, de estar sempre em construção, nunca estar pronto, que é bonito se saber sujeito em processo de ser sempre melhor para si, para o outro e para o mundo. Acredito ser imprescindível que o debate acerca da desigualdade de gêneros faça parte do ambiente escolar A relação gênero-educação é abrangente e complexa e não é uma novidade, embora pareça que somente na atualidade a desigualdade de gêneros esteja sendo discutida. Bora desconstruir conceitos para ajudar as novas gerações de mulheres negras sejam mais empoderadas. Empoderamento da mulher negra já!, verdadeiro e profundo. Somos fortes sim, mas temos sentimentos como todo ser humano. Sejamos aguerridas e lutemos pelas novas gerações.

     

     

    Entrevistada Fabiana Aparecida Marques – bacharela em Química pela Universidade Federal de Uberlândia (2007-2010), mestra em Química Orgânica pela Universidade Federal de São Carlos (2011-2013), doutora em Química Analítica pela Universidade de São Paulo - IQSC (2018), com período sanduíche na Concordia University, Canadá. Atualmente é professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano. Tem experiência nas seguintes áreas: separações (cromatografias), espectrometria de massas, metabolômica, ferramentas quimiométricas, infravermelho, produtos naturais e microbiologia.

     

     

    1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.

    Quando se fala em corpo feminino, logo pensa-se no padrão estético “magro” e na maioria das vezes na cor de pele branca, padrão culturalmente imposto pela sociedade e cultura contemporânea. Ao analisar o termo “objetificação do corpo feminino”, tem-se por trás disso, além do padrão que a sociedade impõe, a falta de relevância em termos emocionais e psicológicos de uma mulher. Essa objetificação está muito relacionada com o que a mídia impõe, um padrão contemporâneo, e que muitas das vezes está vinculado à questão de agradar alguém, sendo inclusive ponto para comentários e piadas sexistas. Contraditoriamente, o meu “eu” vem de oposto ao padrão que se espera, na verdade sou uma mulher dita “gordinha”, que desde a infância ouviu “como você tem o rosto bonito”. Sim, são expressões que as mulheres fora do padrão que a sociedade impõe ouvem geralmente, e são a partir dessas expressões que eu aprendi a me blindar para me manter emocionalmente e psicologicamente desde a infância, feliz e bem comigo mesma!

    2. Qual a situação da mulher preta no Brasil? Onde estão estas mulheres?

    Uma questão um tanto quanto complexa. A depender da subjetividade, conhecimento e status de cada um, tem-se uma visão diferente para onde estão estas mulheres. Quando levamos para o mercado de trabalho, pode-se considerar que é o local onde a mulher preta mais sofre com o racismo e desigualdade em seu cotidiano. Atualmente existem mulheres pretas em diferentes locais e status no País, desde aquelas mulheres que estão alcançando cada vez mais seu espaço para novos e melhores cargos até mulheres que se encontram, na maioria dos casos, em condições degradantes e vulnerabilidade social. Quando analiso os locais onde passei durante minha formação, mínimas foram as mulheres pretas com as quais me deparei e que estivessem no mesmo nível de formação e atuação que eu. Infelizmente essa é a realidade brasileira, quando penso e tento lembrar de alguma mulher química e preta, confesso que tenho dificuldades. Sinto-me privilegiada em ter chegado até aqui, doutora e docente em uma instituição pública de ensino, concursada! Mas esse privilégio não está relacionado com sorte ou mérito, e sim de luta e resistência a uma sociedade racista e machista. Deixo aqui um apelo às mulheres pretas, que possamos desenvolver ações e criar meios de melhoria para nossa inserção no mercado de trabalho e consequentemente maior visibilidade social, o que quebraria em partes um processo histórico inundado pelo racismo entrelaçado nas esferas sociais, permeado ainda pelas desigualdades e falta de oportunidades.

    3. Como se dá a construção da autoestima de uma menina/mulher preta em uma sociedade que padroniza bonecas sem representatividade, que tem em seu imaginário a construção de um Deus branco e onde o protagonismo e o padrão de beleza se dão em pele branca?

    Aqui recorro facilmente às palavras inseridas na primeira pergunta. Considerando o meu “eu”, diria que embora eu fuja dos padrões estéticos que historicamente a sociedade preconiza, sempre tentei manter o emocional e o psicológico – amor próprio deve vir em primeiro lugar. Por incrível que pareça são questões que de fato nunca me afetaram como pessoa nem ao menos como profissional ou mulher. Ressalto ainda que as mulheres estão sujeitas a inúmeros tipos de discriminações, muitas são as combinações possíveis de opressões que acabam atingindo diversos segmentos. Dessa forma é importante ressaltar que não devemos pensar em discriminações individualizadas, há uma sinergia entre os tipos de discriminações, surgindo um termo muito bem utilizado pelos estudiosos do ramo: a interseccionalidade, que vem tratar da forma pelo qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe, sexismo, e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições de mulheres, raças, etnias, classes e outros vários quesitos. A luta por dignidade é diária, e nós mulheres pretas precisamos ser resistentes, não é o padrão de cor de uma boneca que iria interferir no meu intelecto e conquistas. Tento estar sempre buscando, transformando, reinventando, e é por isso que sinto o direito de dizer que não é um padrão feminino objetificado pela história que vai interferir nos meus limites profissionais e pessoais, é a minha história... minha vida.

    4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Fabiana profissional, a Fabiana mãe e a Fabiana mulher.

    Essa pergunta me fez refletir o quanto esse assunto é pouco discutido e até mesmo analisado por mim. Me fez enxergar o quanto o racismo impacta a vida de muitas mulheres pretas, o quanto isso deveria ser mais explorado e analisado pela sociedade como um todo. Nessa entrevista foi necessário que eu buscasse referências e estudos em que eu pudesse me guiar em algumas questões, por mera falta de conhecimento e embasamento para gerar uma discussão coerente. A Fabiana profissional, a Fabiana mãe e a Fabiana mulher acabam sendo uma mulher preta que se considera não impactada pelo racismo existente e encrustado na sociedade. Temos que levar em consideração que não existe somente a discriminação racial, mas também o sexismo, discriminação de gênero, violência doméstica e inclusive práticas machistas. A Fabiana nas três vertentes citadas acaba sendo uma mulher preta privilegiada, como já citei em respostas anteriores, a luta e resistência sempre foram companheiras para chegar onde me encontro hoje, e certamente os espaços que ainda irei conquistar. A Fabiana profissional sempre se cobrou muito, pelo perfeccionismo nas ações acadêmicas, pela busca sempre em não falhar perante algum tipo de avaliação e isso não abre espaço para mostrar as fraquezas, sempre gostamos de nos mostrar fortes e sem falhas, o que de forma prática e real não é bem o que acontece. A Fabiana mãe, essa sim está em constante aprendizado, uma vertente tão recente na minha vida e que em pouco tempo já foi suficiente pra mostrar o quanto somos fortes – não relaciono aqui ao fator “cor da pele”, nesse ponto eu ressaltaria que por detrás de todo o “romantismo” em ser mãe, existe uma MULHER forte e com um coração imensurável de sentimentos. Por fim, a Fabiana mulher, aqui pego o gancho da primeira resposta, a questão da personificação do padrão estético feminino, a Fabiana nessa vertente é mais resistente ainda, com amor próprio, equilíbrio emocional e psicológico eu amo ser a Fabiana que sou!

    5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local.

    Tenho convicção de que, muitas vezes, o percurso é árduo, nosso profissionalismo e estética são sempre avaliados e observados de acordo com o padrão que a sociedade preconiza, o que acaba sendo marcado racialmente. No entanto, não devemos permitir que olhares externos e empecilhos diversos nos façam colocar em dúvida nosso potencial. Nos conhecer, parar de “naturalizar” nossa origem e história, explorar nossos laços familiares de solidariedade geram, em minha opinião, um diferencial para mulheres que vivem em situações de vulnerabilidade ou de múltiplas vulnerabilidades, devido o interseccionalismo presente. Conhecer nossos direitos, deveres e aprofundar em estudos para compreender nosso próprio processo histórico fazem também muita diferença – evitem sempre de se vitimizar por serem, por exemplo, mulher e preta, se profissionalizem cada vez mais! O conhecimento é nosso escudo, isso nenhum tipo de padrão social pode nos tirar. A invisibilidade do racismo acaba sendo uma triste realidade brasileira e, dessa forma, não se pode esperar que a população preta, em especial as mulheres pretas estivessem familiarizadas com essas discussões, então ressalto aqui a necessidade de nos conhecer e desbravar caminhos pela sociedade. Finalizo com uma frase: “Aquilo que não se via ou não se dizia ou se fingia não ver/dizer está dito: racismo” (Jurema Werneck, 2003).

     

     

    Entrevistada Cristiane Maria Ribeiro – possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (1995), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (2000) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (2005). Foi professora efetiva da Universidade Federal de Goiás e atualmente está vinculada ao Instituto Federal Goiano, como professora. Tem experiência na Educação Básica e em pesquisa, principalmente sobre os seguintes temas: Educação, Educação para as relações étnico-raciais, Políticas Educacionais e História da Educação. É, também, professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino para a Educação Básica e Gerente de Pesquisa do Campus Urutaí do IF Goiano.

     

     

    1. O corpo da mulher é socialmente objetificado e sobre este corpo é imposto muitas regras e limitações. Levando em conta este tipo de violência, fale sobre como se deu a construção de tua identidade feminina desde a tua infância e como esta identidade se materializa hoje.

    Tenho comigo uma postura e atitudes de que o lugar das mulheres deve ser onde elas quiserem estar, não um modelo determinado de comportamento, profissão e limitações do que ele pode ou não fazer por causa de seu gênero. Este pensamento não foi construído na militância e nem, tampouco, na academia, mas fruto de condições adversas de vida que me empurrou para tarefas que as vezes eram tidas como masculinas, acompanhando meus pais em trabalhos precarizados. Meus pais não determinavam o que um filho ou filha podia fazer. Logicamente, esta perspectiva foi aprofundada na militância.

    2. Comente sobre como a hipersexualização do corpo preto afeta a vida afetiva e social das mulheres pretas.

    Esta questão é muito difícil de enfrentar porque há o preconceito de gênero que objetifica as mulheres, e quando se é negra temos que lidar, também, com a ideia de servir para sexo ocasional, sem envolvimento, respeito ou compromisso. A dificuldade é que se você tenta fugir de qualquer um destes estereótipos, fica tachada como rancorosa, frustrada. Confesso que é difícil lidar com alguns homens que se acham no direito de propor relacionamentos “secretos” ou te enxergam como subordinada, mesmo tendo a mesma função no organograma da Instituição. Particularmente, o mais difícil é mostrar que não há possibilidade de me sujeitar a isso com elegância, propriedade e educação.

    3. Segundo a filósofa Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Qual a importância para a nossa Instituição de que os nossos gestores entendam esta afirmação?

    Eu vejo dois movimentos quando a mulher negra quebra as barreiras e se empodera ou consegue tratamento equitativo dentro de uma instituição. De um lado vejo um incomodo daqueles que tem posições conservadoras, expressado a partir de questionamentos, tais como: Por que ela? Como ela consegue? Ela está ali por cotas, pois a instituição quer parecer politicamente correta? Por outro lado, vejo um movimento de pessoas que conseguem compreender a perversidade das relações raciais brasileiras e veem um você uma esperança ou modelo a ser seguido. Penso que é urgente uma política institucional permanente de promoção de inclusão dos grupos minoritários.

    4. Infelizmente, devido às injustiças sociais que vivemos por questões de gênero e racial, a mulher preta, muitas vezes, só “é chamada” para falar de suas lutas, e todo o restante de sua existência é negligenciado. Use este espaço para falar destas outras vertentes, a Cristiane profissional, a Cristiane mãe e a Cristiane mulher.

    Fiz a opção em construir como objeto de pesquisa as questões afetas à diversidade étnico-racial, conciliar minha carreira profissional com a temática é tranquilo, pois não só escrevo, oriento sobre a temática, mas tenho que mostrar nas ofertas de disciplinas que sei muitas outras coisas. Sou uma mulher feliz por me considerar bem-sucedida profissionalmente. A maternidade é uma realização indescritível!

    5. A partir de sua experiência, qual mensagem de motivação, força e empoderamento você poderia dizer para nossas estudantes, servidoras e mulheres da comunidade local?

    Gostaria de dizer para as mulheres, principalmente para as jovens pobres e negras, que ser negra neste País é a coisa mais difícil do mundo, é quase insuportável – contudo, nós não precisamos nos encaixar nos estereótipos e lugares que são a nós destinados, e para não submeter é preciso lutar, conscientemente.

     

     

    Boletim IF em Movimento
    Campus Ceres

  • Inscrições abertas para intercâmbio entre IF Goiano e IFSULDEMINAS

    Vagas são para cursos de Agronomia, Agropecuária, Ciências Biológicas, Meio Ambiente e Zootecnia. Inscrições vão até 30 de junho

  • Inscrições prorrogadas para a Feira de Ciência e Tecnologia

    Interessados podem submeter trabalhos até 04 de outubro

  • Instruções para o ESTÁGIO dos cursos de bacharelado e técnicos

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS DO ESTÁGIO

    Antes de preencher os documentos de estágio, é necessário que o estudante leia as instruções que estão em conformidade com o Regulamento dos Cursos, Projeto Pedagógico do Curso e Regulamento de Estágio.

    • Toda documentação relativa ao início de estágio deverá ser protocolada no setor de estágio antes do aluno iniciar suas atividades de estágio.
    • A ausência do Termo de Compromisso de Compromisso de Estágio caracterizará vínculo empregatício perante o MPT – Ministério Público de Trabalho e sujeitará a parte concedente as sanções previstas na Lei.
    • Em hipótese alguma aceitaremos documentos sem as devidas assinaturas.
    • No caso de qualquer alteração do Termo de Compromisso de Estágio durante o período de estágio, o aluno deverá informar o setor de estágio através do Termo aditivo.
    • Caso o aluno não se interesse em continuar com o estágio, ele deverá procurar o setor para receber orientação quanto ao procedimento de desligamento da empresa.
    • Após solicitado a intenção de realizar o estágio e entregar a documentação adequada o Núcleo de Estágio possui 07 dias úteis para realizar os cadastros/documentos necessários para o início das atividades.
    • O Prazo para entrega dos documentos da conclusão do estágio será no máximo 45 dias após a data de finalização do estágio.
    • O aluno deverá procurar o orientador antes, durante e após concluir o estágio, visando a elaboração, avaliação do relatório e construção da pasta de estágio via Suap.
    • As dúvidas referentes a parte legal do estágio poderão ser sanadas no regulamento.
    • Dúvidas que surgirem antes, durante e após o estágio poderão ser sanadas, também, pelo núcleo de estágio pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
    • Os estudantes devem estar atentos ao total de horas de estágio necessárias para conclusão das atividades, este valor deve ser consultado no PPC de cada curso.

     

    DOCUMENTOS NORTEADORES DO ESTÁGIO:

     

    INICIANDO O ESTÁGIO

    • Preencher os endereços bit.ly/estagio_bacharelado, para estudantes dos cursos de bacharelado, ou bit.ly/estagio_agropecuaria, para estudantes dos cursos técnicos.
    • Preencher o documento Informações para Termo de compromisso de estágio (arquivo editável) e enviar em arquivo editável, sem assinaturas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
    • Enviar o Plano de Trabalho (arquivo editável), em formato PDF, devidamente preenchido e assinado, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
    • Em caso de estágio externo ao IF Goiano o estudante deverá verificar se os nomes do supervisor e do responsável pela instituição concedente estão nesta lista. Caso não estejam, os prestadores externos deverão preencher o Termo de Responsabilidade para Uso do Suap (arquivo editável), assinar e enviar para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

     

    DURANTE E FINALIZANDO O ESTÁGIO

     

    MARCANDO A APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO(para cursos que exigem apresentação de banca)

    O estudante e o orientador são responsáveis por organizar a defesa e informar o Núcleo de Estágio, com antecedência, as informações necessárias através do endereço bit.ly/estagio_banca.

     

    MONTANDO A PASTA DE ESTÁGIO NO SUAP

    Quase todos os documentos serão elaborados pelos estudantes e encaminhados ao orientador. O orientador cria um documento (formulário) no Suap, utiliza o recurso “copiar e colar” do documento entregue pelo estudante e depois requisita as assinaturas necessárias.

    O orientador deve criar o processo no Suap e anexar os documentos na ordem seguinte:

    Após inserir todos os documentos, o orientador envia o processo ao Núcleo de Estágio (UE-CE). A responsável pelo Núcleo de Estágio faz a conferência dos documentos e emite uma declaração de que o estudante concluiu com êxito e de que o professor(a) orientou o(a) estudante durante o período de XX/XX a YY/YY e envia a ambos.

     

    SOLICITANDO ALTERAÇÃO NO TERMO DE COMPROMISSO E/OU ALTERÇÃO DE SUPERVISOR

    Preencher o Termo aditivo (termo de compromisso de estágio) (arquivo editável) e enviar em arquivo editável, sem assinaturas, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Quando pronto, o documento deve ser anexado ao processo.

     

    SOLICITANDO A MUDANÇA DE ORIENTADOR

    Enviar a Declaração de mudança de orientador (arquivo editável) em formato PDF, devidamente preenchido e assinado, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Quando pronto, o documento deve ser anexado ao processo.

     

    SOBRE O SEGURO

    Seguro contra acidentes pessoais é obrigatório conforme a Lei nº 11788/2008. Os acadêmicos do IF Goiano - Campus Ceres estão amparados por seguro contra acidentes pessoais. Os dados da seguradora devem constar no Termo de Compromisso de Estágio conforme dados: Seguradora Gente Seguradora AS e Apólice 1463.

     

     

    Núcleo de Estágio/ Gerência de Extensão

  • Instruções para o ESTÁGIO dos cursos de licenciatura

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS DO ESTÁGIO

    Antes de preencher os documentos de estágio, é necessário que o estudante leia as instruções que estão em conformidade com o Regulamento dos Cursos, Projeto Pedagógico do Curso e Regulamento de Estágio.

    • Antes do início do estágio o estudante deve procurar sua coordenação de estágio e/ ou a coordenação de curso, bem como ler a Cartilha de Estágio, para orientações.
    • Toda documentação relativa ao início de estágio deverá ser enviada ao Núcleo de Estágio, dentro do limite de prazo determinado no Calendário Acadêmico vigente e, preferencialmente, antes do estudante iniciar suas atividades de estágio.
    • A ausência do Termo de Compromisso de Estágio caracterizará vínculo empregatício perante o MPT – Ministério Público de Trabalho e sujeitará a parte concedente as sanções previstas na Lei, portanto NÃO pode ser caracterizado como atividade de estágio.
    • Em hipótese alguma aceitaremos documentos sem as devidas assinaturas.
    • No caso de qualquer alteração do Termo de Compromisso de Estágio durante o período de estágio, o estudante deverá informar o setor de estágio por meio do do Termo Aditivo.
    • Após manifestada a intenção de realizar o estágio e havendo sido entregue a documentação adequada, o Núcleo de Estágio terá 7 dias úteis para realizar os cadastros e preparar os documentos necessários para o início das atividades.
    • O prazo para entrega dos documentos da conclusão do estágio seguirá o definido no Calendário Acadêmico vigente.
    • O estudante deverá procurar o orientador antes, durante e após concluir o estágio, visando a elaboração, avaliação do relatório e constituição do processo de estágio, no Suap.
    • Dúvidas que surgirem quanto ao processo poderão ser sanadas, também, pelo núcleo de estágio pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
    • Os estudantes devem estar atentos ao total de horas de estágio necessárias para conclusão das atividades, estando este valor disponibilizado no PPC de cada curso.

     

    DOCUMENTOS NORTEADORES DO ESTÁGIO:

     

    INICIANDO O ESTÁGIO

    • Preencher o endereço bit.ly/estagio_licenciatura.
    • Preencher o documento Carta de Apresentação (arquivo editável) e enviar em arquivo editável para a coordenação de estágio.
    • Em caso de estágio externo ao IF Goiano, o estudante deverá verificar, junto ao Núcleo de Estágio (via e-mail), se os prestadores externos estão cadastrados no sistema Suap. Caso não estejam, os prestadores externos deverão preencher o Termo de responsabilidade para uso do Suap (arquivo editável), assiná-lo e enviá-lo para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
    • Para os prestadores externos realizarem a assinaturas necessárias via Suap é preciso acessar o tutorial explicativo pelo endereço https://youtu.be/wtWzKp9CvOk.

     

    MONTANDO O PROCESSO DE ESTÁGIO NO SUAP

    A criação da pasta se inicia com a Carta de Apresentação do estudante, e é feita pela coordenação de estágio. Uma vez criada, os demais documentos deverão ser adicionados logo em seguida pelo orientador responsável. Os documentos elaborados pelo estudante deverão ser encaminhados ao orientador, que por sua vez fará a inserção deles no Suap, bem como requerer as assinaturas necessárias. Os documentos deverão estar na seguinte ordem:

    • Termo de Compromisso de Estágio e Plano de Trabalho: após ser preenchido pelo estudante, este documento deve ser enviado ao Núcleo de Estágio do Campus Ceres, em formato editável, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O responsável pelo Núcleo de Estágio irá finalizar o termo, assiná-lo e solicitar as assinaturas necessárias (estudante, diretor-geral, responsável pela IES, supervisor de ensino e orientador).
    • Lista de Atividades Diárias do Estágio Curricular Supervisionado e Avaliação do Supervisor - Observação ou Lista de Atividades Diárias do Estágio Curricular Supervisionado e Avaliação do Supervisor - Semi-regência e Regência: o estudante deverá preencher a Lista de Atividades Diárias e, então, o supervisor responsável fará a avaliação. O orientador, de posse deste documento, criará sua versão no Suap, irá assiná-la e requerer a assinatura do supervisor e do estagiário.
    • Relatório de Estágio: o estudante preencherá este formulário e o enviará ao orientador, que criará a versão do documento no Suap, irá assiná-la e requerer a assinatura do estagiário. A depender do estágio em execução, será necessário anexar o Projeto de Intervenção Investigativa e/ ou os Planos de Aula no relatório.
    • Avaliação pelo Orientador (Ciências Biológicas) ou Avaliação pelo Orientador (Química): o orientador deverá preencher o documento compatível com sua modalidade de atuação ou com o curso do estudante, inserir o arquivo no Suap e assiná-lo. (Exclusivamente para a matriz antiga do curso de Ciências Biológicas, usar este modelo.)
    • Após a inserção de todos os documentos no processo on-line, o orientador deverá enviá-lo ao Núcleo de Estágio (UE-CE). O servidor responsável pelo Núcleo de Estágio fará a conferência dos documentos e o lançamento deles no Suap, finalizando o processo em seguida.

     

    SOLICITANDO ALTERAÇÃO NO TERMO DE COMPROMISSO E/ OU ALTERÇÃO DE SUPERVISOR

    O estudante deverá preencher o Termo Aditivo (ao Termo de Compromisso de Estágio) e enviá-lo em arquivo editável, sem assinaturas, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Quando pronto, o documento será anexado ao processo.

     

    SOLICITANDO A MUDANÇA DE ORIENTADOR

    Deve-se enviar a Declaração de mudança de orientador, devidamente preenchido, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Quando pronto, o documento deve ser anexado ao processo. A depender do caso, tal alteração poderá exigir o refazimento do Plano de trabalho.

     

    SOBRE O SEGURO

    O seguro contra acidentes pessoais é obrigatório conforme a Lei nº 11.788/2008. Os acadêmicos do Campus Ceres estão amparados por seguro contra acidentes pessoais. Até 31 de dezembro de 2023 o Campus Ceres possui contrato com a Seguradora Sura S/A - CNPJ 33.065.699/0001-2br possuindo cada estudante uma apólice individual que pode ser acessada neste endereço. Para localizar seu nome, utilize uma ferramenta de busca do próprio leitor de PDF em uso.

    Observação: este passo só será necessário nos casos de empresas que exigem apólices individuais, pois os dados da seguradora já constam no Termo de Compromisso.

     

     

    Núcleo de Estágio/ Gerência de Extensão

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